Os 15 melhores livros de 2016

Cassio Bartolomei
Blog do Book4you
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9 min readDec 18, 2016
Foto: Reprodução

Por Jacob Paes

Nessa época do ano é comum que sites, revistas e jornais divulguem suas listas com os livros que seus críticos, colunistas ou escritores consideram os melhores lançados durante o ano. O Book4you fez um apanhado do que foi publicado por eles lá fora para que você fique por dentro das principais listas. Alguns livros ainda são inéditos no Brasil, então fica aqui, também, a dica para você guardar esses títulos com carinho na sua readlist, para quando eles chegarem em nossas terras.

Várias obras deste ranking aparecem em mais de uma lista, o que é comum; apenas a ordem é um pouco diferente. Assim, o critério adotado para classificar os melhores livros de 2016 foi o número de aparições em mais de uma lista internacional, e quão bem posicionado o título estava nelas. Além disso, incluímos também os livros mais votados na rede social Goodreads, o que reflete diretamente a escolha popular.

15. ‘Harry Potter e a criança amaldiçoada’, de John Tiffany, Jack Thorne e J.K. Rowling (Rocco)

Com 128.543 votos na rede social Goodreads, o mais novo título da franquia Harry Potter foi eleito o melhor livro de fantasia de 2016 de acordo com o voto popular. Todo ano, o site faz uma espécie de enquete em que o público pode votar nas suas leituras favoritas em certas categorias. É claro que os Potterheads não podiam deixar barato: colocaram a adaptação do roteiro da peça que mostra o bruxo mais velho, trabalhando no Ministério da Magia e com três filhos, no primeiro lugar de sua categoria e com uma votação bastante expressiva.

14. ‘The book of memory’, de Petina Gappah

O jornal britânico The Guardian perguntou a diversos autores quais livros eles achavam que eram os melhores do ano. Paula Hawkins, responsável pelo enorme sucesso ‘A garota no trem’ (e com livro novo vindo por aí), escolheu este, estreia da autora Petina Gappah e ainda inédito no Brasil. No livro, acompanhamos a história da única mulher no corredor da morte de uma prisão do Zimbábue. Ela reflete sobre sua família, culpa e redenção, tornando-se um relato espirituoso e terno da vida em um país que passa por mudanças.

13. ‘Último turno’, de Stephen King (Suma de Letras)

Este é mais um título eleito pelo público no Goodreads, vencedor da categoria thriller e mistério com 42.382 votos. No livro, Stephen King leva a trilogia Bill Hodges a uma conclusão sublime e aterrorizante, combinando a narrativa policial de ‘Mr. Mercedes’ e ‘Achados e perdidos’ com o suspense sobrenatural que é sua marca registrada.

12. ‘The Nix’, de Nathan Hill

Ainda inédito no Brasil, ‘The Nix’ é o primeiro livro do australiano Nathan Hill, e foi considerado “brilhante” pela autora Lionel Shriver, da qual falaremos mais para frente, na lista do The Guardian, além de ter escolhido também pelo The Huffington Post. A história se passa em 2011, quando Samuel, um professor universitário, se depara com a volta de sua mãe, que abandonou sua família e ele décadas atrás, quando ele era criança. Porém, aparentemente ela cometeu um crime absurdo, que abastece todo o noticiário noturno, se espalha pela internet e põe em chamas a política já dividida do país. A mídia faz um retrato da mãe de Samuel muito diferente da imagem que ele tinha dela. Qual é a versão correta?

11. ‘String theory’, de David Foster Wallace

Publicado no Brasil pela Companhia das Letras, Wallace foi um romancista, contista e ensaísta, mas nesta obra, ainda inédita no país e eleita a melhor do ano por Bill Gates, são reunidos cinco ensaios de não ficção sobre tênis escritos pelo autor, que atuou como jogador em Illinois, Estados Unidos, em 1992. O livro também conta com o perfil de Roger Federer, feito em 2006. Mas Gates garante: “você não tem que jogar ou mesmo assistir tênis para amar este livro”.

10. ‘The girls’, de Emma Cline

Terceiro lugar na lista de melhor ficção do Goodreads, com pouco mais de 27.500 votos, ‘The girls’ também teve uma boa recepção crítica, figurando na lista de melhores do ano do The Huffington Post e do The Guardian (eleito pelo autor Geoff Dyer), além de outras publicações. O livro pode ser considerado um thriller, pois há um mistério em relação a um crime cometido, mas o interessante mesmo é a prosa da autora, que conta a história do ponto de vista de uma mulher de meia-idade que resolve olhar para trás, para sua vida de adolescente meio infeliz na loucura da Califórnia dos anos de 1960, quando embarca na onda de uma garota mais velha e de uma seita que logo se tornaria famosa por sua violência.

9. ‘Truly madly guilty’, de Liane Moriarty

Moriarty já teve dois de seus livros publicados no Brasil, pela Intrínseca, com relativo sucesso: ‘O segredo do meu marido’ (2014) e ‘Pequenas grandes mentiras’ (2015). O lançamento deste ano, ainda inédito por aqui, foi o vencedor de melhor ficção no Goodreads com mais de 30 mil votos. Nota-se, portanto, que a autora é bastante popular. Em ‘Truly madly guilty’, ela aborda as bases de nossas vidas: casamento, sexo, paternidade e amizade, mostrando como a culpa pode expor falhas nos relacionamentos mais aparentemente fortes, como o que não dizemos pode ser mais poderoso do que o que dizemos e como às vezes o mais inocente dos momentos pode fazer o maior estrago.

