A saúde de mãos dadas com as soluções conectadas.

Afinal, teremos a ousadia em usar um chatbot ou um app que fale de saúde, com a mesma fluidez que pedimos uma comida ou solicitamos um carro?

Luisa Brandt
Bots Brasil
5 min readJan 20, 2021

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Haja 2020 para tanto 2021, não é mesmo? Após a experiência e convivência com a Covid-19 circulando ao nosso redor durante o ano que passou, como é que ficou o nosso relacionamento com a saúde?

“É parte da cura o desejo de ser curado”, afirmou sabiamente o filósofo Sêneca em quem me inspiro e, à luz de suas palavras, trago um questionamento para refletirmos: estamos preparados para sermos heavy users de chatbots e apps de saúde tanto quanto somos da Uber e do Ifood? Eu adoraria saber, pois o futuro das filas e dos papeizinhos amarelos com o número da senha em laboratórios e hospitais podem “estar em cheque” após termos entendido que o distanciamento social foi necessário durante a pandemia mas, é também, um recurso a favor do tempo e da saúde de cada um de nós.

Foram muitos os médicos, as médicas e os demais profissionais da área de saúde que alertaram a população durante os picos de internações em hospitais, dizendo que a superlotação seria um agravante para que as pessoas mais necessitadas conseguissem a ajuda adequada. Em texto, o doutor Dráuzio Varella enfatizou tal problemática e o conselho foi claro desde o início do cenário mais crítico, a recomendação era de procurar ajuda somente se houvesse falta de ar ou uma piora do quadro após o quarto dia de sintomas.

O “fica em casa”, não foi só uma hashtag, foi um grito de socorro! Graças a ele, tivemos a oportunidade de elucidar a possibilidade de ficar em casa caso não fosse urgente o atendimento presencial. Se fomos capazes de captar a mensagem com a Covid-19, para outros assuntos de saúde, daremos atenção à mesma lógica, certo? Se a sua resposta foi sim, então eu te pergunto: você será um pessoa usuária de chatbots no que diz respeito aos assuntos relacionados à sua saúde?

Foram inúmeros os bots desenvolvidos ao longo da pandemia do Coronavírus. Com o auxílio da tecnologia, a informação se alastrou de forma orgânica e, inclusive, foi um importante agente responsável em alertar sobre as fake news. Em matéria para o NSC total-Jornal Digital, Henrique Bilbao relatou a importância do papel do chatbot em benefício da informação e acompanhamento da doença:

Em um período em que a maioria da população está em casa e a comunicação tem sido realizada quase que em sua totalidade pela internet, o uso dos chatbots podem simplificar o atendimento online para identificar de forma escalável como ajudar cada pessoa de forma individual.

Paralelamente, a corrida das startups da vertical de healthtechs avançou no panorama nacional em prol da sistematização de atendimentos, da desospitalização das filas e da desburocratização de protocolos à moda antiga. Elas visam a qualidade de vida das pessoas e priorizam reduzir o tempo gasto em demandas demasiado lentas, com resultados efetivos, sem a necessidade do “presencial”.

Em matéria para a Gazeta do Povo, Gustavo Araújo, cofundador do hub de inovação Distrito, afirma:

Com tecnologia, você tem sistema de triagem remoto com chatbots ou interações de histórico de dados do paciente, inteligência artificial, apoio da rede varejista de farmácias, evitando que o paciente vá ao hospital sem necessidade”, exemplifica.

Além disto, os números sinalizam que os olhares para a visão empreendedora no setor, devem crescer massivamente. De acordo com dados apresentados no Report de novembro de 2020 do Distrito, foram investidos US$ 93 milhões em healthtechs em 2020 e “apesar da pandemia da Covid-19, o volume de investimento está atrás apenas de 2017”, com US$ 151 milhões.

Será que, diante dos fatos, a tecnologia justificará o “fica em casa” mesmo após a vacina? Este é o questionamento que pauto para 2021 e é, também, o resultado que espero enquanto fundadora da May, uma startup em healthtech que se propõe em dialogar sobre a saúde por meio da democrática ferramenta dos chatbots.

A oportunidade de crescimento da tecnologia aliada aos setores da saúde não se trata apenas de uma mina de ouro, é uma urgência! Não é à toa que o conceito “Hospital 4.0” tornou-se uma referência para quem é vanguardista no ramo. Em matéria recente, o Portal da Saúde nos deixa uma pincelada de esperança com uma pitada de curiosidade:

Com diversas tecnologias aplicadas, é possível criar um hospital inteligente e conectado, em que as rotinas e os processos sejam otimizados e os profissionais
de saúde consigam agir com mais agilidade e assertividade. Uma premissa importante é que nesse conceito, os pacientes são o centro do processo.

Deixo como incentivo algumas ações para exercitarmos ao longo do ano, para que nos tornemos heavy users de serviços de saúde via chatbots ou apps que façam o uso dos queridos robozinhos:

  • Procure saber se o hospital, clínica, laboratório ou similar que você frequenta faz uso de chatbots para atendimentos que costumam ser presenciais;
  • Use ou teste chatbots disponíveis no mercado de saúde sempre que houver e contar como foi a experiência;
  • Divulgue chatbots que realmente funcionam e promova debates acerca dos que não funcionam propondo melhorias;
  • Cite o uso e importância dos chatbots no ambiente de saúde em pesquisas de satisfação.

Você já pode começar a exercitar a sua listinha de ações, visitando:

  • a Livia.bot, assistente virtual especialista em tirar dúvidas gerais sobre saúde;
  • o Dr Wilson, um assistente virtual que tem como propósito disseminar conhecimento sobre a transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e
    prevenção das 20 doenças mais negligenciadas do planeta;
  • e a May, assistente virtual especialista em dar dicas sobre o tratamento de quimioterapia com foco em câncer de mama.
Imagem com “de uma enfermeira agachada para conversar com uma paciente que está numa cadeira de rodas” e o título deste artigo em destaque “A saúde de mãos dadas com as soluções conectadas”.

Este artigo faz parte da série 21 em 2021 do Bots Brasil ✨

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