Sobre os Diferentes Caminhos na Tecnologia e Algumas Dicas pra Quem Tá Começando

Isadora Binot
Brazilians in Tech
Published in
8 min readNov 30, 2021
Fonte: Unsplash

As meninas da Brazilians in Tech trouxeram dicas que merecem ser compartilhadas com quem está começando (ou não) em Tecnologia.

Sobretudo em caminhos menos prováveis da área…

Arquitetura de Soluções

por Mari Carvalho (https://www.instagram.com/hellomariworld/)

O que é:
Arquitetura de Soluções é responsável por unir e integrar soluções diferentes de Tecnologia (por exemplo como o banco de dados reside no servidor, como o servidor puxa as informações e devolve para as máquinas dos usuários, como é feito o backup dessas informações e como essas informações são seguradas, seja em um centro de dados, na nuvem ou mesmo nas pontos — o que chamamos de edge computing. Um arquiteto de soluções é responsável por entender Tecnologias variadas (sejam elas no hardware ou no software) e explicá-las para audiências — sejam elas clientes, stakeholders internos, ou materiais educacionais. Arquitetura de Soluções é uma área fascinante para quem gosta de Tecnologias no geral, é curioso em aprender e também adora interagir com pessoas e simplificar ideias complexas.

Tecnologias usadas no seu dia a dia:
Diversas, algumas delas são: Cloud Computing, banco de dados, redes, HPC, edge computing.

Desafios da área:
Estar a par das últimas Tecnologias; traduzir essas Tecnologias de forma simples para diferentes audiências; entender os contextos passados e históricos das Tecnologias para pensar em como isso afeta e afetará a maneira de consumir recursos tecnológicos.

Uma dica para quem está começando:
Saiba que todo mundo começou do zero; escolha uma área que você goste muito e comece a estudar sobre; encontre mentores para te ajudar na caminhada; não tenha medo de explorar diferentes camadas da Tecnologia e parar no meio caso alguma não te interesse; se mantenha curiosa; pergunte e questione muito; e divirta-se no processo!

Ah, e também saiba que a Tecnologia muda o tempo todo então saiba que nós nunca vamos conseguir saber tudo sobre tudo.

Mestrado em Computação de Alto Desempenho

Por Ana Veroneze (https://www.instagram.com/anaveroneze/)

O que é:
Computação de Alto Desempenho (CAD) é um campo que estuda basicamente como tirar proveito dos recursos computacionais disponíveis atualmente para acelerar aplicações. Para isso, se estuda otimizações a nível de hardware, por exemplo melhorando processadores, a nível de sistema, implementando escalonadores para utilizar os recursos computacionais da melhor maneira, ou a nível de programação, através do uso de computação paralela e distribuída, por exemplo. Com o aumento de dados a serem processados e avanços nos processadores e aceleradores, CAD se tornou essencial! O mais legal de tudo é que por isso, CAD pode ajudar diversos campos de pesquisa a melhorarem o desempenho de suas aplicações, como geologia, astronomia, medicina, aplicações de aprendizado de máquina, etc.

Tecnologias usadas no seu dia a dia:
Bash para criar scripts para executar experimentos, ferramentas para monitoramento de utilização de sistema, linguagem de programação para data science (eu uso R!), ferramentas diversas para coleta de dados sobre o desempenho de experimentos, como rastreadores de perfil de execução, que trazem medidas que nos ajudam a investigar onde podemos otimizar aplicações. Quando criamos ou lidamos com programas paralelos é importante saber modelos de programação para sistemas paralelos e distribuídos, como OpenMP e MPI para CPUs, e OpenACC e CUDA para GPUs. E um caderno de anotações para que você consiga registrar o passo a passo de sua pesquisa e avanços.

Desafios da área:
CAD é uma área que avança muito rápido! Todos os dias existem novos problemas, novas aplicações e novos sistemas que precisamos ser melhorados. A área de pesquisa em CAD é bastante ativa, e por isso um pouco difícil de acompanhar e fácil de se sentir para trás. O aprendizado é infinito, mas as áreas de atuação também!

Uma dica para quem está começando:
CAD muitas vezes é uma área multidisciplinar, onde tentamos melhorar problemas de outras áreas.

A minha dica é: você tem o poder de contribuir diretamente para o avanço científico e tecnológico na área em que quiser. Encontre aquela que faz sentido para você, que além de mais interessante a pesquisa fica mais leve de se realizar.

Product Owner

por Giulia Campos (https://www.instagram.com/giulia.camposs/)
O que é:
O Product Owner ou PO é a pessoa responsável pelo produto que está sendo desenvolvido. O PO deve ter uma visão a curto, médio e longo prazo do futuro e metas de onde aquele produto pode/deve chegar, e alinhando essas visões com os stakeholders o PO prioriza quais serão as entregas que serão feitas e que irão agregar mais para os clientes. O PO trabalha próximo aos devs e designers, mas não desenvolve produto e não toma as decisões técnicas.

Tecnologias usadas no seu dia a dia:
Como o PO não trabalha programando, é importante ter uma noção de lógica e de como funcionam as tecnologias e limites técnicos do seu produto, para entender a importância de débitos técnicos e os limites de onde o produto/plataforma pode ir. Metodologias ágeis como o scrum são bastante usadas pelos POs.

Desafios da área:
A área de produto/plataformas avança muito rápido de acordo com as novas tecnologias, é importante sempre estar atualizado para entender as inovações e quais podem impactar seu trabalho ou exigir refatorações.

Uma dica para quem está começando: busque conhecer cases de produtos grandes do mercado (ex. Spotify e Airbnb), mesmo que sejam produtos diferentes do seu, a metodologia e organização das atividades e equipe podem sempre ajudar a trazer insights importantes.