8. ‘No café existencialista’, de Sarah Bakewell (Objetiva)

Com o título em inglês de ‘At the existentialist café: freedom, being, and apricot cocktails’, o livro de Sarah Bakewell, biógrafa de Montaigne, é prometido no Brasil pela Objetiva ainda para este ano. A obra, que ficou entre os melhores livros de não ficção de 2016 na lista do The New York Times, retrata algumas das personalidades da Fenomenologia, como Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Albert Camus, entre outros.

7. ‘O gene’, de Siddhartha Mukherjee (Companhia das Letras)

Além de ter sido eleito uma das melhores leituras do ano por Bill Gates, que lê muito, também apareceu na lista da The Economist. É uma obra na qual Siddhartha Mukherjee, vencedor do prêmio Pulitzer de não ficção de 2011, combina ciência, história social e relatos pessoais para contar a narrativa de uma das mais importantes descobertas dos tempos modernos: o gene humano. Ao investigar a hereditariedade, Mukherjee mostra como a genética influencia nossas vidas, personalidades, identidades, destinos e escolhas, contando também um pouco sobre a história de sua própria herança genética.

6. ‘Another Brooklyn’, de Jacqueline Woodson

Destacado como um dos melhores livros do ano pelo The Huffington Post, ‘Another Brooklyn’ conta a história de uma garota cuja família se muda para o Brooklyn após uma perda desorientadora. A obra é “temperada” com visões antropológicas sobre morte, sexo, música e o fenômeno da gentrificação — quando mudanças alteram uma região de forma extrema. A heroína da história, August, uma vez definida por seus relacionamentos com as jovens de seu bairro, decide trabalhar como cientista social. Ela faz uma reflexão sobre envelhecimento, e acaba narrando uma grande história.

5. ‘The association of small bombs’, de Karan Mahajan

Foi eleita a melhor ficção do ano pelo The New York Times e apareceu na lista de diversas outras publicações. O livro de Mahajan foi definido como inteligente, devastador e imprevisível. Tudo começa com um ataque terrorista no mercado de Déli, com as vidas dos afetados sendo acompanhadas a seguir. Isso inclui a de Deepa e Vikas Khurana, cujos filhos mais novos foram mortos, e Mansoor, o amigo machucado dos meninos, que conforme cresce começa a flertar com uma forma de radicalismo político. Como a narrativa sugere, nada pode se recuperar de uma bomba, nem nossa humanidade, nem nossa política, nem mesmo nossa fé.

4. ‘Swing time’, de Zadie Smith

Foi eleito o melhor livro de 2016 pela autora Taiye Selasi na lista do The Guardian, além de aparecer nas listas da Time, The Economist, entre outras. O livro conta a história de duas meninas que estão crescendo em um orfanato em Londres e amam dançar, mas só uma delas tem o talento para seguir a carreira. Na idade adulta, a narradora troca a pobreza de Londres pela pobreza da África Ocidental muçulmana — até que os eventos a devolvam à sua mãe dominadora e à amiga maior do que a vida.

3. ‘The Mandibles’, de Lionel Shriver

Autora de ‘Precisamos falar sobre Kevin’, Shriver teve seu novo livro eleito como o melhor na lista de Alex Preston, jornalista, autor e crítico de literatura do The Guardian, e também foi citada na lista da The Economist. Trata-se de uma distopia satírica ainda inédita no Brasil. O livro retrata a morte do sonho americano, quando o país está sob o comando de um presidente confuso mas carismático e um muro na fronteira com o México é construído — mas para barrar os americanos famintos de invadir o território mexicano, o vizinho rico dos Estados Unidos. Na visão de Preston, o romance é um salto cáustico e presciente para um futuro não muito distante.

2. ‘A vegetariana’, de Han Kang (Devir)

E qual o melhor livro de 2016 para Lionel Shriver, autora do livro anterior? Na lista do The Guardian, depois de ‘The Nix’, já apresentado no 12º lugar, é este aqui, que também figurou entre as primeiras posições das listas de The New York Times, The Economist, The Huffington Post e Publisher’s Weekly, entre outras. O livro, que vem da Coreia do Sul, também ganhou o prêmio Man Booker International de 2016. Apesar disso, a edição brasileira foi lançada em 2013 e a publicação original data de 2007, reunindo três novelas no mesmo volume, que se complementam e formam um todo, mas podem ser lidas independentemente. O livro conta a história de uma mulher coreana que decide não comer mais carne e enfrenta toda a repercussão social que uma decisão desse tipo provoca naquele país. A primeira parte é contada do ponto de vista do marido; a segunda, com um leve toque sensual, do ponto de vista do cunhado (marido da irmã) da vegetariana; e a terceira, do ponto de vista da irmã.

1. ‘Underground railroad’, de Colson Whitehead

O autor já foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras, mas esta obra é inédita. Foi eleita a melhor ficção de 2016 pela Time e figurou nas primeiras posições nas listas de The New York Times, The Wall Street Journal, Publisher’s Weekly, entre outras, além de ter sido uma das escolhas da autora Katie Roiphe na lista do The Guardian. Nessa releitura da história americana, depois de Cora, uma escrava numa plantação da Geórgia, ser espancada e estuprada por seu senhor, ela foge para o norte, encontrando mais perigo ao longo do caminho. Para o WSJ Review, o livro consegue confrontar o pecado original da nação americana, mas reafirmar a visão esperançosa da experiência estadunidense. Já Roiphe declarou que, em tempos de Trump, trata-se de um livro poderoso e depressivo, responsável por assombrá-la ao longo do ano.

Agora já temos mais material para passar o ano de 2017 cheio de leituras. E, se quiser encontrar mais dicas, não se esqueça de utilizar o Book4you para conhecer novas obras e montar suas readlists!

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Triathlon, Iron Man, Livros, ovo de gema mole e feijão por cima do arroz.