Ascensão e queda dos aplicativos virais

Caio Simon
Try Consultoria
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3 min readApr 16, 2015

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Se você está lendo isto depois de abril de 2015 provavelmente se lembrará do Dubsmash, aplicativo que bombou nas redes sociais da época e em menos de 24 horas já estava instalado nos smartphones — ainda os usamos? — de todos. Seu fim foi…

…ainda vou descobrir…

Até o momento o Dubsmash parece não dar sinais de fraqueza, os vídeos continuam circulando com toda a força. Celebridades entraram na onda e páginas não se cansam de fazer coletâneas das melhores dublagens. Mas todo esse mesmo cenário é bem familiar, se fizermos uma busca rápida conseguimos encontrar historias bem parecidas:

SECRET

ÁPICE: Apenas no Google Play, o aplicativo conseguiu atingir a meta de 5 milhões de downloads.

POLÊMICA ENVOLVIDA: Fotos intimas de pessoas começaram a ser divulgadas pelo aplicativo anonimamente.

QUEDA: Justiça Brasileira retira das lojas virtuais justificando que o aplicativo viola “a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”. Depois da retirada, o aplicativo nunca mais foi o mesmo e já não despertava o mesmo interesse nas pessoas.

FLAPPY BIRD

ÁPICE: Os lucros do aplicativo atingiram por volta de 50 mil dólares por dia apenas com banners publicitários.

POLÊMICA ENVOLVIDA: Acusações de plágios de diversos jogos com jogabilidade similar.

QUEDA: O próprio desenvolvedor tirou o aplicativo do ar alegando que o jogo acabou com sua vida. Há quem diga que o aplicativo foi retirado por burlar dados de métricas; outros, que o criador quis prevenir o aplicativo de cair em esquecimento. Mas são apenas boatos.

LULU

ÁPICE: Quando gays começaram a ser tirados do armário por não terem avaliação no aplicativo.

POLÊMICA ENVOLVIDA: Grupo de brasileiros (homens) criaram um aplicativo para se ‘vingar” do LULU, onde podiam avaliar as mulheres.

QUEDA: Uma liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal obrigou que o aplicativo retirasse os dados de quem não se sujeitasse a avaliação, aliada com a sua mudança de política de anonimidade, perdendo grande quantidade dos usuários.

Curiosamente, ou não, o Brasil tem histórico de causar problemas nas plataformas sociais como Facebook, YouTube, sem contar o finado orkut. Todos tiveram problemas em “domar” o público brasileiro. Rolam boatos que o próprio Mark Zuckerberg teria vetado o uso de GIFs animados por causa de nós, pois deixaríamos a rede “cheia de letrinhas coloridas se mexendo com mensagens de amor e carinho”, cogitando até a criação de um manual de comportamento.

Não é só ele. Vários sites de Jogos RPG e redes sociais alternativas não permitem o acesso de brasileiros alegando que não temos postura ética e não sabemos como nos comportar. Falamos palavrões, disseminamos spam, conteúdos adultos, vírus e compartilhamos, basicamente, qualquer coisa a qualquer hora.

Realmente, lidar com o público brasileiro não é fácil: ao mesmo tempo em que conseguimos deixar tudo mais divertido, parece que sempre encontramos uma forma sórdida de utilização que acaba prejudicando as plataformas sociais. Agora, o grande desafio do Dubsmash é conseguir administrar a grande quantidade de usuários e continuar se mantendo interessante para não ter o mesmo fim que seus antecessores.

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