Gratidão pelo começo
Eu comecei escrevendo esse relato como uma postagem do LinkedIn, como costumo fazer. No entanto, as palavras começaram a vir com tamanha facilidade que ele transbordou de emoção e não aguentou, dizendo-me que seria melhor tornar isso um pequeno artigo.
Pois bem, assim o fiz.
Na semana passada, tive a prova viva do que é gratidão.
Meu peito transborda só de lembrar do momento.
Recebi um convite muito querido de voltar à escola que me construiu durante todo o ensino médio, a ETEC — Vasco Antônio Venchiarutti.
A emoção aumentava a cada metro que eu me aproximava da escola. Eu percorria, agora dirigindo meu próprio carro — fruto do trabalho e competência que aquela escola me ajudou a construir — um caminho que eu percorria todos os dias de ônibus.
Cheguei na escola. Ela estava linda, assim como no dia que a deixamos para continuar a construção de nossa jornada lá fora.
O verde que a circunda. O corrimão vermelho, que um pouco antes de eu sair haviam instalado. Os alunos, conversando e se divertindo sobre os mais diversos assuntos na hora do almoço.
Subi as escadas e me encontrei em uma sala repleta de alunos do terceiro ano. Era ali.
Aquele dia era muito importante para todos. Lá se passava uma conversa muito carinhosa e poderosa, pouco tempo antes de os alunos enfrentarem o ENEM — prova que, para muitos, é divisora de águas para a conquista de sonhos e objetivos.
O que aumentava ainda mais a importância desse dia era o fato de meu irmão compor o grupo que ouviria nossas experiências. Isso me deixava ainda mais ansiosa e responsável por tudo o que deixaria em suas memórias.
Eles estavam ansiosos e nervosos. Meu papel lá era confortá-los, falando sobre minha experiência e como enfrentei obstáculos e alcancei coisas que eu almejava. Enquanto meu momento para falar não chegava, eu ficava pensando na forma mais calma e tranquila possível de lhes mostrar que aquela é só mais uma etapa de um caminho longo e de sucesso que eles terão,
E chegou minha vez.
Expliquei a minha trajetória. Desde o começo. Minhas escolhas, meus erros e meus acertos. Deixei transparente quem era a Mikaeri e que os nossos caminhos são fruto de nossas escolhas. Essas escolhas, por mais difíceis que pareçam ser agora, vão nos formar e fazer parte do que somos.
Não há erros. Há caminhos que optamos que nos levaram a lugares que não batem totalmente com o que queremos para nós.
Tá tudo bem descobrir isso mais tarde. Tá tudo bem perceber que precisa mudar a rota.
O que importa é ir. É ir e saber que, se o final não foi o que mais se encaixou no trajeto de sua vida, tiveram esquinas que nos renderam experiências.