Mulheres em Computação de Alto Desempenho
Em abril ocorreu a XXII Escola Regional de Alto Desempenho da Região Sul (ERAD/RS 2022), de volta presencialmente em Curitiba, PR.
O evento é promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e pela Comissão Regional de Alto Desempenho da Região Sul (CRAD/RS), com o objetivo de qualificar e apresentar a área a estudantes, disseminar avanços na área, e discutir formas de ensino de processamento de alto desempenho nas universidades.
Foco no primeiro objetivo: qualificar estudantes na área.
A ERAD/RS é um encontro muito importante para mim. Foi na edição de 2017 na cidade de Ijuí que tive a certeza de que queria ingressar na área. Assistindo aos estudantes apresentando pesquisas super interessantes, resolvendo e investigando problemas em diferentes áreas, de astronomia à geologia, usando ferramentas que desconhecia, que me bateu a certeza de que queria aprender a resolver aqueles problemas, mesmo sabendo que teria que estudar muito para ser boa naquilo.
Meu envolvimento na área desde então me trouxe frutos incríveis que começou com uma bolsa de iniciação científica, e seguiu com participação em eventos. Um evento em particular chamado Supercomputing, o maior evento na área, promove anualmente um programa voltado a estudantes com bolsa para partipação. Durante uma semana, o programa oferece mentoria, sessões de construção de currículo, paineis sobre desenvolvimento de carreira, workshop sobre apresentação de trabalhos, gerenciamento de tempo, etc. Conversando com os organizadores, o programa começou buscando atrair uma nova geração de estudantes e manter o senso de comunidade e compartilhamento de conhecimento.
Este ano na ERAD, nós do grupo Women in HPC (Mulheres em Computação de Alto Desempenho), unimos nossas experiências em eventos como o Supercomputing para apresentar conteúdos que vão além de discussões sobre criar um ambiente diverso e inclusivo na área. Alinhado com o objetivo do evento de apresentar Computação de Alto Desempenho para novos talentos e além de tudo, incentivar novos talentos, nós organizamos “Palestras Relâmpago”, com tópicos que nós, como pós-graduandas na àrea, gostaríamos de ter assistido láaa no início da nossa graduação:
- Desafios na definição de um tema de pesquisa. Apresentado pelo professor da UFRGS, Philippe Navaux
- Comunicando sua pesquisa: como preparar uma apresentação que reflita o conteúdo de seu trabalho científico de maneira justa. Apresentado pela Alane Marie
Infelizmente, não pude participar presencialmente este ano, mas o feedback que recebi das minhas colegas de grupo me fez perceber que mesmo de longe ainda posso contribuir e retornar positivamente a um evento essencial para minha carreira. Isso me enche de orgulho, do fato que poucas mulheres na área dedicaram um pouco do seu tempo para trazer novas reflexões à comunidade de HPC, e tornar a trajetória mais confortável para as próximas que virão. Isso me faz pensar que estou no caminho certo.
Esses dias me perguntaram: “o que você pensa quando falamos de Diversidade, Equidade e Inclusão em tecnologia?“ Para mim, essa frase grita INOVAÇÃO. A potência de se juntar pessoas diversas, trazendo suas experiências pessoais, dando espaço a novos pensares e provendo ambientes confortáveis faz com que tenhamos avanços e impacto na nossa comunidade. E uma comunidade tem potencial pra mudar o mundo.
Oportunidades nos fazem pensar fora da caixa. Oportunidades geram frutos. A Brazilians in Tech sabe muito bem disso, e esta foi uma das nossas motivações em 2019 quando visamos nos tornar a maior organização de mulheres brasileiras em tecnologia, divulgando oportunidades, promovendo conexões, e dando visibilidade às suas mudanças no mundo.
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