BOTS COMO O FUTURO DA PROPAGANDA?
Tudo leva a crer que esses caras (os robôs) estarão mais presentes em nossas vidas do que pensávamos.
Acho que todos já experimentaram ou, pelo menos, foram abordados por aqueles atendentes automáticos que costumam “brotar” do lado direito (inferior) do site.
Para mim é bem irritante, e eu ignoro solenemente quando percebo que é um robô.
Pesquisando sobre o assunto me deparei com alguns insights interessantes. Tudo leva a crer que esses caras (os robôs) estarão mais presentes em nossas vidas do que pensávamos. E, digamos assim, a nosso favor. Ou não.
Começando pelo Facebook, temos o DeepText. Mas do que se trata?
DeepText, um projeto da rede social de Mark Zuckerberg, é uma máquina que aprende o processamento de linguagem humano, interpretando a intenção das nossas postagens e muito mais.
Ele se junta ao SyntaxNet, do Google, e ao Tay da Microsoft na busca de um robô de conversação convincente, que demonstre a capacidade de absorver tudo o que conversamos online.
Em muitos aspectos, essas tecnologias tem o mote principal de tornar a navegação na web mais fácil. A princípio seria isso.
No entanto, a realidade parece um pouco “deprimente”, já que todas elas estão orientadas para um único fim: fazer com que os anúncios veiculados nas redes sociais pareçam vir de outro ser humano.
O objetivo é criar a ilusão de que estamos lidando, não com computadores e corporações, mas com outra pessoa, um amigo no qual podemos confiar. Achei uma matéria muito bacana no The Verge, com Ray Kurzweil, da Google.
Lá, Kurzweil revela que ele e sua equipe estão “trabalhando em chatbots” e que, no futuro, as pessoas serão capazes de personalizar seus bots, alimentando-os com as suas próprias mensagens e permitindo que a máquina imite o seu estilo, personalidade e ideias.
O DeepText, por exemplo, analisa e aprende 400.000 novos posts por minuto. A questão que fica é: será ele capaz de alimentar um chatbot que fala como eu e você?
Na vida temos experiências, objetivos, preferências e sentimentos. Tal subjetividade é a fonte mais fecunda de um discurso convincente, e não a capacidade de tomar o que alguém já disse e apenas repetir.
Sem essa vivência, qualquer “conversa” com um chatbot não terão doses suficientes de espontaneidade, variedade e novidade.
Será algo unilateral, em que o bot fará pouco mais além de responder às questões de seu interlocutor humano.
Mas qual o pulo do gato dentro da publicidade?
Na busca em se aproximar da fala humana, eles vão fornecer aos publicitários e profissionais de marketing uma grande vantagem.
As pesquisas têm mostrado, de forma consistente, que a forma mais confiável de publicidade são as recomendações boca-a-boca, de pessoas que conhecemos.
Então, o que farão os bots?
Essencialmente simularão recomendações boca-a-boca, “tranquilizando” todos no momento de comprar uma determinada marca de detergente ou um modelo de carro recém lançado. Este talvez seja o golpe de mestre do chatbot.
E o Facebook já reconheceu isso, uma vez que oferece a venda de “mensagens patrocinadas” para as empresas que desejem explorar o potencial do bot.
Esse tipo de interação representa o futuro destes bots, que ainda encontram-se embrionários. Cedo ou tarde eles estarão em nossa timeline, sempre em um momento oportuno para nos persuadir e nos ajudar, como um amigo faria.
Claro, podemos de fato acabar sendo auxiliados por eles quando estivermos procurando por um restaurante ou sei lá, uma academia.
Mas o objetivo será, na maioria das vezes, o de nos deixar mais a vontade em gastar o nosso dinheiro.