Salvador: carnaval da gratidão e da saudade
Meu carnaval não poderia ter sido diferente. Foi uma pitada de “Extravasa! Libera e joga tudo pro ar!” com muito “Eu queria que essa fantasia fosse eterna”.
A gratidão por Salvador ficou. E a saudade também. Foi um carnaval de despedida, pois vou passar uma temporada no sudeste do Brasil.
Para começar a compartilhar com vocês o que desbravei nesse carnaval, começo pelo dia 4, um sábado.
Eram 00:30 quando o som da guitarra baiana, com agogô e sound system tomou conta do Pelourinho. Era o aviso que uma avalanche estava chegando e tínhamos que estar preparados. Não demorou 2 minutos os prédios tombados do centro histórico começaram a estremecer. A avalanche tem nome: Baiana System.
Meninas e meninos pulando desesperadamente ao som da banda, no meio das grandes rodas formadas na subida da ladeira do Pelô. O que me impressionou foi ver que ninguém caia e, apesar dos grandes empurrões, as pessoas pulavam sorrindo. Após o show, os roxos pelo corpo eram visíveis em algumas pessoas que ficaram perambulando pelas ruas. E o sorriso de orelha a orelha também.
Voltando para o dia 3 de carnaval, uma sexta, só posso dizer que vi o carnaval de cima. Sim, em cima mesmo, bem em cima. Mais alto que o trio elétrico, quase tocando o céu e ao lado da Karol Conka. Quando o show terminou, sofremos juntas ao som de Marília Mendonça e todas outras mulheres do sertanejo que invade nosso peito quando estão cantando.
Como sempre Liniker, Tássia Reis e As Bahias e a Cozinha Mineira me deixaram maravilhada. Pulei, chorei e sorri ao ver aquela multidão cantando as músicas de meus ídolxs e amigxs. Elx são merecedorxs.
Para dar tchau ao carnaval 2017, arrepiei com Timbalada, chorei com Ivete Sangalo, vibrei com Olodum. E para dizer “até logo Salvador!”, fui homenageada no trio das Filhas de Gandhy. O tapete branco mais negro do carnaval.
Foi um carnaval de gratidão e saudade.