“O corpo é o bem maior de uma pessoa”

Gabriel Nunes
Born This Way
Published in
3 min readApr 20, 2019
Foto: Milla Lima

Nossa sociedade está acostumada a viver em busca do padrão, seja pelo corpo ideal, roupa ideal ou aparência ideal. Por isso, não percebemos o quanto isso nos faz mal, e quanto isso afeta nossa autoestima e nos deixa inseguros com nossas peculiaridades. A sociedade nos impõe todo dia novas normas e regras pelas quais devemos viver. Mulher deve ser magra e homem deve ter cabelo curto, entre tantos outros “padrões”, é o que ouvimos. Mas, na verdade, somos nós mesmos que decidimos como devemos viver. Nosso corpo é nosso santuário, e fazemos o que quiser com ele. O importante é se sentir bem.

Foto: Milla Lima

Thaisa Miranda Soares, de 18 anos, foi uma das inúmeras mulheres que cresceram ouvindo que era necessário “cuidar” do corpo, ou seja, mantê-lo nos padrões de beleza impostos sobre nós. A auxiliar de cabeleireira ouvia que “tinha que ser magra, que tinha que parar de beber refrigerante, porque teria celulite, que não podia ter estria”. Conforme ela foi crescendo, isso se tornou um problema, pois ela não aceitava o corpo dela do jeito que era. “Eu tinha estria, eu tinha celulite, eu não tinha uma barriga chapada, então isso foi bem difícil”, explica.

Thaisa resolveu realizar um ensaio fotográfico, para mudar a opinião sobre seu próprio corpo. “Sempre ouvi de algumas meninas que fizeram, que era muito bom, libertador, que tu via teu corpo de uma forma totalmente diferente”, conta. Durante o ensaio ela se sentiu um pouco envergonhada, por causa da insegurança que tinha em mostrar o corpo. Mas depois, segundo as palavras dela, se soltou, e teve uma experiência única. “Foi uma experiência inovadora, foi diferente, foi construtiva, e eu recomendo pra todas as pessoas, todas as meninas, que se sentem inseguras com o próprio corpo”, revela.

Foto: Milla Lima

Ao ver as fotos após o ensaio, Thaisa conta que não esperava que fosse ficar tão satisfeita com o resultado. “Eu realmente fiquei emocionada, e me senti super realizada, completa e feliz com o que eu tinha visto. Porque o corpo da mulher em si é lindo, tem suas curvas, toda mulher tem uma beleza única. Então, com o ensaio eu pude aceitar e ser segura disso, segura de que meu corpo era lindo e de que eu não precisava da aprovação de ninguém pra isso”, conta.

Para ela, devemos incentivar as pessoas que têm dificuldades em aceitar o próprio corpo a procurar meios de melhorar a autoestima delas, e também ajudá-las a se livrarem da pressão de ter um corpo perfeito. Seja fazendo ensaios ou conversando com pessoas que passaram ou ainda passam pelo mesmo problema de insegurança. “O corpo é o bem maior de uma pessoa, e ele foi feito para ser amado, respeitado e é digno de amor e carinho. E esse amor e carinho começa com a gente mesmo’, conclui.

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