Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 2: San Ignacio Miní, Argentina

Leo Cavallini
Blog Leo Cavallini -  Portugues
16 min readJun 22, 2017

Esta é uma série de cinco posts sobre uma viagem recente de ônibus e bike pela Argentina e Paraguay para explorar as missões jesuítas do século XVII na América do Sul

Neste post você verá fatos históricos e fotos da minha visita, seguido por informações turísticas. Todas as imagens foram tiradas por mim, a menos que indicado.

(Read in english here)

Reducción Jesuítica de San Ignacio Miní, Misiones, Argentina

Como dito no primeiro post da série, a redução jesuíta de San Ignacio Miní foi fundada primeiramente em 1609 na região do Guayrá, onde hoje é o norte do estado brasileiro do Paraná. Fugindo da invasão dos bandeirantes portugueses vindo de São Paulo em buscas de escravos indígenas, os jesuítas e guaranis das reduções de San Ignacio e Nuestra Señora de Loreto migraram em 1629 para a margem leste do Rio Paraná, mais precisamente para os bancos do Rio Yabebiry. As ruínas são localizadas hoje na porção sudoeste da província de Misiones.

Reprodução de San Ignacio Miní. Mural pintado em 1930 em uma estação de metrô de Buenos Aires. (Fonte: SBASE / Gobierno de Argentina, Creative Commons)

Era uma tarde de outono, passado das 4h. O céu azul com poucas nuvens quando cheguei nas ruínas de San Ignacio. Bike acorrentada na bilheteria, ingresso comprado, uma rápida conversa com a equipe que me convidou a entrar em um antigo prédio em frente da entrada por um extra de ARS 30 pesos. Pulei essa etapa, já era tarde e a melhor luz banhava o lugar. Não podia perder isso.

1. Workshop courtyard / 2. College Courtyard / 3. Church / 4. Cemetery / 5. Hospital & Cotiguazú / 6. Houses of natives / 7. Central plaza / 8. Prison / 9. Barn

“No princípio”, os pontos cardeais: leste, oeste, direita, esquerda

É importante ter em mente que todas as reduções jesuítas foram construídas da mesma forma: o padre reza a missa olhando para os fiéis e voltado para o norte, assim a luz do sol na manhã atinge as janelas do lado direito da igreja vindo do leste e fecha o dia banhando as paredes a oeste, do lado esquerdo.

Assim que você entra no parque em direção à fachada da igreja, você está caminhando sentido sul. Então irei me referir a locais citando os pontos cardeais: esquerda significa oeste, direita significa leste.

Isso posto, adelante.

Entrando no parque…

…um caminho cruza um setor de selva, terminando numa clareira onde pode-se ver as ruínas da igreja principal, a uns 200 metros da entrada. Um casal idoso passa por mim e me cumprimenta em castellano. Ir direto à igreja é tentador mas a luz na selva está fascinante.

As viviendas

Qualquer coisa mais velha que 100 anos me faz cair de amores instantaneamente. E esse pedaço de selva tinha isso.

(Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

Em ambos os lados do caminho estavam as casas dos nativos, as viviendas, construídas em pedra e coberta por vegetação e musgo.

As casas dentro da selva eram dos índios comuns, uma casa por família. As casas na beirada da clareira e próximas à igreja eram destinadas aos caciques.

Casa de um cacique, com as portas e janelas voltadas para o campo aberto

Plaza de armas ou plaza central

Conforme perambulei pela selva, ela se abriu para um campo aberto, a plaza de armas ou plaza central.

A plaza central: a prisão (construção quadrada à esquerda), as viviendas (construções longas). No topo da esquerda pra direita: as oficinas, o colégio, a igreja e o cemitério (Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

A plaza central é cercada pelas viviendas dos dois lados, as mais ao centro, dos caciques. No lado oposto da igreja havia duas construções longas, os cabildos, uma espécie de conselho onde decisões entre índios e jesuítas eram tomadas. Havia também duas capelas, uma para os homens e outra para as mulheres, onde se rezava de manhã e à noite.

A igreja principal estava na minha frente. As paredes do colégio, citada aqui posteriormente como patio de los padres, está do lado direito da igreja, às paredes a leste. E ao lado esquerdo, o cemitério a oeste.

Não sei se era a intenção mas é uma boa analogia pensar que educação e trabalho eram feitos onde o sol nasce e o cemitério representando o fim está localizado onde o sol se põe. Até mesmo o batistério está a leste e a sala de funeral a oeste (vale notar que as duas ruínas que visitei no Paraguai são ao contrário, não sei por que).

