Nosso cérebro tem limites. A inteligência artificial parece que não.

A quantidade de dados existentes não serviria de nada se não fosse a Inteligência artificial (IA).

Grupo de Planejamento RS
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4 min readNov 13, 2017

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Mas será que estamos medindo todo o impacto que envolve essa nova tecnologia que, sim, é brilhante e, sim, vai contribuir muito com o mundo — com a comunicação e, acredite, até com o processo criativo?

O quanto os robôs vão contribuir e o quanto eles podem ser um risco para a sociedade. (Foto: Filme “Eu o Robô”).

A CNN há dois meses colocou, “Putin — apenas o presidente da Rússia — e Musk — entre os maiores empreendedores e inovadores —, estão certos: quem dominar a inteligência artificial vai comandar o mundo”.

O que querem dizer com isso? É que de certa forma, a inteligência artificial ainda está em desenvolvimento mesmo já sendo realidade para muitas coisas. Aliás, ela ainda é uma ‘caixa-preta’. Isso significa que parte do funcionamento dela ainda se desconhece, em certo momento sabemos o que acontece antes e o que acontece depois, mas não qual é necessariamente o processo entre isso. Nessa matéria do El País é possível se aprofundar.

Não só isso, a inteligência artificial é mais um conceito do que qualquer outra coisa, ou seja, ela ainda tem aplicações a serem descobertas — polêmicas ou não. Por exemplo, o caso de ‘radar gay’, que adquiriu a capacidade de descobrir a orientação sexual a partir da análise de fotos.

Felizmente os próprios desenvolvedores encerraram ao perceber que isso poderia ser muito mal utilizado pela sociedade. E ainda, levantaram a questão, se é possível fazer isso, não seria necessário maior controle em relação ao desenvolvimento de algorítimos?

Claro que não só coisas ruins perseguem a IA. O caso do Watson e da medicina é emblemático, oferecendo uma precisão em diagnóstico que nunca um humano poderia alcançar.

Acontece que existe uma quantidade absurda de dados disponíveis no mundo, que com a ampliação da internet e todas suas variáveis vem só aumentando. Os algorítimos surgiram para operar sobre essas bases de dados de uma forma que nunca uma mente humana conseguiria, não por capacidade intelectual, mas por capacidade de gerenciar grandes bases de dados.

A partir desse entendimento, não é difícil imaginar toda a contribuição que o IA tem a fazer em relação a estratégias de comunicação — desde o entendimento de públicos até a otimização de campanhas. Mas mais do que isso, o IA já está sendo utilizado também no processo criativo.

“Ainda temos pessoas envolvidas no processo, mas a gente está mudando de apenas usar dados e algorítimos para criar testes e incríveis públicos alvos para realmente trazer para dentro da narrativa e do storytelling”, disse Andy Hood da agência californiana AKQA. A agência é uma entre quatro listadas pelo Adweek que já utilizam a IA no processo criativo.

“Nos já estamos vendo isso existir agora — carregar o sistema com um monte de cortes, e depois basear o dado demograficamente, ele vai de certa forma auto-criar e editar o que é apropriado conforme a demografia ou psicografia”, disse Dave Snyder da Firsstborn, agência sediada em Nova York.

E não precisamos sair do país para encontrar casos como esse. Em recente artigo publicado pelo Propmark, Felipe Turlão mostra como a Brastemp desenvolveu recentemente uma campanha integrada a dados:

“Não existe uma caixinha de big data que você aperta o botão e resolve todos os problemas. Os dados precisam estar conectados às áreas estratégicas da agência, integrando informações sobre os desafios dos clientes, conhecimento sobre o consumidor, a estratégia de comunicação e o conteúdo. Ao encontrarmos o senso comum, o produto criativo é melhor e mais conectado com as pessoas”, contou ao Propmark, Cristina Omura, diretora de mídia da FCB, agência responsável pela campanha.

Vídeo da campanha que teve na seleção de celebridades, na reprodução de memes, e todo a estratégia influenciada por dados. (Brastemp)

Apesar de tudo isso, acontece que existe a questão: não se sabe certo como o a inteligência artificial atua em certas partes do processo. Aliás, citando o outro fundador da Apple, Stevie Wosniack, ainda nem sabe certo como o nosso cérebro funciona, então como poderíamos substituí-lo? É por isso que faz mais sentido olhar para a IA como um complemento da nosso exercício intelectual, e não uma substituição.

Contudo, isso não significa que ela não possa substituir uma série de atividades humanas, como já o vem fazendo. Mas a problemática da IA não está necessariamente na substituição do homem, isso já é fato para aquilo que ela consegue, e só será ampliado.

Mas está em se sabemos todo impacto que ela pode gerar, positivo e negativo. Seja pela causa direta dela, seja pela falta de conhecimento que ainda temos sobre. Mas algo é real, com o aumento de dados disponíveis, aumenta-se a existência de algorítimos para trabalhar ele.

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