Além disso, não tenha medo de errar, o scrum é perfeito para avaliarmos nosso trabalho ao final de cada sprint, a fim de melhorar e corrigir os erros da forma mais rápida sempre.

Doutorado

Por Carol Moreira (https://www.instagram.com/carolmore1ra/)

O que é:
Doutorado é um é um grau acadêmico concedido por uma instituição de ensino superior universitário. De uma maneira bem abrangente, o doutorado acadêmica é uma certificação da capacidade de uma pessoa de desenvolver investigação num determinado campo da ciência. No Brasil, o doutorado tem duração média de 4 anos. Durante esse tempo, a pessoa irá se dedicar a pesquisa e a realizar novas descobertas sobre um tema determinado. O objetivo é que a pessoa possa contribuir com o conhecimento acadêmico, apresentando um ponto de vista novo. O doutorado é o grau acadêmico mais alto que uma pessoa pode ter. Com isso, espera-se que além de todo conhecimento sobre o seu tema de pesquisa a pessoa tenha desenvolvido habilidades como: comunicação, gerenciamento de tempo, criatividade, organização, escrita científica, gestão de projetos. Os estudos desenvolvidos ao longo do tempo resultarão em uma tese de doutorado, e que será avaliada por uma banca de professores. A aprovação pela banca resultará no título de doutor. Realizar um doutorado em universidades brasileiras te resultará em um título de DSc (Doctor Scientiae, Doctor of Science ou Doutor em Ciências), esse título é equivalente ao título de PhD (Philosophiae Doctor, Doctor Philosophiaeque ou Doutor em Filosofia) que é obtido em universidades de outros países.

Tecnologias usadas no seu dia a dia:
As tecnologias utilizadas no doutorado vai depender muito da área de pesquisa. De um modo geral, realizamos muitas leituras e escritas de artigos e para isso utilizo ferramentas de gestão de referências como o Mendley, e algumas ferramentas de gestão de arquivos. Como o doutorado é um projeto de 4 anos, utilizo o Trello para organizar as atividades que preciso fazer.

Desafios da área:
O maior desafio de realizar um doutorado é a gestão do projeto como um todo. O processo não é linear, alguns momentos precisará de muita resiliência para seguir. Tem épocas que terá maiores produções que outras. Como envolve muita leitura e escrita, demanda muitas horas sentadas só absorvendo o conteúdo. A densidade de conteúdos é tão grande que alguns deles demorará meses para serem absorvidos.

Relações com orientadores é uma habilidade que deve ser construída, e vista como uma relação de apoio para o seu desenvolvimento profissional. Alguns orientadores não se veem nessa posição e a pessoa orientando sofre muito com o processo.

Uma dica para quem está começando: A minha principal dica é colocar no papel de principal investigador do tema, tirar essa visão de estudante e se colocar no papel de pesquisadora. Aprender sobre gerir projetos e demandas, desenvolvendo essa habilidade de gestão ajudará no desenvolvimento da pesquisa. Deixando o processo mais leve e menos custoso. Registrar todas as informações é necessário, porque em 4 anos muitas coisas acontecem e pode ser que algo se perca só na memória.

Monitora

Por Mônica Hillman (https://www.instagram.com/monis.png/)

O que é:
O monitor convive com os alunos, orienta a trajetória que eles podem seguir, cuidam que eles estejam dentro das regras da organização, auxiliam com as disciplinas. Apesar de monitora ser um cargo bem amplo, geralmente sendo de escolas, no meu caso eu trabalho como monitora na Alura nos cursos da formação front-end, ajudando diretamente os alunos.

Tecnologias usadas no seu dia a dia:
As ferramentas essenciais pra trabalhar com isso são o discord e o slack, também o próprio site da Alura. De resto, depende da dúvida do Aluno, usando editores de código, HTML, CSS, Javascript e diversas bibliotecas e frameworks que a gente fornece curso.

Desafios da área:
As vezes os alunos trazem dúvidas que vão além dos cursos, são problemas do trabalho, da universidade e etc. E em alguns desses casos o aluno nem pode fornecer o código do projeto, o que dificulta muito em descobrir pq não está dando certo. São diversos alunos com diversos tipos de computadores e configurações diferentes, além de níveis de conhecimentos diferentes. Há alunos que abrem tópicos com informações rasas como “não funciona”, “não sei o que está dando errado”, sem fornecer código.

Uma dica para quem está começando:
Trabalhar com a área da educação não é só ensinar: é uma oportunidade imensa de aprender. Você não precisa ter conhecimento nível senior pra isso, você pode aprender enquanto ajuda o aluno e as vezes até aprender coisas novas com eles. No caso do cargo de monitor, não se prenda a uma linguagem em específico, goste de estudar coisas diferentes, de buscar o novo. Enquanto na industria você tem que seguir as tecnologias do projeto, o ramo educacional te permite ir além. Você não precisa saber de tudo, as vezes o que você acha que é básico ainda é uma dúvida pra outra pessoa. Produza conteúdo! Ensine os outros o que você sabe. O retorno é gratificante. Além de tudo isso, você desenvolve suas soft skills. É possível melhorar suas habilidades de comunicação, liderança, aprendizado, ensino, empatia e etc.

Para conhecer mais sobre a Brazilians in Tech, acesse nosso site neste link e junte-se a nos!

Uma dica para quem está começando: A minha principal dica é colocar no papel de principal investigador do tema, tirar essa visão de estudante e se colocar no papel de pesquisadora. Aprender sobre gerir projetos e demandas, desenvolvendo essa habilidade de gestão ajudará no desenvolvimento da pesquisa. Deixando o processo mais leve e menos custoso. Registrar todas as informações é necessário, porque em 4 anos muitas coisas acontecem e pode ser que algo se perca só na memória.

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