Para o sul: essas caixas são totens com informações turísticas e ilustrações dos redores, as mesmas que você vê aqui com os créditos “Trexel Animation”
Para o leste: visão da plaza central. Os turistas vem da esquerda, as casas dos caciques estão no fundo, a entrada da igreja à direita na foto

Apesar de ser um destino bem popular turisticamente, o lugar estava praticamente vazio, com exceção de uma criança e seus pais que logo sumiram de vista. Me senti sortudo por isso.

Fachada

As viviendas e os cabildos com uma capelada de cada lado, a praça central e a igreja ao fundo (Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)
Vistas da entrada. Ver o piso e as paredes vandalizadas me deixaram bem chateado.
Reprodução da fachada de San Ignacio Miní. Mural “Casamentos Coletivos” pintado em 1930 em uma estação de metrô de Buenos Aires. (Fonte: SBASE / Gobierno de Argentina, Creative Commons)

A igreja

Conforme dito antes, o padre reza a missa olhando para o norte, então as janelas a leste e oeste recebem o máximo possível de luz solar para iluminar a igreja, até mesmo dando uma atmosfera sagrada ao interior do lugar.

(Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)
Reprodução do que pode ter sido a nave da igreja
Vistas do altar ao centro e os acessos à esquerda para o batistério e à direita para a sacristia.
O altar
Para o norte: vista da igreja a partir do altar. Veja como a luz do fim da tarde vem do oeste.
A natureza retoma o lugar de uma forma ou de outra
A insígnia IHS, provavelmente recuperada da fachada da igreja
Auto-retrato próximo ao lado esquerdo da igreja, onde a insígnia IHS está colocada. Ao centro na foto pode-se ver a porta ao claustro, fotografada abaixo.
Para o leste: porta ao claustro, localizado do lado direito da igreja
Para o oeste: porta para o cemitério, localizado à esquerda da igreja

O colégio

Do lado direito da igreja, a leste, está o claustro, o patio de los padres ou jardim dos padres.

Da esquerda pra direita: as oficinas, o colégio, o cemitério, uma horta com um pomar ao fundo (Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

O local também é conhecido como colégio, consistindo numa praça certada por uma fileira de cômodos ao sul: as classes, a cozinha, o refeitório e as despensas. Dividido por um corredor próximo mais à leste, outra praça com uma construção e mais cômodos, as oficinas.

Vista do claustro, o jardim dos padres (Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

O local está ricamente decorado em suas escadas, paredes e colunas, a começar pela porta, como se lê na placa:

PORTA AO CLAUSTRO
(Jardim dos padres)
Esta que em sua parte superior mostra uma lápide com motivos simbólicos. Uma água com uma coroa imperial, mais abaixo uma serpente em atitude agressiva e uma sereia. Ao centro, a insígnia jesuíta.

Para o nordeste: porta de acesso do claustro para a igreja, com motivos simbólicos acima. À esquerda na foto, a porta para o batistério
Esquerda: o mesmo local da foto acima. Mural “Beija-mãos dos caciques” pintado em 1930 em uma estação de metrô em Buenos Aires. (Source: SBASE / Gobierno de Argentina, Creative Commons) / Direita: detalhes dos motivos simbólicos.
Para leste: O jardim com as oficinas ao centro-esquerda e os outros cômodos à direita
Detalhes das colunas. A foto da esquerda mostra a porta para o cemitério ao fundo.
Detalhes das janelas à direita da porta
Para oeste: visão frontal da porta com os motivos, a igreja e a porta do cemitério ao fundo
Para o sul: entrada alternativa para o batistério, que também podia ser acessado de dentro da igreja. O cômodo está posicionado à direita do altar.
Olhando a sudeste: escadarias para as salas de aula

As salas de aula

Na parte dos fundos do patio de los padres e à direita da igreja estão as salas de aula.

(Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

Este era o local para as crianças aprenderem latim e espanhol, ler e escrever e catolicismo.

Um corredor dividia outra praça mais a leste. É onde as oficinas estavam localizadas. Seguindo o corredor e ao lado das classes estava a cozinha e o refeitório.

