É possível ter 2 carreiras totalmente diferentes e ainda ter tempo para a família?

Caio Blumer
Blumerangue
Published in
3 min readMay 19, 2016

Escolher uma carreira não é das decisões mais fáceis da vida. Por vezes temos que decidir isso ainda muito jovens, sem ter conhecido muitos tipos de trabalho ou aptidões e ainda contamos com a famosa crença popular de que é uma faculdade para a vida toda. É aquela a sua profissão e pronto.

Só que não. A menos, é claro, que você se acerte de primeira.

Sim, é possível que logo de cara acerte a escolha de sua profissão. Não o foi o meu caso. Mas ainda assim, não me arrependo da minha escolha, gosto muito da minha formação em Marketing, me trouxe grandes conhecimentos e caminhos profissionais muito interessantes. Sem ela eu não seria metade do Coach que sou ou do educador que ainda pretendo ser. Experiência e experimentação contam muito.

E a tal da história real de como ter 2 profissões em campos diferentes…

Creio que você já tenha assistido ou pelo menos ouvido falar sobre The Big Bang Theory, certo?

Você é familiar com a personagem Amy Farrah Fowler, a namorada do saudoso Sheldon? Pois é, aquela mesma moça que fez a série “Blossom” lá em 1991, sim, ela mesma.

Pois bem, é um tanto famosa entre os nerds e os fãs da série que a Mayim Bialik — atriz que interpreta Amy em TBBT — é também uma neurocientista. Ela tem Ph.D. em neurociência pela UCLA ao mesmo passo em que é atriz de uma série de extremo sucesso que chega a sua 10a temporada.

Achei interessante trazer especificamente esse exemplo para o texto, pois além de ser um exemplo contemporâneo nosso, também bem conhecido graças à fama da série, conta com duas áreas bastante diferentes de formação e de atuação: uma área acadêmica e científica de um lado e de outro lado uma área artística de entretenimento.

Em uma entrevista para a CNN lá em 2011, Mayim contou que ela praticamente “saiu do set de TV direto para o Campus do UCLA”. Ela sempre foi estudiosa e um tanto nerd, e mesmo com o trabalho de atriz lá em Blossom, persistiu em sua vontade de estudar neurociência e foi adiante com a faculdade e ainda mais adiante depois com o título de Ph.D.

Fácil? Nada… Ela ainda teve que aguentar os pentelhos zoando por conta de seu trabalho passado vindo da TV. O diferencial vêm de como se comportar diante dos acontecimentos: “Eu precisava trilhar meu próprio caminho através do meu intelecto e meu potencial mental”, disse ela na entrevista.

Ah não, e não parou por aí…

Ela ainda escreveu um livro sobre a relação da ciência dos hormônios e a relação de paternidade e maternidade, estudos que ela fez também como tese de sua formação entendendo a função de mecanismos biológicos na atividade de paternidade e maternidade — assunto aliás que ela gosta muito, já que não abre mão de estar sempre com os filhos, enquanto ela trabalha o marido fica em casa com as crianças e vice-versa.

E o foco, fica onde?

É como eu teimo em repetir praticamente em todo artigo aqui no Blumenrangue: o que define muita coisa na vida é seu propósito.

A primeira idéia de Mayim era seguir a carreira acadêmica e de pesquisa, porém ela e o marido chegaram a conclusão que essa carreira acadêmica não permitiria que eles pudessem passar muito tempo com os filhos. FOCO. Sacou?

“Ah, mas então ela deixou pra lá a neurociência”? Nananinanão.

Apesar de ter seguido com a carreira de atriz — e com muito sucesso — ela segue estudando, pesquisando e praticando, inclusive: assim como ela aplica o homeschooling (ensino em casa) com seus filhos, ela desenhou uma grade base de neurociência para ensinar a alunos de ensino fundamental que também estudam em homeschooling na sua vizinhança.

Concluindo um dos muitos raciocínios que esse assunto pode levantar: SIM é possível ter mais que uma profissão pela qual se é apaixonado, sim é possível se desenvolver e ir bem nessas profissões e ainda ter tempo para sua família (ou viagens, ou amigos, ou hobby,…).

Tudo depende de uma coisinha básica — mais uma vez: o seu propósito.

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Caio Blumer
Blumerangue

Eu escrevo pra aprender e aprendo pra escrever. Um redator que desenha e vice-versa. Do #Blumerangue. Branding Analyst & Copywriter @CI&T