Viver ao lado da morte

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2 min readDec 3, 2019

“A morte não existe, mas se faz presente no dia a dia”

Por: Vitor Hugo de Oliveira

Carlos Lima, 38, é gerente administrativo da Funerária Motta em Bragança Paulista. Com experiência de mais de duas décadas no ramo funerário, ele conta que pensa na morte diariamente, ao contrário da maioria das pessoas. “Quando você não vive isso aqui no dia a dia, não vive essa realidade, você não pensa sobre a morte. Tenho certeza de que você (repórter) não pensa em nenhum dia na morte. Por mais que todo mundo esteja sujeito a ela, a qualquer momento, ninguém pensa”.

Durante os 20 anos de trabalos no setor funerário o gerente já vivenciou grandes experiências. Foto: Vitor Hugo de Oliveira

Quando questionado sobre a morte Carlos recorre a uma frase do filósofo grego no período helenístico, Epicuro, “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe morte, e quando existe a morte, não existimos mais.” . O gerente diz concordar com o Epicuro, mas por conviver diariamente com a morte o seu pensamento é moldado pelas convivências e experiências profissionais.

Epicuro de Samos foi um filósofo grego do período helenístico. Foto: Filososfia na Escola

“O trabalho influenciou nessa minha visão. A partir do momento que você vive isso todos os dias já não dá mais pra simplesmente não pensar (na morte)”

Por conta do trabalho, ele se depara com diversos tipos de rituais em funerais, de diversas culturas e religiões, a que mais chama sua atenção é a japonesa, pois Carlos se diz impactado com a forma que eles lidam com esse momento.

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