É cabível seu concorrente te fazer melhor? Segundo Djokovic, é sim.

Caio Blumer
Blumerangue
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2 min readJan 28, 2016

Tem uma frase que às vezes fica impensável: “meu concorrente me tornou tão bom quanto eu sou hoje”. Tem cabimento um negócio desse? Tem sim, e Novak Djokovic — o tenista número 1 do mundo — pode te explicar o porquê.

Se você pratica algum esporte e compete, se tem um negócio, ou é um profissional de marketing, deve ter a mesma base teórica que todos temos: você precisa se diferenciar da concorrência, esmagá-la com as forças do Hulk, destruir tudo, deixar em pedaços.

Será?…

Gente, vamos lá, 2016, outra era, outro mundo, outra velocidade, outra mente na cabeça das pessoas.

O mercado como Kotler descreveu lá em seus livros já não existe mais, nem o da atualização do “Marketing 3.0”. As pessoas não consomem mais da mesma forma, o mercado não vende mais da mesma forma, ninguém se diferencia ou “concorre” mais da mesma forma.

Djokovic está na final do Australian Open de 2016, mais uma vez. Na sua vitória prévia à semifinal ele deu uma entrevista em que foi questionado sobre Roger Federer e Rafael Nadal, dois dos maiores atletas do tênis na história, com quem Djokovic teve inúmeros embates até chegar ao posto de número 1 — e perdeu boa parte desses embates.

Nessa entrevista Novak afirmou que Federer e Nadal o tornaram o atleta que ele é hoje.

“Penso que estas rivalidades me permitiram crescer e evoluir, ser forte, resiste e entender o que custa para se chegar ao nível onde estão”. — Novak Djokovic

Essa frase veio dessa reportagem aqui do Tenis News que li e que me deu a idéia de escrever hoje sobre esse assunto.

Aí é que fica o questionamento:

Seu concorrente é mesmo o “capiroto virado no Jiraya”, é a maior ameaça da humanidade e precisa ser esmagado? Ou ele é um fator de aprendizado, observação, um fator que pode ajudar o mercado — e você — a crescer?

Djokovic observou, aprendeu, entendeu, trabalhou e agora tem 23 vitórias contra 22 em 45 encontros com Roger Federer, sem ninguém desmerecer ninguém, sem ninguém esmagar ninguém. O tênis evoluiu com ambos, Federer continua dando espetáculos surreais em quadra e Djokovic levantando troféus.

1- Quem é seu maior concorrente? Quem é o cara no seu mercado que mais te chama atenção, aquele que você mira e fala: “se eu fosse como esses caras, se eu chegasse alí ó!”?

2- E aí, o que você pode aprender com esse cara? Como ele chegou lá? O que ele faz de bacana que você não faz? O que você faz de incrível que ele jamais terá?

Prazer, diferenciação sem escrotidão. Seja efetivo, invista tempo em evoluir o seu negócio e não em quebrar o do outro.

Vamo que vamo.

Imagem por Chris Chondrogiannis via Unsplash

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Caio Blumer
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Eu escrevo pra aprender e aprendo pra escrever. Um redator que desenha e vice-versa. Do #Blumerangue. Branding Analyst & Copywriter @CI&T