Gratidão pelo começo

Mikaeri Ohana
Blog Mikaeri Ohana
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3 min readNov 5, 2018

Eu comecei escrevendo esse relato como uma postagem do LinkedIn, como costumo fazer. No entanto, as palavras começaram a vir com tamanha facilidade que ele transbordou de emoção e não aguentou, dizendo-me que seria melhor tornar isso um pequeno artigo.

Pois bem, assim o fiz.

Na semana passada, tive a prova viva do que é gratidão.

Meu peito transborda só de lembrar do momento.

Recebi um convite muito querido de voltar à escola que me construiu durante todo o ensino médio, a ETEC — Vasco Antônio Venchiarutti.

A emoção aumentava a cada metro que eu me aproximava da escola. Eu percorria, agora dirigindo meu próprio carro — fruto do trabalho e competência que aquela escola me ajudou a construir — um caminho que eu percorria todos os dias de ônibus.

Cheguei na escola. Ela estava linda, assim como no dia que a deixamos para continuar a construção de nossa jornada lá fora.

O verde que a circunda. O corrimão vermelho, que um pouco antes de eu sair haviam instalado. Os alunos, conversando e se divertindo sobre os mais diversos assuntos na hora do almoço.

Subi as escadas e me encontrei em uma sala repleta de alunos do terceiro ano. Era ali.

Aquele dia era muito importante para todos. Lá se passava uma conversa muito carinhosa e poderosa, pouco tempo antes de os alunos enfrentarem o ENEM — prova que, para muitos, é divisora de águas para a conquista de sonhos e objetivos.

O que aumentava ainda mais a importância desse dia era o fato de meu irmão compor o grupo que ouviria nossas experiências. Isso me deixava ainda mais ansiosa e responsável por tudo o que deixaria em suas memórias.

A galera estava prestando atenção em cada detalhe!

Eles estavam ansiosos e nervosos. Meu papel lá era confortá-los, falando sobre minha experiência e como enfrentei obstáculos e alcancei coisas que eu almejava. Enquanto meu momento para falar não chegava, eu ficava pensando na forma mais calma e tranquila possível de lhes mostrar que aquela é só mais uma etapa de um caminho longo e de sucesso que eles terão,

Percebe-se que eu estava concentrada e pensando em uma forma de confortá-los

E chegou minha vez.

Expliquei a minha trajetória. Desde o começo. Minhas escolhas, meus erros e meus acertos. Deixei transparente quem era a Mikaeri e que os nossos caminhos são fruto de nossas escolhas. Essas escolhas, por mais difíceis que pareçam ser agora, vão nos formar e fazer parte do que somos.

Eu, conversando com a galera bonita, com a maior naturalidade possível e desejando todo o sucesso do mundo para cada um, e meus professores Juliana Vansan e Adriano Moretti

Não há erros. Há caminhos que optamos que nos levaram a lugares que não batem totalmente com o que queremos para nós.

Tá tudo bem descobrir isso mais tarde. Tá tudo bem perceber que precisa mudar a rota.

O que importa é ir. É ir e saber que, se o final não foi o que mais se encaixou no trajeto de sua vida, tiveram esquinas que nos renderam experiências.

Foram entregues balinhas e esse bilhetinho atrelado a uma caneta para cada aluno — uma “caneta da sorte”, que dava aos alunos maior segurança e sensação de união na realização da prova — “estamos com você e para você”

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