Insights do meu primeiro meetup do Chatbots Brasil
Aprendendo com quem realmente coloca a mão na massa
Nessa sexta-feira (17) participei do meu primeiro meetup do grupo Chatbot Brasil e foi uma experiência muito engrandecedora.
O evento aconteceu no Cubo, na Vila Olímpia em São Paulo, e contou com a presença de profissionais envolvidos na criação de chatbots. Eles falaram sobre as suas experiências e trouxeram muitos insights interessantes.
O primeiro a falar foi o Luiz Marcelo da Take. Ele nos guiou pela jornada extrema que sua equipe percorreu na criação do Bahianinho, o chatbot das Casas Bahia. Nele os usuários podiam se inscrever para receber as ofertas da Black Friday direto no Messenger.
A equipe teve apenas quatro dias para desenvolver e colocar o projeto em produção. Um deadline apertadíssimo!
O primeiro insight: criar chatbots é uma tarefa multidisciplinar e envolve diversos tipos de profissionais. Gerenciar esses times não é uma tarefa fácil.
O segundo insight: foram nove deploys de atualizações do Bahianinho em apenas um dia! O aprendizado é constante e transformar esse feedback em melhoria no produto é algo que pode (e deve) ser feito muito rápido quando se trata de chatbots.
A segunda palestra foi do Daniel Pereira e seu sócio Leandro Borges, criadores da Clara, o bot que ensina empreendedorismo e ajuda na gestão de negócios.
Esse projeto não começou como um bot e sim com a ideia de um LMS (Learn Management System) no estilo Codecademy. Durante o desenvolvimento os líderes do projeto perceberam que a interface de conversação era a melhor opção para o projeto.
Terceiro insight: desenvolver uma interface de conversação requer uma atenção constante às interações com os usuários. A Clara percebe se o aluno deixou de falar com ela e assim os desenvolvedores podem ver em que momento isso aconteceu para que possam evitar isso no futuro, melhorando o fluxo da conversação.
Quarto insight: definir o tom de voz e a persona do bot são extremamente importantes para seu sucesso. O pessoal que criou a Clara contratou um redator (que também é poeta!) para escrever os diálogos, dando naturalidade e personalidade a ela. E disso veio o quinto insight, que não chega a ser uma novidade, mas é muito importante: conteúdo é ouro!
A terceira e última palestra foi da Renata Tonezi sobre o Design Thinking e a criação de bots.
Sexto insight: o processo do design está em todo lugar, ele pode ajudar desde a gestão das equipes até o desenvolvimento da persona do chatbot.
Para fechar a noite, alguns dos participantes foram para um bar tomar uma cerveja e continuar falando sobre chatbots, é claro.
Nesse momento me engajei em uma conversa com o Fernando Tchê (Outra Coisa), o Rodrigo Siqueira (InBot/RobôEd) e a Camila Canonici (Itaú). Isso me levou até o grande insight final: minha total mudança de visão sobre a criação de chatbots.
Como programador, eu via a criação de bots como uma tarefa técnica e que envolvia programação e um pouco de conhecimento de Conversational UI (Conversational User Interfaces). Esse evento me mostrou que criar chatbots vai muito além disso.
É sim uma tarefa técnica, mas somente nos seus momentos finais de produção. A criação da personalidade, dos fluxos de conversação, o planejamento das interações entre usuário e bot, os diálogos, etc. Estes são o foco do processo.
É preciso pensar antes na conversa e em suas possibilidades e somente então partir para a parte técnica. Afinal, um bot é feito para resolver a dor do usuário conversando… Parece óbvio, mas eu dava menos importância do que deveria para isso antes desse evento.
Agradecimentos
Guardo esse espaço para agradecer aos organizadores desse evento (e do grupo também): O Caio Calado, Ricardo Blumer Grobel, Thiago Ueda e a Camila Canonici.
Não é fácil colocar um evento desse em pé e vocês têm feito um trabalho incrível. Parabéns!
Podem reservar um lugar para mim nos próximos, pois não perco mais nenhum!
