E sua saúde, como vai?
Eu nunca tinha sido internado. Nem deitado em uma maca e colocado sob efeito de anestesia geral. Coisas que podem parecer normais para algumas pessoas, para mim sempre foi coisa de Grey’s Anatomy. Até algumas semanas atrás.
Um belo dia surgiu um estranho inchaço no meu pescoço. Mas eu estava cansado, ansioso com mil coisas que estavam por mim, em ritmo (corrido) de fim de ano e, como não tinha nenhuma dor, decidi deixar para lá.
Os dias foram se passando, o inchaço não sumiu, mas diminuiu. Ok, o Doutor André Sobreiro se diagnosticou e seguiu a vida. Um domingo eu acordo e não só o inchaço voltou, como ainda estava com um ponto de dor. Ok, meu diploma em séries médicas não poderia mais ser usado. Corri para a emergência do hospital, pronto para aquele diagnóstico rápido, um remédio e a tempo de voltar em casa para o almoço. Que ingênuo eu.
Um dia na Emergência, mais quatro internados, vários exames e por fim uma biópsia no pescoço com anestesia geral. E todas as seguranças vão para o espaço. Por mais otimista que eu tentasse aparentar, toda noite a dor batia e eu chorava muito, chorava sem medo.
Aliás, depois que voltei para casa, o choro ainda durou alguns dias. Foram apenas cinco dias, mas o bastante para me tirar do meu rumo. O medo me bateu forte naqueles dias. Agora que estou escrevendo isso, sigo assintomático e sem um diagnóstico. Mas aprendi algumas coisinhas em toda essa experiência.
Não, a Shonda não nos ensina nada. Surgiu algo estranho? Vai logo ao médico. O google até pode te ajudar, mas esteja pronto para somatizar tudo que você ler por lá. E se somatizar, conta para o médico. Qualquer detalhe ajuda e, aquela pequena coisa, pode ser o sintoma que ele está procurando e não achou. Aliás, fale. Fale bastante. Não confie nas perguntas do médico apenas. Ele está formando o raciocínio dele e isso é ótimo, mas a saúde segue sendo sua. O maior interessado é você.
E não seja que nem eu: marque os médicos todos e durma tranquilo. Lição aprendida.
