Dica da Bere #79 O Barato de Iacanga
Um filme pra quem ama a música nacional
Em tempos de quarentena, filme bom é item de primeira necessidade, certo? Então se você gosta de boa música e de uma história mirabolante precisa correr para a netflix para assistir ao filme “O Barato de Iacanga”, do destemido cineasta estreante Thiago Mattar.
O longa venceu o In-Edit, o festival de documentários musicais neste ano.
O filme é fruto de uma montagem inteligente e bem humorada que une filmagens contemporâneas com anônimos que fizeram parte dessa história a preciosos arquivos repletos de nomes célebres obtidos por esforço do cineasta durante uma década de intensa obsessão.
Realizado entre 1975 e 1984 por Antonio Checchinn Jr., o Levinha, então um jovem cabeludo que queria se divertir enquanto trabalhava com seus grandes ídolos em um festival improvisado na fazenda da família. E que tomou proporções inimagináveis, a começar por João Gilberto, que enfrentou horas de estrada de terra para fazer seu show sentado em um banquinho e empunhando o sagrado violão criador da batida da bossa nova — com uma plateia em transe, obviamente.
A João somam-se artistas do quilate de Gilberto Gil, Gonzagão, Raul Seixas, Os Mutantes, Hermeto Pascoal e Alceu Valença, entre tantos outros que atraíram até 80 mil jovens de todo o país. Gente em busca de paz, amor e a brisa leve da boa música, além de banhos nus no riacho próximo ao palco, é claro, ou algo com muito açúcar depois, para curar a larica. Se te apetece, veja.