2020, o fim de [mais] uma década

Luiz Gomes
blog.do.luiz
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5 min readJan 2, 2021

Fechamos mais uma década e nesses 10 anos foram pautados em grandes mudanças, amadurecimento e uma avalanche de aprendizados que me acompanharão por muito tempo. Em 2010 estava chegando no auge da minha carreira precoce como professor de matemática, naquela época eu estava fechando meu primeiro ciclo universitário com projeções profissionais bem definidas e nenhuma noção do que estaria por vir.

Nesses 10 anos eu abracei as mudanças e as novas oportunidades, em 2012 larguei minha vida como professor para entrar de cabeça no mercado de tecnologia, primeiro como consultor depois como empreendedor. De 2013 a 2017 eu empreendi uma startup que me levou a vários lugares, me fez amadurecer e aprender demais… foram experiências que me trouxeram até aqui e que dão base as minhas principais lições dessa última década.

5 Lições dos últimos 10 anos

1_Não há [apenas] um caminho

Podemos fazer muitos planos, ter sonhos, desejos e expectativas de crescimento… mesmo com uma estrutura clara e sólida não podemos esquecer que qualquer caminho projetado pode mudar e isso não será [necessariamente] um problema para nosso sucesso pessoal!

Cada caminho que escolhemos terá boas e más experiências, faz parte de todo processo de crescimento aprender com tudo que vivemos. Por isso, uma das lições mais fortes que adquiri nessa década é o entendimento de que o bom dos caminhos que escolhemos são os momentos vividos.

Com um objetivo em mãos, não precisamos gastar esforços projetando como será nossa vida daqui 5 ou 10 anos uma vez que nosso campo de visão sempre será limitado. Por isso o que torna os caminhos únicos é a importância que damos ao presente, a cada passo dado.

2_Não precisamos mudar para fazer parte ou ser aceito

Há uma tendência das pessoas mudarem (ou encobrirem) o que são para serem aceitas em grupos ou ambientes, essa vontade de achar uma adequação vai, no médio prazo, destruir nossa autoestima.

Durante muito tempo deixei de lado o que acredito ou como acho que devo me comportar para fazer parte de alguns grupos que, na minha visão, eram bons… o resultado foi descobrir que todo esse esforço de mudança perde o sentido em pouco tempo.

Assumir nossos comportamentos e personalidade além de criar relações mais sinceras, aproxima quem vê valor em quem realmente somos.

3_Lealdade é para poucos

Confiar nas pessoas é um ato de coragem, não que devamos desconfiar de tudo e todos, mas até que ponto vamos “colocar as mãos no fogo” por alguém?

As pessoas são passageiras e, sem dúvida, uma das principais lições tidas nessa década vem de saber lidar com essa temporalidade. Nós mudamos, todas ao nosso redor também, por isso é preciso saber receber as pessoas que se aproximam e deixar ir as que não querem mais ficar.

Não espere lealdade das pessoas, ao invés disso construa relações com bases sólidas sobre a transparência e sinceridade para que durem independente da proximidade e do contato. Lealdade se desenvolve com o tempo, através de vivências conjuntas e por isso, com poucas pessoas.

4_Sempre haverão altos e baixos

Quando atuava como professor projetava um futuro estável e [quase] linear, mas as mudanças inesperadas mostraram uma realidade complexa, instável nada linear. Assim como os muitos caminhos, nossos momentos oscilam e nos surpreendem a cada dia.

Acredito que as experiências mais profundas são adquiridas quando abrimos caminho para as instabilidades, ou o risco de fazer o que muitos podem não aceitar ou entender. Foi assim que vivi os últimos 10 anos quando resolvi mudar de carreira, mudar alguns comportamentos e principalmente mudar minhas prioridades.

Mudar é arriscado e assustador, mas necessário. Claro que as mudanças não precisam ser extremas, basta que nos causem um certo desconforto e o senso de tentar “reorganizar” as coisas. Mudar também é aceitar que a jornada não é linear (nem para o crescimento, nem para a queda), os altos e baixos são a garantia que estamos vivendo e amadurecendo.

5_As vivências são os melhores ganhos

Nada é mais importante que viver… parece óbvio, mas nem todo mundo entende a importância do viver e das vivências. Vivenciar é ter a vida como um prato de comida ou uma garrafa de vinho que queremos tirar o máximo de cada mordida ou gole.

Independente de onde você esteja, o que faça ou em que condições está hoje… a vivência está em todos os lugares e com todas as pessoas, isso significa que nem tudo que vivenciamos nos agrada ou nos faz bem, há vivências que machucam, incomodam e até nos tiram do sério, o que não as faz menos importantes.

Uma vez fui perguntado sobre qual o legado que deixar, pensei por um tempo e cheguei na única resposta possível, quero deixar minhas experiências e minhas histórias. E isso só faz sentido porque nesses últimos 10 anos eu me permiti experimentar uma vida que nem sempre foi boa, mas abriram meus olhos para o que há no mundo e o que há em mim.

O que espero para os próximos 10 anos?

Ninguém vai negar que 2020 chacoalhou as nossas cabeças de uma forma totalmente inesperada. Fomos desafiados a conviver intensamente com nós mesmos, uma vez que nossas “fugas” foram limitadas pelo risco da exposição. Esse ano mudou quase completamente minha visão de futuro, começando com o reforço de que não conseguimos (nem precisamos) olhar muito a frente para desenhar uma jornada que pode mudar a qualquer momento — literalmente -.

Nessa década espero consolidar o que tenho construído todos os dias, dando significado às pessoas sobre as áreas que pesquiso e atuo. Sei que isso só acontecerá com os resultados, ainda mais relevantes, que quero gerar com maturidade e pés no chão.

Entendendo o momento que estamos vivendo, busco estabilizar minhas relações de modo que sejam leves e estruturadas sobre ambientes de desenvolvimento pessoal e profissional… posso escolher me aproximar de quem contribua com meu crescimento, não as que criam “barreiras”.

E, como disse, sigo buscando novas vivências e experiências que vão enriquecer meu legado e minha história.

E você, já pensou o que fará com sua próxima década?

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Luiz Gomes
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Movido por desafios, estrategista e modelador. Faço o que acredito, promovo inovação através da interação de pessoas. https://kamelo.substack.com/