Manter o ritmo
Sem compasso, não há música. Sem ritmo, não se termina maratona.
Caraca, como é complexo manter o ritmo.
A gente começa com uma idéia.
Sabe que pra idéia render, tem que investir ali doses diárias de empenho, doses divididas, organizadas, com ritmo.
"Todo dia de manhã eu vou escrever".
"Um textinho por dia faz bem, desintoxica, exercita os músculos, ótimo treino".
Primeira semana é um sucesso.
Na segunda-feira seguinte, uma reunião. Fora da cidade. 8h da manhã.
"Vou escrever à noite".
Dormi.
Hábitos, claro, são totalmente possíveis de se desenvolver e aprimorar — hoje, todo dia de manhã eu leio pelo menos 2 páginas de um livro — não era assim há alguns anos atrás. Era sofrível. Agora tá fácil. É hábito.
Pra escrita, pra minha escrita, não é bem assim. O processo é outro. O envolvimento é outro. É quase uma meditação.
Eu que escrevo porque gosto, não porque é minha profissão, claro.
Aliás, depois de um tempo nesse exercício eu comecei a perceber que, na verdade, é uma meditação. O exercício de meditar não é "limpar a mente" ou "ficar focado".
O exercício é exatamente trabalhar o músculo do voltar ao foco.
A vida move a gente de um lado pro outro e, por vezes, focamos em outro algo prioritário no momento, obviamente, desfocamos de outro.
A questão é: como está a força do seu músculo em voltar ao foco?