Mochilão pelo Paraguai — Perrengues, acasos e histórias

Pedro Franklin
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3 min readFeb 9, 2018

Estava nos meus últimos dias de Paraguai. Depois de duas semanas trabalhando num Hostel em Assunção e conhecendo a cidade, vim para a principal cidade de praia ( de rio) do país, Encarnación.

Depois de 6 horas num ônibus aos pedaços, com goteira, com a marcha emperrada, motorista na direção ofensiva “a la” video game e outros fatos hilários para quem lê mas perrengue pra quem sofre, cheguei na cidadezinha.
Tava com um mochilão pesado e já esgotado da viagem.

Tinha marcado de ficar hospedado na casa de um camarada que só conseguiria encontrar as 21h30 , sendo que tinha chegado na cidadezinha no meio da tarde. Comecei a perambular pela cidadezinha, por ruas paralelas e próximas do endereço em que ficaria hospedado. Encontrei um barzinho raiz, que vendia pastel entre outros salgados, onde possivelmente conseguiria desenrolar pra usar o Wi-Fi.

Comecei a trocar ideia com Francisco — dono do bar- um paraguaio com seus 30 e poucos anos e enquanto ia matando a fome, comecei a explicar a minha situação: mochilão pesado pra carregar até quase as 22 e cansaço de viagem. Com uns 5 minutos de ideia, ele me ofereceu de deixar as coisas ali, colocou a internet a minha disposição e começou a me falar que o seu pai era um viajante também. Que já conheceu um montão de lugares pela América Latina, inclusive o Brasil, além de algumas aventuras pela Europa.

Deixei as coisas lá, saí pra dar uma volta pela Playa San José ( joga no Google), que por sinal é um absurdo de linda e quando deu mais a noite, consegui encontrar com o camarada que ia me hospedar pelo couchsurfing. A grande questão é: ele não tinha internet. Como trabalho a distância na Local Cave, não conseguiria trabalhar dessa forma e então, passei a frequentar cada vez mais o barzinho raiz. Entre idas e vindas nesse lugar, acabei conhecendo o pai do Francisco, o Seu Cosme.

Ficamos horas trocando ideia, ouvi suas histórias pelo Brasil, seus sonhos de viagem e tudo mais. Pedi sugestões, batemos um bom papo, até que no outro dia, assim que tinha voltado de um passeio nas ruinas jesuítas ( Google) e passei pra pegar de novo a internet, ele apareceu e me chamou pra tomar um café.

Tive ali, depois de pouco mais de 2 semanas, uma das minhas primeiras experiências finalmente locais, podendo ouvir e entender um pouco mais do Paraguai. Ouvi sobre a Guerra do Chaco entre a Bolívia e o Paraguai, além de entender um pouco mais sobre a Guerra da Tríplice Aliança ( que praticamente não nos é apresentado no Brasil), o genocídio coletivo que Argentina, Brasil e Uruguai provocaram pra cima do Paraguai e devastou o país.

Ali pude entender um pouco mais do paraguaio, dos reflexos da guerra na história do país. Pouco depois da guerra, restaram da guerra uma quantidade ínfima de homens, em que segundo Seu Cosme, sobraram cerca de 15000 homens em todo o país, sem contar com os idosos e meninos.

Dessa forma, segundo o senhorzinho, surgiu a figura da mulher paraguaia, as guerreiras que juntas tiveram o papel de reconstruir o país e restabelecer o equilíbrio.

O engraçado é que justamente o que não foi planejado, acabou trazendo a mais rica das experiências. Um papo cabeça com um senhor super inteligente e que acabou se tornando meu amigo. Enquanto escrevo isso aqui, estou arrumando as coisas para voltar lá na casa do Francisco e do Sr. Cosme para usar o Wi-Fi e trabalhar por mais algumas horas na Cave, enquanto que também decido para onde que vou nos próximos dias: já direto pra Bolívia ou Argentina.

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Pedro Franklin
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Mochileiro, viajante. Sonhador. Percorrendo a América Latina botando as principais cidades no planejador de viagens da Local Cave