Estamos preparados para seguir o caminho que a comunicação digital está trilhando?

Assim como a maioria dos profissionais da área, faço parte de grupos no Facebook e LinkedIn que falam sobre marketing digital, publicidade, cultura e outros assuntos relacionados à nossa profissão, e não é raro encontrar nesses locais profissionais questionando o caminho que a comunicação — principalmente digital, está tomando.

Quando me deparo com questionamentos sobre a evolução da comunicação e também sobre o papel que ela exerce na cultura e comportamento de um povo, tenho vontade de debater o assunto com outros profissionais. E encontrei nesse post a oportunidade perfeita! Vamos nessa?

“Hoje em dia tudo é mimimi, não pode mais fazer piada com nada”
Essa é a queixa mais comum! Alguém compartilha em um grupo de profissionais de mídias sociais o post de uma empresa brincando com algum tema delicado e solta essa clássica frase, muitas vezes acompanhada de algo como “as pessoas não entenderam”.

Confesso que me espanto com profissionais de comunicação reclamando que o público não entendeu a mensagem se o nosso papel é justamente fazer com que o target se identifique com aquela comunicação. Vale uma reflexão, não é mesmo?

Outro ponto importante a ser abordado é essa questão de resumir tudo a mimimi. Entenda, não estou dizendo que o correto é concordar com todos os movimentos que estão surgindo e se fortalecendo através da internet e que todas as marcas devem apoiá-los, mas é importante olhar para o todo do mercado e entender que este é um caminho sem volta. Não adianta dizer que tudo é mimimi e insistir em uma comunicação não assertiva apenas porque você não concorda com determinada causa, entende? Nosso papel, como profissionais de comunicação, é entender as mudanças não apenas do mercado, mas também do público e, a partir daí, comunicar de maneira eficaz.
“Publicidade agora tem que ser lacradora”
Não lembro onde li, mas não esqueci dessa frase. Ultimamente e cada vez mais, temos visto campanhas que quebram estereótipos, chamam atenção por algo inusitado ou que abordam temas que até então eram evitados. São as tais campanhas lacradoras que geram muito buzz, mas que precisam responder uma pergunta importante que é o que define se o resultado da comunicação foi positivo: gerou receita? Pensar nisso amplia muito a visão sobre os rumos do mercado e como trabalhar essas questões na hora de apresentar um conceito criativo ou como abordar o tema com um cliente que tem perfil para abraçar uma causa.

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“A marca está falando sobre diversidade, mas coloca a diversidade em prática?”
Questionamento extremamente válido e que nos lembra a ligação que a comunicação tem com a área de negócios. Acompanhamos muitas empresas com discurso sobre diversidade, campanhas acolhedoras e libertadoras, mas o dia a dia da marca é esse? Se não for, de que adianta apoiar uma causa ou adotar um discurso apenas para seguir o hype? Uma hora a máscara vai cair e a identidade da empresa será colocara em risco, será que vale a pena?

A minha intenção com esse texto é convidar à reflexão. A mudança que temos visto na maneira que algumas marcas se comunicam se dá pela mudança de comportamento e discurso de seus consumidores. Muitas vezes, a gente se preocupa em saber a nova forma de fazer anúncio, mas não se atenta ao que está acontecendo na nossa frente. É importante saber usar a ferramenta, mas é fundamental conhecer o público que será atingido através dela.

O que vocês pensam sobre isso? Comente sua visão sobre o tema para fortalecermos o debate!