OS TUBARÕES DAS ANTIGAS
Neste recomeço, fomos à origem do Bruce e entrevistamos a vanguarda dos tubarões para saber o que faz a família de Comunicação e Artes tão especial. Entre no túnel do tempo e (re)lembre com a gente!
A pandemia abriu um buraco no legado da Atlética de Comunicação e Artes da UFRJ, por isso as gerações mais recentes ainda não chegaram a sentir o gosto de vibrar pelo laranja e preto. Para diminuir cada vez mais esse vão, ouvimos as histórias de quem, desde 2012, chama a bateria pra tocar o sai da frente. Atletas e membros que viram a Atlética nascer, e outros que chegaram pouco depois, mas que fazem (muita) parte dessa história contaram pro Blog um pouquinho das suas trajetórias dentro da família do Bruce.
A velha guarda laranja e preta está muito bem representada até os dias atuais (momento pré quarentena); Pedro Souto, Rodrigo Lois e André Mariz são alguns dos nomes que seguem vestindo a camisa do tubarão, e chegando ao número de 7 ou 8 JUCS participados. Além deles, Gabriela Corrêa também marcou presença nos jogos desde o início, ajudando inclusive a formar o primeiro time de futsal feminino em 2012, porém se desligou em 2018.
Desde o início conseguimos notar que a Atlética proporciona momentos inesquecíveis para quem participa dela. Rodrigo, André e Gabriela, todos atletas, contam que as experiências que mais os marcaram nessa história toda foram dentro de quadra. Entre vitórias emocionantes, e viradas de jogo inesquecíveis, os três pontuam que o que tornou esses instantes realmente memoráveis não foi só a partida. A união e conexão entre a delegação como um todo foi fundamental antes, durante e depois dos jogos, provando que o grito do “ô vamo vamo” realmente faz história.
Esta união não marca presença só nas quadras, para Pedro Souto, um dos momentos mais arrepiantes foi a realização do primeiro JUCS. O membro, que chegou a ocupar o cargo de presidência, além de ser atleta, conta:
“De alguma forma ou de outra foi de fato tirar um sonho do papel, colocar todo mundo pela primeira vez para viajar, organizar times e ter um espaço temporal onde pela primeira vez se criou um coletivo que uniu diversas partes da faculdade, uma sensação de fato de pertencimento.”.
Pedro ainda completa lembrando que toda essa energia doada pela delegação, não é em vão: “Culminou no título de melhor torcida acredito que muito por isso, era uma demanda reprimida de dezenas de estudantes que viajaram e que encontraram um espaço de entretenimento conjunto, a universidade ganhou um novo significado.”. Por outro lado, Gabriel Monteiro, que se juntou à atlética em 2014 e é membro atual da bateria e ex-atleta, também aponta como a união faz a diferença: “um momento marcante foi a semifinal do vôlei feminino contra a ESPM em 2018, fizemos um churrasco no alojamento, foi um momento de integração bem maneiro entre a delegação. Na hora do jogo conseguimos reunir quase todos para ir. Saiu todo mundo junto do alojamento fazendo uma festa absurda pelas ruas de Vassouras. E acabou dando tudo certo, nossa torcida deu um show, fez a diferença na partida, nossas meninas jogaram muito também”.
Membros mais recentes da atlética também contaram um pouco da sua trajetória vestindo a camisa do Bruce. Maria Carolina Sampaio, jogadora do time de vôlei, entrou em 2015 e trouxe junto Camilla Franchi, ambas comentaram que ver o time evoluir durante os anos até a vitória de 2018 fez com que o momento brilhasse mais ainda. Ao contar a sensação de levantar o troféu, Carolina relembra o momento: “pessoas da torcida que sequer eram nossos amigos, a torcida toda chorando, era uma coisa que ninguém esperava (…) quando eu olhei pra arquibancada e vi meus amigos chorando, foi muito difícil de segurar, uma experiência muito legal”. Isso mostra que mesmo com histórias épicas como a Batalha do Sombrão, a experiência de cada um com a atlética vai muito além de um momento específico, é sempre um conjunto de sentimentos e emoções que torna o ambiente tão acolhedor.
Falando em acolhimento, todos os membros contam que ver a atlética crescer e se tornar uma instituição mais organizada e respeitada é muito gratificante. E completam que isso também é resultado da quantidade de pessoas que decidiram entrar para essa família e levar o legado adiante. André Mariz conta as mudanças mais bruscas que percebeu ao longo dos anos: “é muito bom ver que a atlética (que já tem esse estigma de ser algo opressor no geral) tem essa preocupação de ser um ambiente acolhedor e conscientizador. E sempre quem entra já chega trazendo mais esse tipo de vivência e entendimento.”, e fecha sua fala apontando como acha necessário essa evolução na mentalidade dos membros no geral, se preocupando cada vez mais em abraçar todos, todas e todes.
Por sua vez, Rodrigo Lois finalizou sua contribuição contando para o Blog o que achou mais marcante durante seus 8 anos de experiência: “por ter jogado por muitos anos, ido a muitas competições e viagens, eu tive a oportunidade de conhecer muita gente, da Atlética e de outras. Interagir com pessoas diferentes, em vários sentidos, com certeza me fez uma pessoa melhor. E por isso sou muito grato.”. E completa com o que, segundo ele, é o mais fundamental a saber ao entrar para a atlética: “Convivi com pessoas muito diferentes de mim no time, por exemplo. E isso foi maravilhoso, aprendi muito com cada um.”.
Percebendo os relatos dos veteranos, vemos o detalhe que faz a Atlética de Comunicação e Artes tão única: os membros. Sendo jogadores ou torcedores, quem faz os momentos serem tão marcantes, e as emoções tão memoráveis, é a energia unificada de todos os presentes. A família que encontramos aqui, mal pode esperar para receber os novatos, pessoas que cheguem animadas para somar, transmitir experiências e acima de tudo, levar adiante a herança de ser a melhor do Rio.