Tem j-drama novo na Netflix! Com uma história de mulher para mulher, você não pode perder a oportunidade de seguir e curtir Rimi, Natsume e suas amigas.
Followers
País: Japão
Episódios: 9
Diretora: Ninagawa Mika
Emissora: NetflixSinopse:
Nara Rimi (Nakatani Miki), uma fotógrafa estabelecida e popular, conhece Momota Natsume (Ikeda Elaiza), que veio a Tóquio com sonhos de se tornar atriz. Embora Natsume sofra contratempos, ela cresce a partir dessas experiências nesta história sobre os estilos de vida de mulheres cujas vidas se cruzam neste mundo dominado pelas mídias sociais.
Estava esperando pelo lançamento de Followers desde o ano passado, quando as primeiras divulgações começaram a aparecer. Fiquei muito feliz porque teve muita divulgação aqui no nosso país e notei que muitas pessoas que não costumavam ver j-dramas acabaram vendo Followers e se surpreendendo positivamente.
Rimi e Natsume: persistência e inspiração
Rimi é uma mulher que lutou muito para ser reconhecida como fotógrafa, dentro de um meio extremamente machista, teve que trabalhar muito mais que os fotógrafos homens para conseguir seu espaço. Viveu alguns relacionamentos amorosos, mas agora aos 38 anos, solteira, não consegue se imaginar dentro de uma família tradicional e resolve ser mãe solo. Extremamente persistente, luta para conquistar seu sonho de ser mãe, mas sem abandonar sua carreira. A partir daqui a personagem passa por desafios que todas as mães solos passam como a exaustão, julgamento alheio e solidão.
Posso dizer que Rimi foi a minha personagem favorita em todo o dorama, Nakatani Miki fez uma interpretação madura, sensível e cativante. Era impossível não torcer por Rimi o tempo todo, rir com ela, chorar com ela, vibrar quando ela fazia discursos nos eventos. Dá para entender porque ela é fonte de inspiração para todas as mulheres da trama.
Natsume é uma jovem atriz, tem o sonho de trabalhar apenas com cinema e ser internacionalmente conhecida, mas só consegue papéis pequenos ou trabalhos como modelo. Sua vida muda quando ela encontra Rimi numa sessão de fotos, basta a fotógrafa publicar sua foto em uma rede social, para que milhares de pessoas sigam o perfil de Natsume e ela vire uma celebridade da noite para o dia. Conquistando muitos trabalhos como modelo, a moça vai se deslumbrando com o mundo da moda, sem muita experiência com a rivalidade entre modelos, acaba caindo numa armadilha e tem sua imagem manchada. Sem saber muito bem como agir, acaba seguindo sua intuição e não abrindo mão do que acredita, já que seu sonho é ser atriz e não uma celebridade.
Ikeda Elaiza é uma das minhas atrizes favoritas, camaleônica, ela consegue se transformar na personagem que está interpretando sem medo, se atira numa interpretação muito visceral, com Natsume não foi diferente. O que mais me encantou nessa personagem foi a sua evolução ao longo da história e como isso pode transparecer no seu olhar e nas suas expressões. Muito questionadora e impulsiva, Natsume enfrentou muitas dificuldades, mas entendeu como funcionava o mundo do entretenimento e encontrou uma saída para fazer sucesso, sem precisar seguir o modelo que todos seguem. Sua audácia e criatividade são cativantes e me fizeram torcer para ela conseguir realizar seus sonhos.
Uma história de mulher para mulher
As personagens estão mais interessadas em buscar sua identidade e encontrar seu lugar no mundo do que ter um relacionamento amoroso. Sem rivalidade, as mulheres são apoiadoras e fonte de inspiração uma das outras, as cenas mais emocionantes são quando alguma das personagens está passando por dificuldades e as outras escutam e a ajudam sair desta situação.
Além das trajetórias das protagonistas, fiquei muito envolvida com as histórias de Eriko e Akane, amigas de Rimi, e de Sani, amiga de Natsume. A forma como todas enfrentavam o machismo no trabalho e vivenciavam sua sexualidade foi bonita e inspiradora. Fiquei muito emocionada também em como elas enfrentaram seus dramas pessoais, não se esquecendo de apoiar outras mulheres neste meio tempo.
Foi maravilhoso ver Eriko enfrentando com muita garra seus problemas pessoais, sem perder a autoestima e identidade.Também foi extremamente lindo ver Akane ressignificar sua profissão e ajudar muito Sayo a se encontrar como artista. E o que falar de Sani, sempre buscando seu espaço como artista plástica e incondicional em seu apoio a Natsume. A cena em que Natsume foi ver sua exposição foi de uma delicadeza, uma verdadeira lição do que é amor e amizade.
Tóquio para todos
Followers tem a cara da sua diretora e criadora, Ninagawa Mika, com muitas cores, símbolos e flores, os cenários internos são vibrantes e mostram uma visão muito poderosa do Japão, mas sem cair no orientalismo. Ela também foi muito inteligente ao escolher as locações externas como uma ponte para conectar os diferentes públicos que sua obra poderia ter, já que por ser uma produção original da Netflix teria alcance mundial.
O público estrangeiro consegue ver uma Tóquio que corresponde ao seu imaginário, com muitas luzes neon, muitas cores e muito agito, o público japonês reconhece sua capital, através de pontos turísticos como Shibuya’s Center Gai, Tokyo Tower, Harajuku’s Kawaii Monster Café e Museu TeamLab, mas ao mesmo tempo também consegue ressignificá-los, já que serão lembrados agora como pano de fundo para a história de Rimi e Natsume.
Com uma trama com muita sororidade, empatia e amizade entre mulheres, Followers virou meu queridinho da temporada de inverno e conquistou meu coração. Rimi e Natsume são duas protagonistas inspiradoras e suas lições estão guardadas na minha memória e no meu coração. Não se esqueçam do poderoso ensinamento da Rimi, nesses tempos em que curtidas e números de seguidores influenciam nossas vidas, lembre-se de que sua seguidora mais preciosa é você mesma.
Link para assistir Followers: Netflix.
Playlist oficial com músicas do dorama: Spotify.
