Blockchain — Introdução

O que é blockchain?

Fábio José
blockchain-br
4 min readSep 4, 2018

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Blockchain, um termo que vem ganhando destaque, principalmente quando falamos de dinheiro. E Bitcoin é sem dúvida a blockchain mais famosa do momento, não só por sua valorização vertiginosa, mas também porque é a precursora dessa tecnologia e tecnicamente a primeira rede de sucesso.

Blockchain é, digamos, uma composição de tecnologias e conceitos que já existem há certo tempo. E sua grande sacada é a sinergia entre elas para entregar confiabilidade e inviolabilidade dos dados gravados na rede: os blocos.

Criptografia Assimétrica

Tecnologia largamente utilizada para encriptação e assinatura de mensagens através de redes públicas e privadas. Hoje é muito popular e utilizada por milhares de usuários pelo mundo. Se você usa WhatsApp, você tem um par de chaves, uma pública e outra privada, que a app cria automaticamente para fazer a segurança ponto-a-ponto das mensagens trocadas com seus contatos.

Veja outros detalhes sobre criptografia assimétrica aqui.

Par de chave pública-privada.

Com uma chave privada o usuário ou aplicação assina os dados, atestando sua originalidade. Já com a chave pública os dados são encriptados, ou seja, nada além do destinatário poderá interpreta-los. Essa é a natureza da criptografia assimétrica, os dados criptografados com uma da chaves só poderá ser descriptografado com a outra.

Consenso Distribuído

Consenso distribuído até então era um assunto pouco trabalhado em softwares comerciais, sendo objeto de estudo nos cursos de graduação em ciências da computação. Agora os casos de uso com blockchain estão cada vez mais próximos de serem comerciais, então implementações de consenso distribuídos serão cadas mais comuns.

Entenda outros detalhes aqui.

Função Hash

Tecnicamente uma função hash tem o objetivo de resumir um conjunto de dados de tamanho variável em em uma identificação única e de tamanho fixo, porém ela é irreversível, ou seja, não se pode recriar o conjunto de dados original tendo como base a identificação.

Caso deseje conhecer melhor funções hash, veja outros detalhes aqui.

P2P

Caso você seja uma pessoa que acessou a internet nos anos 90, há grandes chances de que conheça programas como o morpheus, kazaa, edonkey ou bittorrent. Todos foram responsáveis pela popularização da comunicação peer-2-peer — par-a-par ou ponto-a-ponto, em português — ou seja, não existe um servidor intermediando a transferência de dados entre dois ou mais computadores, eles conectam diretamente entre si.

Veja mais detalhes aqui.

Remuneração

Se você está lendo esse artigo é porque pessoas em algum momento receberam ou estão recebem remuneração pelo trabalho realizado para manter esse site, criar funcionalidades, corrigir problemas, produzir conteúdo, etc. A remuneração ou recompensa é modelo de incentivo mais antigo, contribuindo para a geração de valor em uma complexa cadeia comercial.

Outros detalhes nesse endereço.

Descentralização

Descentralizado é algo não-centralizado, ou seja, não existe uma entidade central que é responsável pela consistência e resiliência dos dados. Os responsáveis são todos os participantes. Por esse motivo a descentralização global é confiável, pois todos os computadores espalhados pelo mundo e que participam dessa rede, possuem uma cópia fiel e completa dos dados. O modelo centralizado, apesar de simples, é extremamente frágil, propenso a falhas catastróficas e perda de informações.

Blockchain

Esse termo, que identifica a tecnologia, é baseado no forma como os dados são ligados entre si, que são designados como blocos porque armazenam transações efetivadas pela rede.

Pense nos blocos como sendo vagões em um trem de carga. Cada vez que um vagão é totalmente preenchido um novo é engatado a esse para que receba mais carga e assim sucessivamente. A carga são as transações.

Cada bloco são conjuntos de bytes que passam por uma transformação chamada hashing, que os resume (veja a seção Função Hash) a uma identificação — id — única em toda a rede. Esse id fará parte do novo bloco que será gerado, ligando-os a uma cadeia infinita e inviolável.

Ilustração dos blocos encadeados pelo hash

Existem variações, ou seja, tipos de blockchain. Algumas implementações são direcionadas para o público em geral — chamadas de blockchains públicas, como Ethereum, Bitcoin, EOS, Tron, etc. Outras para uso exclusivo em corporações — designadas como blockchains permissionadas, como Hyperledger, Corda, Ripple, etc. Mas normalmente todas são generalizadas no termo “tecnologia de livro-razão distribuído”, comumente referenciada no inglês Distributed Ledger Technology — DLT. E dependendo dos casos de uso que essas redes irão atender, podem deixar de implementar algumas das características que vimos nas seções anteriores

Ao longo de diversos artigos trataremos das características de várias blockchains, bem como os termos utilizados e seus significados, características técnicas de cada plataforma, algoritmos de consenso, casos de uso e os atributos que as tornam invioláveis, bem como suas fragilidades.

Também serão esclarecidos como cada um do tópicos introduzidos aqui entram em sinergia para colocar uma blockchain em funcionamento.

Até o próximo!

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