Lendo a América Latina
Se perguntarmos a qualquer pessoa qual o seu autor latino americano preferido, certamente a resposta será Gabriel García Márquez. O colombiano escreveu Cem anos de solidão, o clássico dos clássicos da América Latina, sem qualquer ironia. O livro é uma riqueza e García Márquez, pelo belo conjunto de sua obra, fez bem por onde merecer o Nobel de literatura. Ler seus livros é mergulhar num universo profundo e muito particular. Isso nos marca imensamente e a leitura de Cem anos de solidão foi uma formação como leitor para muita, muita gente.
Entre seus pares contemporâneos estão nada mais e nada menos que um Julio Cortázar, com sua prosa cheia de finíssima ironia, humor e uma poesia que permeia cada linha. Seu Jogo da amarelinha é um livro impressionante, com seu elegante malabarismo narrativo. Temos ainda Mário Vargas Llosa, que de amigo passou a desafeto de García Márquez por razões que levarão com eles para o túmulo (García Márquez já levou), porque o que interessa é sua literatura vibrante, desafiadora, que deu o tom a toda uma geração de leitoras.
Jorge Luis Borges e seus labirintos, numa obra curiosamente moldada na aparente urgência dos contos; aparente porque seus contos parecem romances, permanecemos neles por um longo tempo. Sua poesia, pouco comentada, é contida e muito bonita. Vale a leitura de Borges para além de O Aleph ou Ficções. E Isabel Allende? Com uma obra vasta, compreendendo o romance, o teatro, contos e memórias. Seu livro A casa dos espíritos virou filme, sob a mão de Bille August, cineasta dinamarquês. E entre as mulheres destacamos ainda outra chilena, Gabriela Mitral, e as irmãs argentinas Silvina e Victória Ocampo, a última editora da revista Sur, que revelou Julio Cortázar.
Cabrera Infante, Juan Rulfo, o grande Octávio Paz… Uma longa lista que chega aos nossos dias com nomes como Pedro Juan Gutiérrez, consagrado com seu Trilogia suja de Havana, ainda nos anos 90, ou o jovem Alejandro Zambra.
Tudo isso para falar da riqueza da literatura que os rodeia no nosso continente. Uma linha histórica impecável que deságua em novas gerações que estão reescrevendo o jeito de olhar o continente enquanto nos afastamos das sombras do anos 60 e 70 do século passado. As sombras agora são outras e também as luzes, pedem outras vozes que não param de hegar.
E o que a gente recomenda para você seguir lendo a América Latina ?
Olha só algumas dicas da IndieBlooks!
(Clique nas imagens para conhecer os livros!)