Jogos memoráveis: às vésperas de revanche, ComArtes UFRJ busca segunda vitória seguida em cima de Contábeis UFRJ.

Atlética ComArtes UFRJ
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4 min readNov 13, 2018
Explosão de alegria de parte do elenco assim que os Tubarões saíram vitoriosos há um ano. (Foto: Luiza Leitão)

Em poucas horas, todos estarão chegando no campus da Praia Vermelha para pegar o ônibus e subir a serra de Vassouras. Os trabalhos da faculdade parecem não fazer mais sentido, os ponteiros do relógio ficam praticamente estagnados e a perna treme incessantemente debaixo da mesa do trabalho. Isso tudo é a percepção de que a Supercopa já chegou.

Para os que ainda não estão 100% no clima, contaremos aqui a história da partida de futebol de campo entre Comunicação e Artes UFRJ e Contábeis UFRJ, válida pelas oitavas de final da última edição da Supercopa, no segundo semestre do ano passado.

Todo amante do esporte ama revanches. Elas criam rivalidades, dão uma motivação e um tom dramático a mais para os jogos. E você não pode chegar em Vassouras sem saber que, na quinta, uma acontecerá diante dos seus olhos. Assim como no ano passado, os Tubarões da Federal enfrentarão os aspirantes a contadores em um confronto de tirar o fôlego. Há quase um ano, as mesmas equipes ficaram frente a frente no Estádio Municipal de Vassouras.

Em um primeiro tempo bastante equilibrado, mas com leve superioridade dos Tubarões, não saíram gols. Mas toda a emoção estava guardada para a segunda etapa. Logo no início do segundo tempo, o artilheiro Guilherme aproveitou um cruzamento de cabeça para abrir o placar. Mas o camisa 11 foi do céu ao inferno quando perdeu um pênalti, minutos depois. Após belo lançamento de Felipe Rebouças, Léo Itália saiu na cara do gol e foi derrubado dentro da área. Guilherme foi para a bola, mas bateu fraco, facilitando o trabalho do goleiro adversário e desperdiçando a chance de praticamente liquidar a fatura.

Como diz a máxima do futebol: “quem não faz leva”. E foi assim que uma classificação bem encaminhada se tornou, em questão de minutos, um drama gigante — e um filme repetido na cabeça dos atletas da ComArtes. Praticamente no último lance da partida, após um bate e rebate na área, um atleta de Contábeis chutou para o gol. O goleiro Castanheira espalmou para o lado e, no rebote, estava um jogador de vinho para empurrar para as redes. 1x1. Pênaltis. E consigo todo o peso da eliminação para a ESPM, no JUCS daquele ano, também nos pênaltis. Era impossível não pensar naquilo, pois o roteiro era exatamente o mesmo: jogo convincente, vitória que parecia certa, gol sofrido no último lance e disputa de pênaltis.

Mas a última página viria a ser diferente — na verdade, nem a última página, e sim as últimas linhas, pois o fantasma da eliminação nos pênaltis assombrou os jogadores até no início, quando Matheus Quelhas perdeu sua cobrança, assim como na fatídica eliminação. Castanheira falou sobre as coincidências entre essa partida e contra a ESPM.

“Numa das cobranças, eu estava na bola, mas ela acabou quicando no campo todo irregular e passou a milímetros do meu braço, exatamente igual a um dos pênaltis que eu levei contra a ESPM, seis meses antes. O Costa e o Monserrat falaram a mesma coisa pra mim. Pensei: ‘vai ser tudo de novo’. Eles também falaram: ‘cara, tava tudo igual. Matheus errando pênalti, você tomou um pênalti igual, tava tudo conspirando pra gente perder’”

O goleiro Castanheira sendo cumprimentado pelo zagueiro Quelhas momentos antes das cobranças de pênaltis. (Foto: Luiza Leitão)

Os supersticiosos já davam como certa a derrota, afinal, todas as chances estavam contra os atletas russo-negros, que nunca haviam vencido uma disputa de pênaltis. Mas Castanheira conseguiu fazer uma defesa e a disputa, após o empate nas cinco cobranças de cada lado, foi para as alternadas. Nesse momento, os jogadores de ambos os times convertiam todas as suas penalidades, até que Castanha, como é apelidado por seus colegas, se sagrou de vez o herói do jogo e pegou outro pênalti, levando os Tubarões para as quartas de final da Supercopa.

O goleiro relembrou o momento da consagração e exaltou a importância desse jogo para o time:

“Eu saí comemorando mas, na hora, pelo nervosismo, nem me liguei que tinha acabado. Só tive certeza quando vi geral correndo.[…] Mas o mais importante disso tudo, pra mim e pro time, foi exorcizar o demônio dos pênaltis. Nós nunca havíamos ganhado uma decisão por pênaltis na história. No futsal, perdemos todas. No campo, também havíamos perdido seis meses antes. Então significou exorcizar um demônio, dar confiança de que a gente, sim, era capaz de passar se outra decisão de pênalti surgisse pelo caminho.”

Amanhã, esses mesmos dois times se enfrentam no mesmo estádio, pela mesma competição. Às 19:30 dessa quinta-feira, Bruce e Jason ficam frente a frente em um duelo de gigantes, onde apenas um seguirá vivo. Vamos nos juntar aos supersticiosos e torcer para que a história se repita e a freguesia se mantenha. Mas, que dessa vez, seja sem tanta emoção.

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