Monólogo de uma Caloura em Transformação Natural
Uma conversa com você, leitor e leitora, sobre um pouco da minha trajetória.
Texto escrito por Joana Dias
Querido Médium e comunidade da Brazilians in Tech, estou em puro estado de transformação. Sim, estou… Em estado presente. Aqui e agora.
Diante de uma nova meta: cursar engenharia química!
Decide-me o conquistar das minhas linguagens internas de forma mais racional. Larguei-me. Tendendo a quem sou, no limite, estou. Derivada de uma função primitiva, não tão racional como gostaria. Digo isso, porque a paixão motivou-me bem mais do que a razão na escolha.
Desmereci os dados lógicos e probabilísticos para embarcar no conceitual. Ou seja, essência e substância. Fui gerada. Parida. Par-t-ida, seria se o tempo perdido tivesse resultado em fim. Mas não posso voltar atrás, visto que não existe tempo negativo. De fato.
Divago. Ainda sob o tempo. Meu deslocamento. Disposta em variáveis, estou. Elementar, longe do próprio eixo. Ocupo lugar? Newton, explica-me, por favor.
Lembra? Tudo há de ser aproveitado! Lavoisier já bem dizia que a natureza não desperdiça; e sim, transforma. Rearranja. Não resulta em fim, a não ser em si mesma. Como poderia eu — filha da mãe natureza, viver outra existência?
Enfim, ser útil! Eis o meu diagnóstico terreno. Para a atuação… Era, posto que há algo além. Distinto. Carreira. Constituída em cada um de nós. Lugar em que nossa luz brilha. Os olhos dilatam e o coração palpita… A conquista. A paixão.
Princípios éticos do ser na decisão. Uma introdução. Mas.. Já estou em aventura.
Sim, estou em um universo novo. Entre páginas, fórmulas, cálculos e álgebra. Bravura. A poética dos traços a determinar. Diante de problemas, operações e notações desperta o ser em conquista da sabedoria, desse conhecer pequeno diante do nós. Ego, bem se quer por saber tão pouco. Há tantas técnicas…Chega de gota d’água, beberei do oceano. Na fonte das moléculas formadas. Eu estou borbulhando normas. Sim, aqui estou.
Circunscrevo o meu terreno. Limito. Estou tão perto. Encontrei-me? Oras, mas o objetivo não é me perder?
Dissocio a reformular. Conceitos! Navego nessas águas límpidas, entretanto suas profundezas aparentam turvas. Mergulhada no que é grande demais, apenas quero conhecer. Aprender. Descobrir. Reconhecer. Navegar…
Na busca, do habitar. Afogo-me. Por que sempre que piso na ilha, com o horizonte deparo-me!
Constante náufrago, resta-se em si mesma. O próprio valor resulta.
Separa e mistura: o medo e a astúcia nesse enfrentar. MUDANÇA. Queria ebulir para não evaporar, porém no pensar já estava destoante.
Não se pode ir rápido demais. Não se pode acelerar na partida, sem ter o projeto do trajeto e ainda ansiar como resultado o acertar. A questão em si já fundamenta o erro. Respira. Oxigena. É o princípio de esforço laboral. Tornou-se rotina? Eis a hora de recalcular. Analítico e sintético. Beleza exógena. Sempre é possível recomeçar.
É apenas o início… Princípio demais para se ter certeza. Imersa o bastante ao ponto de sentir. Estou sentindo aquela fagulha que se sente ao caminhar em aventura. Ao mistério: o que sou e o que posso ser? Eis meu dilema em dialética.
Estou no ocorrer em minhas teses… Flamejante. Será consequência de se estar vivendo?
Qual é? Estou só. No “sou” em companhia. Um verdadeiro mar. Nem são lágrimas. Apenas uma caloura abraçando a sua natureza perdida.
A vida de caloura costuma ser perdidamente confusa, ainda mais de engenharia. Agradeço por me ler nesse monólogo.
Atenciosamente, JoJo.
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Joana Dias é uma estudante de Engenharia Química, cronista, resenhista literária, escritora e nortista. Sob o pseudônimo de JoJo Dieira, possui textos publicados de variados gêneros literários.
