Por que o PLOG virou Blog do Patrício Jr e mudou pro Medium

Ou: você não tem nada a ver com isso, mas eu queria contar

Patrício
Blog do Patrício
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3 min readJul 5, 2016

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Tenho blogado desde 2002. Ou seria 2004? Não lembro. Só sei que levo bastante tempo nesse universo e tem uma coisa que sempre me incomodou: como é difícil fazer alterações em um blog. Cada vez que dava vontade de alterar o cabeçalho, ou dar destaque a um texto, ou simplesmente acrescentar uma nova funcionalidade, era como se eu tivesse que fazer um mestrado em programação. Era um inferno.

Passei do TheBlog pro Blogspot, do Blogspot pro Wordpress, do Wordpress para o domínio próprio — e a surra que os códigos e as tecnologias e os plugins me davam sempre foram colossais.

A chegada dos celulares não facilitou em nada. O aplicativo do Wordpress, convenhamos, é risível de limitado.

Tudo isso fazia com que manter um blog me tomasse mais tempo que o necessário — e esse tempo não era de qualidade, uma vez que eu quebrava mais a cabeça com códigos e programações do que com o que realmente importava: escrever.

Aí veio o Medium. Que eu nem defino como blog, nem como hospedagem. Pra mim é uma espécie de Twitter sem limites de caracteres. Twitter pra textão.

E, olha, eu amo escrever textão.

A paquera com o Medium começou faz tempo, mas só depois que a possibilidade de usar domínio próprio veio à luz foi que passei a pensar seriamente em migrar de vez.

Pra você, sinceramente, nada disso importa.

O que importa mesmo é que a facilidade de postar no Medium, mais o prazer de transformar o texto numa experiência social, mais o tesão de estar numa nova plataforma ainda inexplorada, farão com que eu poste muito mais.

E isso significa que você vai ter mais coisas para ler.

O mais importante de tudo é que continuo com a mesma fissura de escrever que eu tinha em 27 de janeiro de 2004. Sim, lembrei, foi exatamente nesse dia que me iniciei nos blogs com o texto abaixo:

“Inconcebível, inviável, improcedente, imoral: tenho um blog. Se as pessoas que convivem comigo já sentiam um pequeno arrepio ao saber que escrevo minhas idéias sistematicamente (instantaneamente, o medo de ser retratadas em meus contos/poemas/crônicas lhes perpassava a coluna vertebral), imaginem agora, com o risco iminente de serem retratadas na internet. Estão em alerta laranja. Aliás, estarão, quando souberem. Não contei a ninguém ainda. Alguns amigos, ao ouvirem minhas alucinações verbais lançadas aos perdigotos em mesas de bar, sugeriam às gargalhadas: cara, você tem que ter um blog. Nunca pensei que fosse este realmente o meu destino. Até hoje, entre um trabalho e outro, resolver fazê-lo. Por quê? Não sei. Acho que finalmente (vinte e uma mil trezentas e dezenove sessões de terapia depois) resolvi aceitar pacificamente meu quê de exibicionista. Bem, começa aqui este algo que não sei o que será: se bom, se ruim, se memorável, se totalmente irrelevante. Aí é com vocês. Só sei que começou.”

É, recomeçou.

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Patrício
Blog do Patrício

Escritor, jornalista, publicitário, roteirista. Autor dos romances “Lítio” e “Absoluta Urgência do Agora” e da coletânea de contos “A Cega Natureza do Amor”.