O dinheiro secou, devo investir em branding?
por Renata Sagradi, CEO @ Brand Gym
Sim, já ouvimos e falamos à exaustão sobre o “inverno das startups” com o cenário de Venture Capital bem mais cauteloso. Veja só, o dinheiro ainda existe e muitos fundos, principalmente os focados em Early Stage, estão capitalizados. O ponto é que agora o processo de avaliação se torna mais lento e minucioso — e vai além do time e da dor que resolve.
No “inverno do Venture Capital”, investimentos inteligentes dão o tom da sustentabilidade do negócio.
Investidores vão buscar indícios de tração e rentabilidade, uma curva de faturamento relevante e um produto claro e com fit. Aí, meu caro, é onde o branding contribui, e muito, para uma visão estratégica de mercado e produto. Valendo para startups com novas tecnologias e até produtos e áreas de inovação em grandes empresas.
Um bom trabalho de marca traz solidez, alinhamento e passa profissionalismo e credibilidade. Pensando ainda no longo prazo, ele traz sustentabilidade ao negócio. Em um mundo onde o CAC só sobe e caminhões de dinheiro em mídias digitais já não são suficientes, marca cria conexão e reconhecimento, atraindo e retendo clientes que percebem seus diferenciais.
Quem já trabalhou em uma área de marketing sabe: quando os cintos apertam, a verba da área é a primeira a sofrer cortes. É nesse momento que vale avaliar estrategicamente os caminhos e ações. Não tiro o mérito do marketing de performance e seus resultados, mas um trabalho anterior de branding pode impulsionar ainda mais esses esforços.
Vale o checklist para entender se toda a comunicação é coerente, tem objetivos claros e conversa com a persona:
- Sua proposta de valor é clara e consistente?
- Você comunica seus diferenciais?
- Conhece bem a persona e sabe onde ela busca informações?
- Os pontos de contato são padronizados (cores, logo, elementos gráficos)?
- A mensagem é direta e proprietária?
Sim, todos esses pontos fazem parte de um trabalho de branding bem feito — e podem ser sentidos no médio e longo prazo.
Em tempos “gelados”, investimentos inteligentes separam aqueles que olham para um futuro sustentável e rentável de quem treina para a emocionante — porém curta — corrida de 100 metros rasos.