Episódio 18

Samuel De Carvalho Hernandez
brainstormfell
5 min readFeb 14, 2021

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O macaco, o espelho e a bicuda crítica

Nossos aventureiros hoje tiveram uma aventura diferente. Já vou logo adiantando que a treta foi mais para descer do que pra subir.

Tudo começou como sempre na Taverna do Salto, onde nosso querido Saulo alimentou as almas famintas. Mas como nem só de pão vive o homem, assim que encheram a pança os malucos foram em Seu chico pegar as famosas poções pra subida.

Conversa vai, conversa vem, um dos caras da guilda Arca de Noé (a famosa), propôs de levar a galera por uma passagem secreta que eles controlam, e perguntou se tinha enxofre, conseguindo um bom preço em algumas peças um tanto duvidosas.

Mas funcionou, e parecia que tudo ia bem. Ao menos para o Tuba, que sabia das doideiras que iam rolar lá embaixo… porque para restante da galera, foi tão aterrador que dificilmente hoje os jogadores dormirão tranquilamente.

Chegaram então a uma casa simples de dois andares, sem reboco, porém de madeiras fortes e grossas. Quase um miniforte. Num pequeno porão, próximo a uma lápide a qual Tuba prestou uma singela e respeitosa homenagem, havia uma arca, tão bela quanto estranha… um portal.

Pra começo de conversa, o gigante Brafskar começou dizendo que não cabia naquele baú que mais parecia uma geladeira bizarra, mas acabou aceitando, contanto o Pequenino fosse em seu colo (tsc tsc tsc…) Logo após Tuba explicar como o aparato funciona, o baixinho colocou o enxofre na gaveta e desceu no elevador-mágico-bizarro-claustrofóbico. Seguidos pelos dois outros, chegaram a uma sala completamente escura, que muitos já sabem onde fica… sim, o nome Ablico lhes diz algo?

Após seguirem as instruções do membro da guilda (mal sabiam eles que ele nunca nem tinha ido ali, senão tinha obtido informações dos outros membros), eles chegaram à sala do Ablico, uma estranha criatura com cheiro de lavanda e que se transforma em uma aranha gigante (ou é uma aranha que vira humanoide?).

Tuba tomou a frente das negociações, e mesmo querendo se alimentar ali mesmo do saboroso Brafskar, o sr. Ablico fechou acordo com os indefesos personagens dessa estranha aventura de abrir passagem caso entregassem corpos para ele… sim, nossos aventureiros acabaram de se transformar em traficantes de órgãos… mas isso é só o começo.

Chegando na Torre Lascada, ao sair de dentro de um espelho (Alice?), os aventureiros se viram numa sala com estátuas humanoides formadas por vários relógios. Ao ouvir um som num dos cantos, o baixinho foi dar uma olhada e acabou tomando e dando um susto numa macaca gigantesca, e seu bebê. A mamãe não quis saber de papo e tascou logo a porrada pra cima do baixinho, que rapidamente se esquivou pra debaixo dela, passando sua adaga no tornozelo e deixando-a no chão. Os aventureiros/traficantes não perdoaram e desceram a lenha na coitada, até que, quase chorando, ela saiu se arrastando, ainda tomando ajuda do Brafskar, que logo depois se arrependeu e deixou o monkey baby órfão (esse cara é um clérigo de que mesmo?). Até o mestre Samuca quase chora com a falta de bom senso dessa trupe! Mas isso é Highfell meu irmão!

Os caras já aproveitaram o corpo grátis e mandaram o recado pro Ablico. De repente chega uma pantera negra enorme, através da mata próxima, e depois de ajudada pelos aventureiros que ainda tiveram de curtir o couro da coitada da mamãe macaca, e amarrar a cabeça detonada no corpo, enquanto o bebê chorava dentro de um saco.

Ao ir embora a pantera se transforma em um mosquito-man, um humanoide todo elegante, vestido de preto com uma cartola enorme, asas de mosquito nas costas e bracinhos que escavaram um pequeno buraco no chão. O buraco se expandiu e o Manassés pulou dentro carregando a macaca, fechando o buraco atrás de si… todos se perguntaram se estavam drogados, mas foi real mesmo.

Sentindo um cheiro de sangue e fezes vindo da terra e da torre do lado de fora, os aventureiros decidiram voltar para a torre, pisando no capacho em frente a porta e sendo teletransportados para dentro novamente. Ao adentrarem as duas cortinas na sala, encontraram relógios-cuco com inscrições: “Dedé passou por aqui” (chamem as autoridades de Thatchum, temos um vândalo em Highfell). Antes que pudessem descobrir mais alguma coisa, 7 macacos vieram atrás deles… Dois aventureiros rapidamente derramaram óleo no chão, formando uma trincheira que deu tempo suficiente para correrem da torre.

Porém, os macacos, mais rápidos, já estavam alcançando a trupe, e foi quando a tensão para conseguir sair da ilha começou. A galera tentou usar as poções de vôo adquiridas no Seu Chico (esse relato não teve patrocínio do Wannistol. Ps.: Me patrocina, Roque!), mas todo mundo tirou 1 no dado! (hahaha) Pensem numa tensão!

Foi quando o sequestrador de macacos resolveu soltar o monkey baby e os macacos os deixaram em paz. Mas quando chegaram na borda, começou o debate pra saber como descer. Quando decidiram usar cordas (a ilha estava praticamente batendo no chão, para os padrões normais), lá vem um Yeti enorme na direção deles. O baixinho se posiciona com arco e flecha enquanto os outros amarram cordas para descer, depois de lançarem suas mochilas de forma desesperada para conseguir descer pela corda improvisada. Quando o yeti já estava sobre eles, todos conseguiram descer. Ufa!

Seguindo fjord abaixo, a galerinha foi parar numa pequena cidade chamada Vale da Madeira, ao norte de Thatchum. Chegando lá, descobriram que após terem sido vistos raios verdes da torre de Wannistol, houveram vários ataques de yetis do deserto em Thatchum e no Vale da Madeira.

Dentro da cidade, na taverna Carvalho-boi, achando que iam almoçar de boas uma bela refeição servida pelo nada confiável Passo Torto (entendi a referência!), nosso amigo bombadão Brafskar foi alvo de provocação de um dos trombadinhas pequeninos que estavam na taverna. Brafskar que não leva desaforo pra casa, perguntou o que o cara tava olhando e pau começou. Bicuda pra cá, espadada pra lá, nessa brincadeira saíram dois pequeninos mortos e, como não houve mesa quebrada, os aventureiros ainda ganharam uma refeição e orgia grátis. O final, saíram de lá quase amigos do Passo Torto, que disse que voltem lá pra resolver esse assunto dos pequeninos trombadinha que causam confusão naquela cidade.

Foi assim que no dia seguinte, após serem acordados pelo taverneiro praticamente os expulsando, os aventureiros voltaram pra Thatchum vivos, porém menos ricos que antes… é como dizem, subir Highfell é como investir na bolsa de valores, nem sempre se ganha… um dia da caça outro do caçador, amigos.

Até a próxima aventura!

Texto por: Elvis Noise

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