Direita: vista das salas de aula a partir do claustro. Acredito que o portão é contemporâneo às restaurações. / Direita: acredito que este cômodo era o refeitório e a cozinha
Para norte e noroeste: as oficinas à direita, o jardim no jardim ao centro-esquerda (sol se pondo) com a porta da igreja atrás das árvores. Atrás de mim estava o hall da foto acima à direita, olhando para a mesma direção.
Para o sudeste: visão oposta do mesmo local acima: oficinas à esquerda do corredor, as salas de aula ao fundo e as árvores com a porta da igreja ao fundo. Esse corredor leva à cozinha e ao refeitório.
Uma cripta próxima à cozinha / refeitório. Não sei porque, armazenar comida ali não faria sentido. Existia um sótão ventilado próprio pra isso.
Para o sul: uma sala de aula com a parte de trás do parque ao fundo, onde se localizava a horta e o pomar. Um campo de futebol hoje em dia.

A horta e o pomar

Na parte sul do parque e atrás do prédio com as salas de aula, cozinhas e despensas, havia uma rica horta, a huerta.

Nessa área das reduções jesuítas, eles costumavam cultivar uma grande variedade de comida trazida da Europa ou introduzida pelos nativos: legumes como batata, mandioca, milho, batata doce, cana-de-açúcar, cenoura, feijão, repolho, frutas como pêssegos, laranjas, maçãs, limões, plantas medicionais e a yerba-mate guarani, um chá que podai ser consumido como bebida quente chamada mate (o equivalente do chimarrão no Rio Grande do Sul) pela manhã e uma bebida gelada à tarde chamada terere (o tereré do Mato Grosso do Sul), misturado com ervas refrescantes como a hortelã.

Eles também criavam animais para carne e derivados de leite, transporte e couro para roupas, artigos de uso diário e religiosos.

Como em outros aspectos, essa mistura cultural provia uma troca para os jesuítas e os nativos, onde alguns hábitos alimentares ainda se mantém atualmente nas Américas e também foram levados além-mar.

Para leste: Uma agora destelhada varanda ao longo dos cômodos adjacentes dos pátios. Uma moderna cerca à direita fecha o parque
Para o norte: escadas para a varanda e as salas de aula

As oficinas

Próximo ao colégio e o patio de los padres, dividido por um corredor que leva à cozinha e ao refeitório, estão as oficinas.

(Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

Lá, um edifício com cômodos e outro pátio foram usados para a produção de peças de madeira, ferro, prata, tecidos, cerâmica, esculturas, rosários e também uma padaria.

A trincheira na foto da direita abaixo era um canal que coletava água da chuva dos telhados e direcionava a um tanque.

Esquerda: placa próximo das oficinas com um poço ao fundo. / Direita: o poço d’água com as oficinas ao fundo.

O cemitério

À esquerda da igreja, a oeste, estava o cemitério, consistindo num jardim rico em árvores e medindo o mesmo comprimento da igreja.

(Copyright: Trexel Animation para Proyecto Experience)

Os guaranis acreditam que as pessoas se transformam em terra após a morte, então terras é algo importante porque eles ficam felizes de estarem próximos de seus familiares que já se foram.

Na área do cemitério e ao lado da entrada principal da igreja estava a sala de funeral. Quando uma morte ocorria, o funeral costumava durar 48h para ter certeza que a pessoa estava realmente morta e não em coma. Mas devido às altas temperaturas na região, o funeral durava apenas 24h para evitar a alta decomposição do corpo.

Para leste: vista da igreja a partir do cemitério
Placa próximo ao cemitério / Restos de muros demarcando o perímetro do cemitério
Para leste: janela para a sacristia, cômodo à esquerda do altar, visto do cemitério. Centralizado ao fundo, a árvore frondosa do claustro.

Fechando a conta

Terminei o tour pelas ruínas jesuítas de San Ignacio Miní fotografando mais um pouco das viviendas durante o pôr-do-sol, cujas fotos estão no começo do post. Também persegui alguns quero-queros ariscos e fiz as fotos finais ao cair da noite.

Eu tinha que cair fora logo, já que o show sonido y luces (leia abaixo) começaria às 7h da noite, show que não quis pagar à parte. Eu estava cansado. Mantive o GPS no bolso o tempo todo e depois descobri que havia caminhado quase 4km distribuído em 2h30 de exploração. Mas estava feliz, encantado com as descobertas que fiz e os fatos que havia aprendido antes: os restos de uma história peculiar na colonização da América do Sul onde europeus viveram em paz com índios por quase dois séculos, até mesmo defendendo-os de outros europeus.

Un muchas gracias especial ao estúdio 3D de Buenos Aires Trexel Animation por gentilmente emprestar as concepções gráficas que ajudaram a ilustrar este texto. Estas imagens são parte do projeto multimídia executado pela empresa Proyecto Experience nas ruínas e podem ser apreciadas nos totens espalhados pela plaza central. Veja o Behance deles para saber mais sobre este trabalho.

