Destaques IndieBlooks da semana

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6 min readMay 14, 2018

Conheça os destaques da semana da IndieBlooks! E é bom saber que lá tem muito mais para você curtir e comprar.

A IndieBlooks é a nossa loja online dedicada aos autores e editoras independentes. Aqui com a gente, você vai ler diferente!

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Saiba mais sobre os destaques IndieBlooks da semana!

Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues , Afonso Luz

(Instituto Sérgio Rodrigues)

A obra é fruto de uma vasta pesquisa em seu acervo, com foco na produção intelectual produzida pelo próprio Sergio, que revela uma faceta pouco conhecida da sua personalidade: a de pensador e cronista.

A coletânea reúne textos selecionados, publicados nas revistas Módulo e Senhor nas décadas de 50 e 60, em que Sergio se expressa com descontração e informalidade. O volume traz ainda fotografias históricas e reproduções de croquis de mobiliário e arquitetura de interiores de Sergio Rodrigues, publicados nas respectivas revistas.

O Martelo, Adelaide Ivanova

(Editora Garupa)

Adelaide Ivánova nasceu em 1982 na cidade de Recife. Jornalista, poeta, tradutora e fotógrafa, seu trabalho percorre o mundo em publicações impressas e digitais como i-D (UK), Colors (Itália), Te Hufngton Post (EUA), Modo de Usar & Co. (Brasil), Suplemento Pernambuco (Brasil) entre outras. “O Martelo” é seu terceiro livro de poemas. Sua edição brasileira lançada pelo Edições Garupa em 2017 traz um aparente formato padrão e surpreende o leitor com uma fina camada de tinta vermelha que cobre a capa sujando suavemente as mãos de quem o encosta. Dividido em duas partes, o livro se destaca da atual poesia brasileira ao assumir uma voz verdadeiramente feroz e não temer tratar assuntos cortantes. Nas palavras de Carol Almeida, autora do posfácio: “É chegada a hora de soltar o verbo e o gozo de dizer o que precisa ser dito do jeito que precisa ser dito, ou de como estupro é estupro, trepada é trepada e literatura é sentir na pele o peso das palavras”.

Revista Puñado 3 — Família

(Editora Incompleta)

A Puñado é uma revista impressa, trimestral, de literatura latino-americana, com contos de autoras mulheres, além de suas biografias e entrevistas com elas. A cada estação do ano, é lançada uma edição temática, e também são convidadas artistas brasileiras para colaborarem com artigos ou perguntas.

Edição Verão 2018

Contos de Vera Giaconi (Uruguai), Giovanna Rivero (Bolívia), Dahlma Llanos-Figueroa (Porto Rico), Edwidge Danticat (Haiti) e Andrea Jeftanovic (Chile). Entrevistas por Gabriela Aguerre, Sheyla Miranda, Tatiana Faria, Cristiane Sobral, Mell Brites e Laura Del Rey.

Aforismos e Desaforos sobre Sexo, Amor e Ressaca , Julia Bosco

(Editora Edite)

“A menor distância entre duas pessoas é uma garrafa de vinho”. A menor distância entre duas pessoas é, pelo contrário, um livro escrito . A (outra) menor distância entre duas pessoas é ainda aquela percorrida por um livro vivido. De ato matinal nada falho e seguro como só um batom laranja é capaz de tornar a make do dia um arraso são os “Aforismos e desaforos sobre sexo, amor e ressaca” (Edite, 2017), incursão literária de estreia da cantora e compositora carioca Julia Bosco que, tão íntima quanto a premiadíssima (e acertadamente catártica) literatura de banheiro — a melhor de todas, portanto -, traz em versos axiomáticos os desaforos, percalços, alegrias e inevitáveis ressacas de uma mulher repleta de vida vivendo o outro tanto de vida a sempre lhe inundar. Ou embebedar. Dividido entre os aforismos desaforados de versos bem-humorados, sinceros e reflexivos derramados durante um porre qualquer, e a prosa de pequenos contos e crônicas inevitavelmente redigidos com as cores e dor de cabeça daquela ressaca, o livro não peca pela fé cristã abalada, porque é a prova de que mulher sempre fez Literatura. Literatura que não se suja de mundo, do viver mulher/homem, da diversidade de experiências, suas dores, risos e pequenas vitórias — como mulheres sempre fizeram — é apenas letra morta, existência sem vida ou propósito. E aí, sim, a culpa em produzir nada do nada devia estar tinindo! — Thainá Seriz

Testo Junkie, Paul B. Preciado

(N-1 Edições)

“Este livro não é uma autobiografia, mas um protocolo de intoxicação voluntária à base de testosterona”.

A bomba atômica, a pílula anticoncepcional, o tráfico de drogas, a invenção da noção de gênero, a transformação do pornô na nova cultura de massas, o trabalho sexual como modelo de todo trabalho na sociedade pós-fordista, o consumo de testosterona… Neste livro, Preciado nos convida a percorrer várias trilhas do regime farmacopornográfico, indissociáveis do capitalismo turbinado, psicotrópico e punk.

Ao descrever o “experimento político que durou 236 dias e noites”, o autor investiga os processos de construção e desconstrução da subjetividade.

O resultado é este ensaio brilhante e provocativo sobre o lugar que ocupa o corpo, o sexo e a sexualidade na sociedade contemporânea. Testo Junkie é nada menos do que uma bomba conceitual.

Xoxotas de Pelotas

(Editora Caseira)

“[…]Nos anos 1990, apesar de benesses tecnológicas como celulares do tamanho de tijolos e salas de bate-papo na internet (“algm qr tc?”), que tanto melhoraram as comunicações, o incrível conteúdo de nossas calcinhas ainda carecia de termos satisfatórios. Era comum dizer “perseguida”. Creio que o termo entrou em extinção ao mesmo tempo que os blazers de grandes ombreiras, peças de vestuário confeccionadas em vinil e quantidades industriais de gel no cabelo.

Ainda na um tanto ingênua década de 1990, só as mais boquirrotas diziam buceta. Elas e os meus primos da Z3. Estou fazendo um esforço, porém não me lembro de ninguém dizendo xoxota em território pelotense até os anos 2000. Terá vindo de carona com a leva dos estudantes que aqui aterrissaram por causa do Enem? (Obrigada por tudo que você fez pela cidade, Enem.)
Pulemos feito superpererecas pra 2016, e estamos aqui reunidas nessa cidade mágica chamada Pelotas, num lugar mui aconchegante chamado Las Vulvas, desenhando xoxotas, escrevendo sobre bucetas. As nossas. Acho uma evolução chamá-las assim. A perereca fica parecendo sei lá, um dinossauro em comparação.

Escrever é uma maneira de descobrir o que a gente pensa, desenhar nos ajuda a ver. E ultimamente estamos vendo bucetas em tudo. É só ficar quieta olhando que elas aparecem. Nas casas, nos monumentos. Atirando pedras nos carros, acabando com o patriarcado. (Beijo, Lady Incentivo!) Este zine foi, antes de mais nada, uma desculpa para beber quentão juntas no frio deste inverno.
É uma celebração das nossas xoxotas.
Uma grande siririca lírica.

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