Então… você quer construir uma marca forte, certo?
Nos 9 anos (e contando) que trabalho com branding, o cliente, sua história, seu contexto de mercado e sua personalidade de marca são completamente diferentes, mas o objetivo — os sonhos dourados dos executivos — é o mesmo: ter uma marca forte, conhecida e que se relacione de forma única (e positiva) com a sociedade.
"Quero ter uma marca forte tipo o Nubank."
(e quem não quer, não é mesmo?)
Já não é de hoje que discutimos esse assunto no nosso dia a dia, com o time e com os próprios clientes, e decidi escrever 8 dicas de como tornar a presença da sua marca reconhecível e madura.
Não é fácil criar uma marca forte e existe ciência para conseguir chegar lá!
O primeiro passo é conseguir fazer uma marca que represente tudo que você pretende com ela. O caminho mais conhecido é o Golden Circle do Simon Sinek. Existem diversas metodologias, agências e consultorias que podem te apoiar numa estratégia de marca consistente, mas basicamente o que acho importante você concretizar (e combine sempre a cultura interna com o que seu consumidor espera, ok? Precisamos ser coerentes e verdadeiros para construir nossas relações entre marca, colaborador e consumidor):
1. Propósito: por que sua marca existe? Qual é a contribuição que ela pretende dar na sociedade? (Busque algo que realmente te diferencie, não vale dizer "Transformar a sociedade para melhor", ok?);
2. Como você pretende fazer esta transformação?
3. O que você faz de fato para seu consumidor? (Qual o seu entregável?)
4. Já que você está definindo tudo isso, aproveite e pense: Qual é a forma de falar dessa marca? Busque definir tom de voz (uns 4 ou 5), quais as palavras que só sua marca fala (procure as palavras que seus concorrentes falam para você fugir delas). É uma marca formal? Informal? Descontraída? Tem o tom de voz jovem? Usa gírias? Emojis?
5. Crie sua logo e defina como ela se comunica em termos visuais: quais são suas cores principais e de apoio, que tipo de foto faz sentido, íconografia, ilustrações etc.
Pronto! Terminei de me definir! Então, é isso? Terminamos?
Amado, esse é só o começo de uma longa jornada. Agora é a hora de estar preparado para realmente colocar a mão na massa.
Para colocar uma marca na rua e torná-la forte você precisa de paciência, persistência e energia (e alguns exercícios diários)! :)
1. Planejamento de marca: liste tudo o que você deseja fazer para a marca considerando a construção de relacionamento com seu consumidor (ações, conteúdo, iniciativas e parcerias). Posicione todos os post its (físicos ou virtuais) num gráfico xy dentro dos quadrantes como detalhei abaixo.
Impacto: pense quais das atividades terão maior impacto na sua relação com o seu consumidor e quais menos.
Investimento: quais delas exigem mais tempo e budget.
Priorização: Depois de você ter distribuído as iniciativas, você terá uma big picture de quais são as atividades que merecem mais atenção e agilidade e quais podem ser colocadas num segundo plano para implementação.
2. Consistência: é um dos pontos mais importantes (e mais difíceis) do time cliente ter. Acontece que criar peças com os mesmos elementos cansa, se a nossa marca é roxa, no segundo, terceiro mês o time cliente já não aguenta mais ver suas peças roxas saindo para o mercado. Lembre-se de se colocar no lugar do seu consumidor: ele vê sua marca em situações esporádicas — não vê toda a comunicação 24h por dia como você. Prepare sua peça para ser reconhecida num só olhar!
3. Flexibilidade: ter peças com os mesmos elementos não quer dizer pra sair repetindo a mesma peça por aí em diferentes formatos. É mostrar que sua marca tem repertório dentro do seu próprio contexto. Quais histórias e conteúdos são proprietários dela? Qual é a forma de contar da sua marca que a torna única?
Você quer exemplos? Busquei separar marcas pequenas e médias pra facilitar sua identificação. Uma das minhas preferidas é a Pantys — dá uma olhada no instagram e site dela. Tudo tem uma linguagem clara e um território super proprietário. UmHelp — nossa cliente na Brand Gym — pegou a estratégia que fizemos juntos e aplicou de forma primorosa nos seus pontos de contato. Insecta shoes tem uma comunicação que reforça seu propósito — abre diálogo sobre o consumo consciente sem necessariamente falar de produto. O Meca é uma plataforma de conteúdo que tem uma linguagem fotográfica e visual proprietária — sempre que vejo a marca passando pela minha timeline penso "olha o Meca aí, gente!".
São 3 "pequenas" dicas de sustentação de marca, mas que se você conseguir aplicar no seu negócio te garanto que você colherá ótimos resultados. Lembre-se de avaliar resultados e entender também onde que sua marca pode evoluir em termos de linguagem. Quais são as peças que melhor performam? Existe algum termo ou comunicação que funciona melhor?
