Pessoas > Tecnologia e eu posso provar!
Do Rio Grande do Norte para o mundo!
Texto escrito por Soraya Roberta
Submetendo minha proposta
Era maio de 2023, enquanto eu explorava a internet, descobri outras conferências de Python ao redor do mundo, além da Python Brasil. Comecei a enviar propostas para palestras. Duas foram aprovadas, uma para a PyCon Austrália e outra para a PyCon Suécia. A primeira proposta ficou na suplência, enquanto a segunda estava agendada para novembro. Mas como e com qual dinheiro? Afinal, eu morava no Brasil, e havia uma distância de 8.610 km. Apesar da surpresa de ter sido aceita, permaneci calma. Duas semanas depois, meu marido me ligou e disse: ‘Querida, a minha candidatura para atuar no Instituto Curie foi aprovada, e nós vamos nos mudar para Paris no início de setembro.’ Meu Deus! Meu coração acelerou nervosamente.
Respirando fundo, gritei: ‘EU VOU ME MUDAR PARA PARIS!’ Enviei uma mensagem para Mariana Carvalho, ‘Mari, vou me mudar para Paris em setembro.’ Mandei mensagens para meus pais e todos com quem estava em contato naqueles dias. Além da felicidade, estava muito assustada porque tudo na minha vida estava prestes a mudar. Todos diziam: ‘Fique calma, tudo vai dar certo.’
Criando minha campanha de financiamento
Para piorar a situação de ‘eu não tenho dinheiro’, fui informada de que a agência que financiava minha pesquisa de doutorado não continuaria me fornecendo recursos porque eu estava me mudando para outro país. Imediatamente, pensei que precisava fazer algo, pois queria apresentar minha palestra em Estocolmo, mas não tinha dinheiro devido aos custos da mudança. Neste momento, minha psicóloga sugeriu falar com minha comunidade e pedir ajuda. Foi quando me lembrei da ideia de financiamento coletivo, e assim o fiz. Em menos de 15 dias, consegui mais de 70% da minha meta.
Para minha surpresa, durante o período do meu evento, a comunidade de Python do Brasil se reuniu na conferência anual na cidade de Caxias do Sul. A comunidade promoveu ainda mais minha campanha de financiamento coletivo.
PyCon Sweden
Eu estava muito nervosa com minha apresentação porque seria a primeira vez que eu falaria em inglês em uma conferência de linguagem de programação. Eu estava tão nervosa que não me lembro de como apresentei a palestra. Mas foi maravilhoso! Tive a oportunidade de conversar com Carol Willing, e ela assistiu à minha palestra, ‘OMGGGG.’
As PyLadies de Estocolmo estavam presentes, e conheci Laís Oliveira, uma desenvolvedora brasileira da EuroPython, e conversei com Beatriz, uma desenvolvedora brasileira que mora em Estocolmo.
Após o evento, fomos a um pub e comemos coxinha, pois a chef do restaurante era uma brasileira.
Conheci um número significativo de pessoas, vivenciei eventos que não sabia que existiam, experimentei diferentes alimentos, senti os aromas da cidade, enfrentei o frio e experimentei a emoção de visitar o Museu Nobel.
Pôr do sol às 15h, neblina à noite e de manhã cedo. Conheci a Mimi, uma angolana que trabalhava no hotel onde fiquei; ela me abraçou, conversou comigo em português e sorriu. De forma geral, em bom português com uma variação nordestina: PyCon Suécia é arretado!
Então, pessoal, espero que tenham gostado do meu post. Eu quero, em outra oportunidade, descrever como enviar uma proposta de palestra para a PyCon.
Soraya é candidata a doutorado em Ciência da Computação no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn, UFPE), com ênfase em Pensamento Computacional e formação de professores. Ela já trabalhou com Inteligência Artificial e detecção de discurso de ódio nas redes sociais. Soraya também possui mestrado em Inovação em Tecnologias Educacionais pela UFRN e bacharelado em Sistemas de Informação pela mesma instituição. O projeto “Poesia Compilada” foi construído por Soraya durante seu curso técnico em Informática no IFRN. Atualmente, ela é a apresentadora do podcast @makingartwithcode e profissionalmente atua como Designer Instrucional, entre outras atividades ainda sem nome.
