2020, o ano do adubo
Não vou fingir aqui que 2020 foi um ano paz e amor. O mundo estava pesado para um caraio, pessoas morrendo, uma pandemia com uma crise que provavelmente será a maior crise que vamos enfrentar em vida. Não sou blogueiro de good vibes, namastê e etc.
Mas, ao mesmo tempo, não vou fazer a cena que nossa, eu sofri pra caralho, foi muito difícil e afins. Para começar, quando a pandemia mandou todo mundo se trancar em casa, eu só olhei para o meu computador e pensei: ok, como será?
Já trabalhava desde 2012 como home office, não era um cenário novo. Aliás, sequer precisava me adaptar a isso. Anos de prática e técnicas apuradas. Claro, eu estava em plena jornada de autodescoberta com a terapia e isso precisou de uma nova rota. Não era mais na rua, mas sim trancado em casa.
Teve horas que o tédio bateu, que deu medo e tudo mais. Eu sou humano, afinal de contas. Mas soube fazer a uma caipirinha deliciosa desses limões. Terminei pós, fiz vários cursos, consegui usar esse tempo todo trancado para olhar meu cenário e evoluir.
E tive sorte, muita sorte. Minha sociedade deu frutos e segue dando e, com isso, meu bolso conseguiu respirar. E isso traz dignidade para a pessoa, né? Consegui seguir com psiquiatra e psicólogo, ambos fundamentais para eu passar por tudo isso com a sanidade no lugar.
Chego, como todo mundo, nesse final de ano cansado, bem cansado. Preciso de uns dias desligado de tudo e de quase todos para deixar umas energias para trás, colocar outras no lugar e começar 2021 com a força que ele já está pedindo.
2020 foi uma merda, mas dessa merda tá nascendo coisa boa. Então é adubo.