Por que você não está conseguindo mudar algo na vida — e o que fazer a respeito

Caio Blumer
Blumerangue
Published in
4 min readOct 13, 2016

Mudar algo na vida não é moleza, porém, saber o que motiva ou boicota nossa motivação pode ser a primeira chave da mudança.

Seja conseguir acordar mais cedo, comer melhor, não perder um dia na academia, escrever mais, ler mais livros ou aprender uma nova competência — transformar um comportamento, mudar, dá trabalho.

Dá trabalho. Deal with it. Mas claro, pode ser menos sofrido e mais efetivo. Sempre pode quando você entende os “por quês” dos “o que’s”.

Uma piscina de água fria no verão

Sabe aquele calorzão gostoso, 40 graus na sombra, as árvores parecem as de videogame — não venta e as bichinhas nem se mexem — e você vai para a piscina. Ela esta lá, linda, refrescante e… gelada.

Você está determinado a se refrescar, sabe que depois de uns 30 segundos o gelo melhora, você se acostuma com a temperatura e aí é só curtir. Mas até chegar nesse ponto, internamente, existe um pequeno conflito em você.

De um lado você encontra a motivação, o prazer de curtir uma piscina num dia de verão. Do outro você encontra aquela pequena voz dizendo que você pode apenas sentar ali, pegar um bronze e ir pra casa tomar uma ducha de temperatura controlada mesmo, sem sofrer com água gelada.

É uma “briguinha” de casal apaixonado parecida com essa que acontece dentro de nós quando decidimos fazer uma mudança.

Está tudo bem, eu tô aqui tranquilo sentado na área sombreada da minha zona de conforto, quando então decido que preciso sair lá pra fora, sair do meu lugar, e aí o conflito entre o que está e o que quero que seja começa.

Perdendo o medo da água gelada — entendendo o conflito e como abraçar a mudança da zona de conforto

Primeiramente, eu quero que você entenda o termo “conflito” empregado neste texto: conflito aqui quer dizer uma relação, uma discussão de argumentos entre seus motivadores e seus sabotadores.

Olhe para seus pensamentos e emoções sem julgamentos, ok? Esteja a par deles e vamos a algumas sugestões que podem te ajudar nessa fase:

Uma pausa para refletir e observar: O primeiro passo para começar uma mudança é parar e reparar. Respire e olhe então para dentro, ouça, observe esse mini-conflito, o que te motiva versus o que te faz sabotar a mudança.

Sem julgar. Seja científico, observador.

Entender as razões e os lados da discussão é chave: faça o melhor que puder para não julgar e nem criticar a si mesmo quando estive nesse momento de autoconhecimento. Honestidade é importante também, não enganar a si mesmo e ser quem você é e não alguma coisa que queria ser.

Observe os motivadores de sua mudança, aquilo que vai te trazer satisfação e observe também a razão do contraponto, aquilo que te segura, te freia a pular na piscina.

Saque qual é a questão que te desmotiva: ao invés de começar a auto-crítica que tal realmente sacar qual é a questão que nos leva a sabotarmos nossos planos?

Quando você entende qual é o X de uma questão, fica mais fácil entender como minimizar as dificuldades, os “freios”.

Uma idéia aqui pra criar empatia pelo X da questão, pela situação de “medo da água gelada”, é tentar imaginar um amigo na mesma situação, lembrar que realmente pode não ser simples, mas também não é impossível de encarar.

Nesse momento você pode mudar a forma de ver a mudança, começar a entender as possibilidades além do X.

Foque no que é bom: estando a par do que pode te atrapalhar amplia sua possibilidade de soluções e aí você pode ressignificar as situações.

Você pode entender que ficar como está não está legal, que os ônus podem ser minimizados e que os bônus são bons mesmo.

Importantíssimo trabalhar para manter a motivação e o foco no que é bom, como eu disse lá no começo, mudar dá trabalho, trabalho contínuo. Mas vale cada gotinha de trabalho suado no frescor das águas se é isso que realmente quer.

Talvez essas sugestões não te ajudem a decidir de cara sobre a mudança, mas no mínimo vai te colocar em uma nova perspectiva quanto a essa questão, numa posição que pode observar melhor suas alternativas e trabalhar em cada uma delas.

Quando se trata de mudanças, estamos falando de nós, pessoas, pensamentos, emoções. Por isso o autoconhecimento é de uma baita ferramenta em momentos como esse.

Conhecendo a si mesmo você pode decidir se é ou não o momento de pular na água e qual a melhor forma de fazer isso, você pode — e deve — então, manter o seu aprimoramento constante, independente do caminho que escolher.

E, se no meio do processo você tender a desistir: pause, observe, entenda, readapte. Siga em frente.

Fontes científicas de auxílio: Psycology Today 1 e 2

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Caio Blumer
Blumerangue

Eu escrevo pra aprender e aprendo pra escrever. Um redator que desenha e vice-versa. Do #Blumerangue. Branding Analyst & Copywriter @CI&T