Do design de interface para o design conversacional 🤖

Ju Amorim
Bots Brasil
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5 min readJul 6, 2020
Ilustração de um robô levando café na bandeja até uma pessoa sentada em uma mesa com computador.
Ilustração de um robô levando café na bandeja até uma pessoa sentada em uma mesa com computador. Fonte

A decisão da mudança veio pelo simples fato de que o design conversacional está sendo utilizado cada vez mais no dia a dia, possui um contato muito mais próximo com usuário e um mundo de possibilidades de como trabalhar e resolver problemas. O trabalho como UI designer não estava me inspirando e chegou um ponto onde eu não conseguia ver desafios pela frente.

Depois de 2 anos trabalhando como designer de interface, e um pouco de UX também, a decisão pela mudança de carreira já estava tomada. Estudei mais sobre o universo do design conversacional e após a finalização de um curso de inovação de produto me senti mais inspirada em mudar a minha trajetória profissional.

A interface de um chatbot

Uma interface do chatbot é uma série de elementos gráficos e de linguagem que permitem a interação humano-computador.

Porém existe uma diferença entre uma interface que depende de respostas pré-determinadas, como opções de botão, que limita o que o usuário pode perguntar e o que o chatbot entende. E uma interface de chatbots contextuais, que são baseados em regras criadas para entender e responder a uma variedade de entradas de texto e voz, onde usuário se comunica de acordo com seus termos e não com os do computador.

Frase entre aspas dizendo que os chatbots representam uma nova tendência em como as pessoas acessam a informação, tomam decisões e se comunicam. Escrito por Cristie Pitts da empresa Verizon Ventures. Fonte

Como eu me organizei

Primeiro, tracei alguns objetivos, porque a animação era tanta que não conseguia me conter 🤩

Imagens de três minions pulando de alegria

Fiz uma imersão em conteúdos científicos e em estudos de mercado relacionados a chatbot, seguindo esses pontos:

  • Estudar o relacionamento das marcas através dos chatbots;
  • Conhecer os hábitos dos usuários que utilizam esse canal;
  • Levantar os diferentes tipos de chatbots utilizados;

Até 2020 a Gartner Group prevê que 85% dos consumidores vai se relacionar com as marcas que consome, sem interagir com outros humanos.

Bora começar!

O principal desafio era mudar o meu mindset e adaptar os processos de design que eu já estava acostumada para um processo totalmente diferente.

Então eu defini um processo de criação para o fluxo conversacional.

Fonte: Conversational Academy

Para apresentar uma proposta inicial de um chatbot de produtos financeiros, percebi que precisaria levantar algumas questões para o entregável:

  • Discovery
  • Concepção e estratégia
  • Protótipo
  • Acompanhamento de resultados

Discovery

O processo de discovery levou bastante tempo, precisava entender como o usuário se relaciona com esse canal.

Fonte: Facebok Messenger

A tecnologia para o mercado financeiro abre um mundo de possibilidades e cada instituição pode escolher se aposta alto nas ferramentas ou não.

A utilização dos chatbots vem aumentando cada vez mais para suprir diferentes demandas: a mesma ferramenta que tira dúvidas pode, também, fazer o processo de abertura de contas.

Benchmark

Concepção e estratégia

Comunicar-se com algo artificial é uma experiência estranha e obviamente não era o meu objetivo.

Uma maneira de lidar com isso é criar uma persona para o bot. É a personalidade por trás da sua experiência de conversação. É praticamente de onde vêm as palavras ou a voz da sua experiência no chatbot .

Uma outra maneira é utilizar a linguagem natural, onde o fluxo de conversa flui través de um contexto. Esse fluxo permite que o usuário se sinta mais confortável e seja mais engajado com a sua marca, pois não percebe que está falando com um robô.

Fonte: Paul Pangaro — Making Chatbots Humane

Protótipo

Criei um fluxo de conversa base, utilizando uma árvore de decisão que fornece uma lista com opções, eventos e resultados. Ao projetar uma interação usando fluxos, você cria uma árvore de decisão para o usuário. A partir de uma pergunta raiz e os diferentes caminhos que vêm dela.

Dessa forma, a cada entrada do usuário o fluxo segue o caminho até chegar às informações que o usuário está procurando.

Fluxo base da conversa do chatbot:

Acompanhamento de resultados

Como todo projeto, somente com a definição dos KPI's será possível medir os objetivos de negócio.

Com uma rápida pesquisa selecionei alguns KPI's para acompanhar:

  • Usuários atingidos
  • Duração da sessão
  • Gatilhos de confusão
  • Etapas de conversação
  • Taxa de autoatendimento
  • Taxa de aprendizado com inteligência artificial
  • Aumento de receita
Fluxo de conversa no ChatBase: acompanhamento das saídas de fluxo e taxa de entendimento do Bot.

Resumindo

Desenvolver fluxos para uma comunicação pensada num mundo onde as interações em tempo real se tornam padrão são um desafio, onde o usuário sempre será o foco.

O processo prevê empatia e antecipação de problemas. Afinal, a comunicação é a interação entre duas pessoas, e quanto mais natural e fluido, melhor.

Muito obrigada as pessoas que me incentivaram nesse processo. ❤

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Obrigada = ]

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Ju Amorim
Bots Brasil

UX Specialist. Always curious and always learning.