OS TUBARÕES DAS ANTIGAS

Rebecca Henze
blogdobruce
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5 min readApr 8, 2021

Neste recomeço, fomos à origem do Bruce e entrevistamos a vanguarda dos tubarões para saber o que faz a família de Comunicação e Artes tão especial. Entre no túnel do tempo e (re)lembre com a gente!

JUCS 2019 — Foto Cadu Andrade

A pandemia abriu um buraco no legado da Atlética de Comunicação e Artes da UFRJ, por isso as gerações mais recentes ainda não chegaram a sentir o gosto de vibrar pelo laranja e preto. Para diminuir cada vez mais esse vão, ouvimos as histórias de quem, desde 2012, chama a bateria pra tocar o sai da frente. Atletas e membros que viram a Atlética nascer, e outros que chegaram pouco depois, mas que fazem (muita) parte dessa história contaram pro Blog um pouquinho das suas trajetórias dentro da família do Bruce.

A velha guarda laranja e preta está muito bem representada até os dias atuais (momento pré quarentena); Pedro Souto, Rodrigo Lois e André Mariz são alguns dos nomes que seguem vestindo a camisa do tubarão, e chegando ao número de 7 ou 8 JUCS participados. Além deles, Gabriela Corrêa também marcou presença nos jogos desde o início, ajudando inclusive a formar o primeiro time de futsal feminino em 2012, porém se desligou em 2018.

JUCS 2018 — Final Futcampo

Desde o início conseguimos notar que a Atlética proporciona momentos inesquecíveis para quem participa dela. Rodrigo, André e Gabriela, todos atletas, contam que as experiências que mais os marcaram nessa história toda foram dentro de quadra. Entre vitórias emocionantes, e viradas de jogo inesquecíveis, os três pontuam que o que tornou esses instantes realmente memoráveis não foi só a partida. A união e conexão entre a delegação como um todo foi fundamental antes, durante e depois dos jogos, provando que o grito do “ô vamo vamo” realmente faz história.

Esta união não marca presença só nas quadras, para Pedro Souto, um dos momentos mais arrepiantes foi a realização do primeiro JUCS. O membro, que chegou a ocupar o cargo de presidência, além de ser atleta, conta:

“De alguma forma ou de outra foi de fato tirar um sonho do papel, colocar todo mundo pela primeira vez para viajar, organizar times e ter um espaço temporal onde pela primeira vez se criou um coletivo que uniu diversas partes da faculdade, uma sensação de fato de pertencimento.”.

JUCS 2018 — Final vôlei feminino

Pedro ainda completa lembrando que toda essa energia doada pela delegação, não é em vão: “Culminou no título de melhor torcida acredito que muito por isso, era uma demanda reprimida de dezenas de estudantes que viajaram e que encontraram um espaço de entretenimento conjunto, a universidade ganhou um novo significado.”. Por outro lado, Gabriel Monteiro, que se juntou à atlética em 2014 e é membro atual da bateria e ex-atleta, também aponta como a união faz a diferença: “um momento marcante foi a semifinal do vôlei feminino contra a ESPM em 2018, fizemos um churrasco no alojamento, foi um momento de integração bem maneiro entre a delegação. Na hora do jogo conseguimos reunir quase todos para ir. Saiu todo mundo junto do alojamento fazendo uma festa absurda pelas ruas de Vassouras. E acabou dando tudo certo, nossa torcida deu um show, fez a diferença na partida, nossas meninas jogaram muito também”.

Membros mais recentes da atlética também contaram um pouco da sua trajetória vestindo a camisa do Bruce. Maria Carolina Sampaio, jogadora do time de vôlei, entrou em 2015 e trouxe junto Camilla Franchi, ambas comentaram que ver o time evoluir durante os anos até a vitória de 2018 fez com que o momento brilhasse mais ainda. Ao contar a sensação de levantar o troféu, Carolina relembra o momento: “pessoas da torcida que sequer eram nossos amigos, a torcida toda chorando, era uma coisa que ninguém esperava (…) quando eu olhei pra arquibancada e vi meus amigos chorando, foi muito difícil de segurar, uma experiência muito legal”. Isso mostra que mesmo com histórias épicas como a Batalha do Sombrão, a experiência de cada um com a atlética vai muito além de um momento específico, é sempre um conjunto de sentimentos e emoções que torna o ambiente tão acolhedor.

JUCS 2018 — Final vôlei feminino

Falando em acolhimento, todos os membros contam que ver a atlética crescer e se tornar uma instituição mais organizada e respeitada é muito gratificante. E completam que isso também é resultado da quantidade de pessoas que decidiram entrar para essa família e levar o legado adiante. André Mariz conta as mudanças mais bruscas que percebeu ao longo dos anos: “é muito bom ver que a atlética (que já tem esse estigma de ser algo opressor no geral) tem essa preocupação de ser um ambiente acolhedor e conscientizador. E sempre quem entra já chega trazendo mais esse tipo de vivência e entendimento.”, e fecha sua fala apontando como acha necessário essa evolução na mentalidade dos membros no geral, se preocupando cada vez mais em abraçar todos, todas e todes.

Por sua vez, Rodrigo Lois finalizou sua contribuição contando para o Blog o que achou mais marcante durante seus 8 anos de experiência: “por ter jogado por muitos anos, ido a muitas competições e viagens, eu tive a oportunidade de conhecer muita gente, da Atlética e de outras. Interagir com pessoas diferentes, em vários sentidos, com certeza me fez uma pessoa melhor. E por isso sou muito grato.”. E completa com o que, segundo ele, é o mais fundamental a saber ao entrar para a atlética: “Convivi com pessoas muito diferentes de mim no time, por exemplo. E isso foi maravilhoso, aprendi muito com cada um.”.

Percebendo os relatos dos veteranos, vemos o detalhe que faz a Atlética de Comunicação e Artes tão única: os membros. Sendo jogadores ou torcedores, quem faz os momentos serem tão marcantes, e as emoções tão memoráveis, é a energia unificada de todos os presentes. A família que encontramos aqui, mal pode esperar para receber os novatos, pessoas que cheguem animadas para somar, transmitir experiências e acima de tudo, levar adiante a herança de ser a melhor do Rio.

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