Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues
O Instituto Sergio Rodrigues acaba de lançar o livro Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues, que reúne o resultado de uma vasta pesquisa no acervo do designer de móveis e arquiteto Sérgio Rodrigues. Primeira publicação independente do Instituto, a obra tem seu foco na produção intelectual produzida pelo próprio Sergio, que revela uma faceta pouco conhecida da sua personalidade: a de pensador e cronista. A edição impressa é limitada e está disponível para venda nas lojas da Blooks Livraria do Rio de Janeiro, São Paulo e Niterói.
A coletânea reúne textos selecionados, publicados nas revistas Módulo e Senhor nas décadas de 50 e 60, em que Sergio se expressa com descontração e informalidade. Ele começou a escrever para a Módulo em 1958 — especializada em arquitetura e artes plásticas, a revista contava com ninguém menos que Oscar Niemeyer como diretor-responsável. Nela, Sergio traça alguns caminhos que marcaram o surgimento de uma reflexão conceitual inovadora na junção de arquitetura e de design. Alguns anos mais tarde, o designer e arquiteto foi convidado a contribuir regularmente para a Senhor, periódico que reunia os maiores nomes da cena cultural daquela época, onde teve o desafio de atrair o interesse do público masculino, através de crônicas bem-humoradas, para a arquitetura de interiores — expressão que Sérgio preferia, por considerar mais abrangente que o termo decoração.
A obra tem curadoria de Afonso Luz, membro do Conselho-Curador do Instituto, filósofo e crítico de arte, que também assumiu a tarefa de contextualizar o recorte de tempo para a composição do livro, apresentando referências, notas e ensaios críticos, que acrescentam uma visão atualizada sobre o alcance das crônicas de Sérgio Rodrigues e o apresenta como uma figura que vai além do modernismo, sendo de grande importância no cenário cultural do Brasil. Já a apresentação ficou a cargo de Fernando Mendes, designer e presidente da instituição.
O volume traz ainda fotografias históricas e reproduções de croquis de mobiliário e arquitetura de interiores de Sergio Rodrigues, publicados nas respectivas revistas, que são sinalizados com a localização dos arquivos originais dentro do Instituto Sergio Rodrigues e abertos para consulta pública. A expressão “Fortuna Crítica”, aliás, foi escolhida por fazer jus ao livro: é um termo acadêmico para a compilação de textos críticos de terceiros ou do próprio autor sobre sua obra.
Além dos textos, o livro apresenta encartado um fac-símile do catálogo da exposição que Sergio Rodrigues fez no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1960, chamada “Casa individual pré-fabricada”, em que apresentou um dispositivo habitacional flexível e de livre composição espacial — uma ideia revolucionária para a época -, que deveria ser customizado pelo morador. Com texto crítico do jornalista e crítico de arte Mario Pedrosa e projeto gráfico do designer Goebel Weyne, figuras expoentes à época, o formato quadrado do catálogo histórico serviu de base para a versão impressa do livro Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues.
Segundo Fernando Mendes, o propósito da publicação é estimular diversas ações institucionais ligadas à difusão e à compreensão da obra de Sergio: “trata-se de alguém que nos deixa um legado muito maior que o do designer elogiado e premiado como criador da poltrona Mole”.
Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues
Capa dura, bilíngue — português/inglês — 341 páginas à venda com exclusividade na livraria Blooks do Rio de Janeiro, São Paulo e Niterói.
Valor: R$ 100,00.Realização: Ministério da Cultura
Patrocínio: Itaú
Apoio: Itaú Cultural
Organização: Instituto Sergio Rodrigues
Curadoria: Afonso Luz
Design visual: Sonia Barreto