Um quero-quero(Vanellus chilensis)
O edifício na entrada, construído em 1936 que serve como museu, que pulei a visita e cancelei

Fotos antigas

Algumas fotos antigas que encontrei principalmente em sites argentinos antes dos trabalhos de restauração. É curioso ver como a selva tomou o lugar de volta.

Créditos: Tarjetas Postales Argentinas, todocoleccion, Visitemos Misiones, Región Litoral, Argentina Patrimonial

Informações turísticas: como cheguei lá

Cheguei à cidade de San Ignacio vindo de São Paulo. Peguei um voo para Foz do Iguaçu, a famosa cidade brasileira das Cataratas do Iguaçu que faz fronteira com Argentina e Paraguai. Pedalei de Foz a Puerto Iguazú, a primeira cidade na Argentina e então para San Ignacio de ônibus.

Foz do Iguaçu > Puerto Iguazú

Um hotel barataço que costumo ficar em Foz do Iguaçu

A partir de Foz do Iguaçu eu podia chegar a Puerto Iguazú de bike. São 13km de distância do centro de Foz e fiz um rápido bate-e-volta para checar os horários de ônibus para San Ignacio e também comprar um chip da Claro (ter internet durante a viagem veio a ser uma mão-na-roda posteriormente). Depois, parei na Feirinha para uma garrafa de Quilmes e algumas empanadas. O local é uma espécie de feira de rua com cerveja, vinho, queijo, azeitonas, jamón, empanadas, alfajores e outros quitutes. Logo returnei ao Brazil pedalando minha amada magrela.

Você não pode deixar Puerto Iguazú sem comer uma empanada e tomar uma Quilmes

Você pode visitar Puerto Iguazú de ônibus saindo do centro de Foz. Se você não é brasileiro ou argentino, precisa desembarcar duas vezes para ambas as aduanas para registrar sua saída e entrada respectivamente e repetir o processo no caminho de volta para o Brasil. O ônibus te dá um tíquete onde você pode subir nos próximos ônibus para continuar o itinerário.

Também usei o dia anterior à partida para comprar alguns pesos argentinos (ARS) e guaranis paraguaios (PYG) em Foz do Iguaçu. Existem algumas casas de câmbio na Avenida Brasil, no centro.

DICA: Você pode saber se está pagando bem por algo durante a viagem ao pesquisar no Google: 10 BRL in PYG e ele retornará o valor de R$ 10 reais em guaranis.

Partidas de ônibus da Rio Uruguay de Puerto Iguazú para San Ignacio e Posadas

Puerto Iguazú > San Ignacio

Manhã seguinte, Puerto Iguazú saindo de Foz de bike outra vez. A rodoviária (la terminal) também está no centro como a feirinha.

Lá você pode comprar uma passagem para San Ignacio com algumas companhias de ônibus. Comprei a minha com a Rio Uruguay, que me custou AR$ 285 pesos (US$ 18, R$ 60). Você também pode embarcar no ônibus e pagar pela passagem ao cobrador durante a viagem.

O ônibus é super confortável e tem uma porção de partidas em um dia, incluindo viagens noturnas. Dura aproximadamente 5h e você ainda ganha uns lanchinhos durante a viagem de graça.

Un chico na poltrona à frente

Minha bike foi deitada no bagageiro sem precisar ter as rodas removidas e sem custo extra. Lembre-se: o lado direito da bicicleta e os câmbios precisam estar voltados pra cima.

San Ignacio: infos básicas e opções de hospedagem

Entrada de San Ignacio depois de cruzar a RN12 saindo da rodoviária. Cabanas da polícia e de informações estão à direita

Chegando à rodoviária de San Ignacio Reaching San Ignacio, você tem que cruzar a rodovia para a cidade. Próximo ao portal da cidade você encontra um posto policial e uma cabana de informações lado a lado. Eles podem te dar um mapa da cidade e recomendar algumas opções de hospedagem.

Primeiro tentei o San Ignacio Adventure Hostel que custa AR$ 185 pesos (US$ 12, R$ 38) para um quarto compartilhado mas acabei ficando num quarto single noHospedaje El Descanso por AR$ 250 (US$ 16, R$ 51).

El descanso / O motorhome de um casal francês / meu cavalo e o quarto que peguei

Uma rápida ducha e fui às ruínas de bike, 1,6km do El Descanso.

