O simulacro da Samarco: o desastre em Mariana pode ser encoberto por um comercial de TV?
Quinhentos mil reais. Esse é valor estimado por trinta segundo de comercial no horário nobre (que vai 18h a meia-noite, tendo como “pico” o horário entre 20h e 23h) da TV Globo.
Provavelmente foi essa “bagatela” desembolsada pela Samarco, empresa responsável pelo maior desastre ambiental do Brasil em todos os tempos, para tentar amenizar sua imagem perante a opinião pública.
Consta, entretanto, que a iniciativa não foi bem recebida pelo público que fez duras críticas à empresa nas redes socais. Pudera! Num momento em que a empresa deveria mover esforço para ajudar as vítimas e reparar os prejuízos causados, ela fez o que já é esperado por uma megaempresa capitalista: tenta limpar sua barra a qualquer custo.
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Homem carrega caixão de Emanuele, 5, vítima da tragédia. / RICARDO MORAES (REUTERS)[/caption]
Além das mortes e desaparecimentos provocados, a lama da barragem deixou em seu rastro famílias destroçadas pela perda dos entes queridos e pela destruição de bens conquistados com muita luta e suor.
A gramática de Mariana se refere de forma reiterada aos prejuízos provocados como sendo “irreversíveis”, “irreparáveis” e “incalculáveis”.
Veicular um comercial com grandes custos quando a empresa sequer tem se prontificado de forma plena a indenizar as famílias prejudicadas e reparar os danos causados é um verdadeiro acinte a inteligência das pessoas.
Conforme nos ensina o dicionário, simulacro é, entre outras coisas, “aparência sem realidade”. As imagens exibidas neste anúncio da Samarco são exatamente isso: uma aparência que não condiz nem de longe com a realidade dos fatos.
A Samarco deve pagar, mas pagar a quem ela realmente deve: ao povo brasileiro.