Você já foi uma pessoa tóxica?

André Sobreiro
André Sobreiro
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2 min readJun 10, 2019

Eu já. E você provavelmente também. Mas eu decidi resgatar esse blog que estava abandonado já tem um tempinho para falar de coisinhas que acontecem na minha vida, sem a menor pretensão e começar com esse tempo que assombrou minha vida recente.

Esse último ano eu conheci uma pessoa tóxica. E, claro, eu não notei nada. E sim, algumas pessoas me alertaram sobre, mas já eu entro nessa questão. Ano passado entrei em uma fase muito frágil da minha vida. Minha saúde mental, especialmente depois de 2017, deu uma enorme oscilada. Eu me afastei dos meus amigos, de fazer as coisas que eu gosto e, principalmente, de mim mesmo.

E assim a pessoa surgiu. Interessada em mim, nas coisas que eu faço, na minha vida. Era tudo que eu precisava naquele momento e, não nego, foi muito importante em uma fase dessa jornada.

Ele me ajudou verdadeiramente a me olhar, a me amar de novo, a me enxergar como um ser humano interessante. E quanto mais ele fazia isso, mais eu o endeusava. Até que duas coisinhas começaram a acontecer. A primeira delas é culpa minha também, que foi me isolar de outras pessoas. Para que mais gente se a pessoa me supria de todo esse amor? Não precisava.

E a segunda foi quando comecei a tomar alguns caminhos por absoluta escolha e a pessoa não aceitou bem. Esse ponto, aliás, eu confesso que não entendo até hoje. Como fomos de pessoas tão próximas a absolutos estranhos? Até porque eu não queria esse afastamento total inicialmente, só ganhar uma distância saudável. Mas relacionamentos são vias de mãos duplas e a gente passou a querer coisas distintas. Prevaleceu a distância que ele queria.

Sobre as pessoas que me alertaram, eu hoje consigo as dividir em dois grupos nítidos: alguns de fato estavam preocupados comigo e, a esses meu eterno amor. Outros não estavam interessados mim, mas sim na minha ausência. Percebe a diferença? Eu estando lá, para ser penico das angústias dela, já bastava.

Quando o rompimento aconteceu, vivi luto, raiva, tudo isso. O culpei absolutamente pelo que aconteceu. Hoje sei que tenho lá minha parcela, eu me deixei entrar nessa espiral de dependência. E também, conforme o tempo foi passando, fui notando que a toxicidade dele não é clara pra ele como é para quem sofre (feito eu sofri), com ela. E nos dias atuais, pelo menos do que eu noto agora de longe, ele segue não disposto a ouvir e evoluir.

Mas é a vida. As relações tem ciclos. Grandes e pequenos. Uns que acabam e voltam, outros que se vão para sempre. E tudo bem. Tive bons ensinamentos com ele, inclusive na parte ruim. E tudo bem.

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André Sobreiro
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Vivo de internet e cultura! Edito esse blog, o Salada de Cinema e muito mais coisa por aí!