As Ruínas da Missão Jesuíta de San Ignacio Miní

O ingresso é válido para as quatro ruínas da região sem custo extra, é só você chegar com o ingresso em mãos e apresentar.

Residentes de Misiones: AR$ 40 (US$ 3, R$ 9)
Ex-patriados argentinos: AR$ 50 (US$ 4, R$ 11)
Argentinos: AR$ 110 (US$ 7, R$ 23)
Latino-americanos: AR$ 150 (US$ 10, R$ 31)
Estrangeiros: AR$ 180 (US$ 12, R$ 37)
(Preços em maio de 2017)

Lembre-se de informar sua nacionalidade para ser cobrado devidamente. Acabei pagando AR$ 30 pesos a mais porque não informei que era brasileiro e eles também não pediram pelo meu passaporte ou qualquer outro documento. Descobri isso na segunda ruína que visitei, Santa Ana.

Meu amado cavalo branco próximo à bilheteria

E visite o museu! Ele trará informações adicionais ao lugar. Pulei essa parte e me arrependo.

Não vandalize, mantenha seu lixo consigo ou descarte-o apropriadamente

Desnecessário dizer. O local existe há séculos, é um mardito Patrimônio Mundial da UNESCO. Não escreva seu nome lá. Se não encontrar um cesto de lixo próximo, mantenha o lixo em seu bolso até que você vá embora. Incluso bitucas de cigarro, que você pode armazenar em uma sacola ou no plástico do maço.

Nota: tenho uma teoria que a segunda foto abaixo podem ser assinaturas dos restauradores. Que eu não concordo de qualquer maneira, mas quem sabe… tem um texto bacana sobre os esforços de restauração, vale a pena ler.

Uau! Você esteve aqui… você deve ser muito importante para escrever seu nome em um mardito monumento de quatrocentos anos de idade

Coma adequadamente e carregue uma garrafa d’água!

A visita pode durar alguns quilômetros e você vai andar pra caramba, eu andei quase 4km. Antes de entrar, comi uma empanada e tomei uma Budweiser atravessando a rua. Lembre-se que os preços são um pouco salgados comparados a outros lugares na cidade, é na frente do mardito lugar! Também peguei uma garrafa d’água, que eu recomendo bastante, a maioria das ruínas não tem cobertura. Você também pode ir ao mercadinho na esquina para um pacote de bolachas, turrón y mani (torrone) e água, cerveja, refrigerante…

Show Luz y Sonido

Outra atração das ruínas que pulei foi o show luz y sonido (luz e som), uma experiência multimídia que acontece à noite e vai te custar outro tíquete (este válido somente em San Ignacio somente).

De volta à base

Saindo das ruínas no começo da noite, fui ao mercadinho da esquina para algumas porcarias e bananas. No caminho para El Descanso, parei em outro mercadinho e tive uma conversa bacana com a dona. Ela é de origem alemã — aquela região e o sul do Paraguai são bastante populados por alemães. Dona Delia Schimmelpfennig. Disse a ela que existe uma importante avenida em Foz do Iguaçu chamada Jorge Schimmelpfeng e ela prontamenre respondeu “era meu tio”. Depois descobri que foi o primeiro prefeito de Foz, a 240km dali.

Dona Delia Schimmelpfennig
Um lugar para amarrar o burro / A placa vermelha diz: “Não me inveje, não sou rico, apenas tenho trabalho”

Um banho quente no El Descanso, o desayuno na próxima manhã assistindo à fofoca argentina e preparei a bike e malas para partir pra Santa Ana, 13km descendo a RN12, que percorri no pedal.

Uma funcionária e a dona do El Descanso assistindo a fofoca matinal durante o café da manhã
Paróquia San Ignacio de Loyola, fundador da Companía de Jesús — Companhia de Jesus

A série

Os outros posts sobre esta viagem serão atualizados aqui nos próximos dias. Fique ligado: siga-me aqui no Medium, Facebook, Instagram, Behance, Tumblr

  • Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 1: Aspectos históricos e planos de viagem
  • Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 2: San Ignacio Miní, Argentina (você está aqui)
  • Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 03: Nuestra Señora de Santa Ana, Argentina
  • Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 4: Jesús de Tavarangüé, Paraguay
  • Ruínas Jesuíta-Guaranis, parte 5: La Santíssima Trinidad del Paraná, Paraguay

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Leo Cavallini
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Yep, that's Don Corleone with a cycling helmet! Professional photographer, amateur cyclist, used Medium as my former studio blog. Based in London, Canada.