Curiosidades sobre Programa de Doutorado na Coreia do Sul 🍜🇰🇷

Brazilians in Tech
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5 min readOct 3, 2023

Neste post vou contar para você algumas curiosidades sobre uma oportunidade incrível que tive e que me fez parar no país dos doramas e do K-pop. Vem comigo!

Texto escrito por Brenda Braga Pereira

Minha visita ao Templo Haedong Yonggungsa na cidade de Busan, Coreia do Sul

1.Porque escolhi fazer doutorado na Coreia do Sul?

Meu interesse pela Coreia do Sul começou quando eu ainda estava na graduação, graças aos doramas, me encantei pela cultura e despertou curiosidade sobre o país.

O país já era conhecido por ter uma educação de qualidade, sempre aparecia nos rankings como um país de excelência em educação e eu ai eu me perguntei por que não tentar né!?

Como venho de uma família muito humilde, estudar fora parecia um sonho muito distante, mas decidi procurar oportunidades de bolsas de estudos. Pesquisei no google, sobre oportunidades de bolsas para pós graduação aqui e encontrei o GKS. Eu cheguei a pensar em fazer meu mestrado aqui, mas meu inglês era ainda muito fraquinho, eu não me sentia pronta pra vir morar em outro país também, decidi fazer o mestrado lá no Brasil mesmo, estudar mais inglês, me aprimorar um pouco e vir pro doutorado.

2.O que é o programa GKS e como aplicar para ele?

O programa GKS (Global Korea Scholarship) é um programa de bolsas de estudos para pessoas estrangeiras que querem vir estudar na Coreia do Sul.

Existe o GKS-U para quem quer fazer graduação aqui e o GKS-G para pós-graduação. É uma bolsa de estudos bem completa, porque ela cobre as passagens aéreas, os valores das mensalidades, um valor em dinheiro mensal para que a gente sobreviva aqui e se dedique apenas aos estudos e um ano inteiro de estudos da língua coreana, antes de começar os estudos aqui. Além de outros benefícios como seguro saúde, e para os alunos da pós, semestralmente um extra para pesquisa.

Como é uma bolsa bem completa, as exigências também são altas, e uma bolsa competitiva, precisa de um coeficiente de aproveitamento mínimo, que seria 8, numa escala de 0 a 10. São muitas regras durante a aplicação, exige-se muitos documentos, todos precisam ser traduzidos, juramentados e apostilados, não é um processo fácil, mas como a bolsa é muito boa, vale a pena tentar.

Para quem quer saber mais detalhes, todos os editais são encontrados no site https://www.studyinkorea.go.kr/ na aba GKS. Os editais são abertos para graduação em agosto ou setembro e para pós em janeiro e fevereiro. Recomendo ler atentamente os editais e sempre se preparar com antecedência, porque tradução de documentos e apostilamento são processos demorados.

3.Quais foram as minhas dificuldades em relação à adaptação no país?

Acredito que principalmente o idioma e alguns aspectos culturais. Apesar de ter um ano pra aprender o idioma, como o coreano é um idioma muito diferente do nosso, ainda sim é difícil se comunicar e entender tudo, ainda mais nas aulas que usam termos muito específicos de cada área. Minhas aulas do doutorado foram todas em coreano e foi um desafio muito grande pra mim, é difícil estar na aula, não conseguir entender tudo, não conseguir ser tão participativa quanto eu gostaria.

Fora isso, questões culturais mesmo, hierarquias aqui que são muito fortes, o modo como se trata os professores, pessoas mais velhas, a dificuldade para fazer amizades porque as relações aqui se constroem de forma diferente e tudo isso foi desafiador e frustrante em alguns momentos.

4.Conte um pouquinho sobre as suas melhores experiências

No âmbito pessoal, minhas melhores experiências foram primeiramente conhecer pessoas do mundo todo, fazer amizades e conhecer culturas diferentes para além da cultura coreana, a oportunidade de fazer amizades com outros estrangeiros foi incrível pra mim. Além disso, turismo, conhecer lugares aqui, apreciar a cultura coreana, descobrir coisas e lugares aqui é sempre incrível, a Coreia é realmente um país muito organizado, transporte público funciona muito bem, e é muito fácil explorar o país como turista aqui.

No âmbito acadêmico, acho que poder fazer pesquisa de uma forma diferente, abrir o leque de possibilidades, acho que se eu continuasse no Brasil, provavelmente eu faria pesquisas similares as que eu já fazia ou conhecia, aqui a gente precisa se adaptar ao modo como as coisas são feitas aqui, abriu um pouco a minha mente para teorias, pesquisas que eu não conhecia e modos de pensar diferentes também. Acho que tem um benefício em estar em um lugar onde pensam diferente, tem espaço para crescimento, isso foi bom.

5.Meu recadinho para vocês leitores

Queria dizer que tudo é possível, se você tem um sonho e vontade, tem que correr atrás e tentar sim. Minha família é muito humilde, e estudar sempre foi a única opção, estudar fora do país era um sonho distante, mas foi possível, eu encontrei uma oportunidade que me permitiu isso, e fiz o possível pra dar certo. Sem uma bolsa de estudos assim, eu não conseguiria vir estudar fora. Eu apliquei pra essa bolsa duas vezes, não fui selecionada na primeira vez, mas não desisti e deu tudo certo na segunda vez. Então acreditem em vocês, não desistam!

Se quiser saber mais sobre a Brenda acesse:

LinkedIn: linkedin.com/in/brenda-braga-pereira-b088b4228

Instagram: @brenda_braga20

Brenda é originalmente da cidade de Brasópolis, filha de servidores gerais e advinda na grande maior parte de seus estudos da escola pública, sempre teve os estudos como um sonho, muito incentivada pelos seus pais, que diziam que os estudos é aquilo que ninguém pode tirar de você.

No ano de 2013 iniciou os estudos em Física Licenciatura pela UNIFEI, o qual concluiu em 2016. Em 2017, iniciou o mestrado em Educação em Ciências, também pela UNIFEI, concluindo em 2019. Após o mestrado, foi professora de Física na Escola Estadual Presidente Wenceslau (Brasópolis), pelo ano de 2019, um ano muito importante para se conhecer como professora, até julho de 2020, foi também professora de Física pela Escola Estadual Alfredo Albano de Oliveira.

Nesse período realizou a inscrição para bolsa de estudos do governo sul coreano (Global Korea Scholarship — GKS), o qual foi agraciada e se mudou para o país em Agosto de 2020. Nesse momento, encontra-se terminando o segundo ano do doutorado, na universidade, faz parte do grupo de pesquisa, e de projetos especiais para alunos estrangeiros. Agora, mantém o sonho de voltar ao Brasil e contribuir para educação brasileira também.

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