Os Adversários — Chargers (Semanas 5 e 13)
Estamos aqui para mais um post da série Adversários. Nela analisamos os times que o Denver Broncos vai enfrentar em 2019 e o time de hoje é o Los Angeles Chargers — o melhor elenco da NFL. Se você quiser conferir os textos sobre os outros adversários — feitos por mim e pelo Matheus Coda — listamos todos eles no final.
Nota: esta série é feita em colaboração com perfis que cobrem os adversários. Infelizmente, acionamos todos os perfis mais conhecidos dos Chargers, mas nenhum deles apareceu na última semana. Estão todos foragidos.
Como foi a temporada de 2018?
A temporada de 2018 dos Chargers foi como todas as outras. Muita expectativa de que agora vai, mas não foi. Mais uma vez o nosso rival de divisão foi um leão na temporada regular e um gatinho nos playoffs. O time conseguiu se classificar pelo Wild Card da AFC, com uma excelente campanha de 12–4. Nos playoffs o time comandado por Rivers ganhou dos Ravens na primeira partida — dominando no início e passando sufoco no final, com o fraquíssimo Lamar Jackson dando um calor no time de Los Angeles. Na rodada seguinte o time azul bebê perdeu para o New England Patriots.
Quando eu digo que o ano de 2018 não teve novidades, não é uma hipérbole. Mais uma vez o time teve o Rivers jogando bem, mais uma vez o jogo terrestre foi forte (com Melvin Gordon e Austin Ekeler), mais uma vez o Keenan Allen foi dominante, mais uma vez a linha ofensiva foi horrorosa e mais uma vez o Joey Bosa se machucou.
O que esperar de 2019?
A verdade é que, infelizmente, o histórico não garante nada para o futuro. Se os Chargers são o time do “agora vai” há várias temporadas, nada nos garante que eles vão seguir morrendo na praia. Vamos encarar a verdade: o time tem um dos núcleos jovens mais promissores da NFL. Bosa e Ingram são excelentes pass rushers, Derwin James (S) teve uma temporada de rookie brilhante, Desmond King já mostrou que é um CB de respeito e Mike Williams é um WR que complementa muito bem o ataque do time. Perceba aqui que, com exceção de Ingram, estão com menos de 25 anos. Ainda temos que somar os já citados Keenan Allen (WR), Melvin Gordon (RB) e Phillip Rivers (QB), que compõem o núcleo de um ataque que pode ser elite na liga.
Já a free agency do time não foi muito movimentada. Alguns jogadores retornaram, como Denzel Perryman (LB), Brandon Mebane (NT), dentre outros. Além deles, o veterano LB Thomas Davis e o QB Tyrod Taylor assinaram com o time durante o período. O destaque da free agency está em outro lugar.
Sem muito capital no draft por conta da sua excelente campanha (o time era o 26º time com mais capital no draft), os Chargers conseguiram ter o draft de destaque (o 11º em valor dos jogadores escolhidos). Isto significa que o rival foi cirúrgico nas escolhas, conseguindo steals (jogadores que caíram no draft de maneira injustificada) em 5 de suas 6 escolhas.
Deste modo, o que podemos concluir sobre o nosso rival azul da California? O que podemos dizer é o mesmo que dissemos no passado: este ano os Chargers vêm forte. E ainda mais forte do que no ano passado. Resta saber se vai dar liga. O meu palpite é: com o head coach Anthony Lynn, me parece pouco provável. Para fazer uma analogia para a torcida laranja e azul. O time dos Chargers com Lynn no comando me parece os Broncos do John Fox: o time era uma máquina, mas na hora H não segurava o rojão. Sempre tinha alguma coisa pra dar errado. Faltava um pouco da magia requerida para um time campeão. A corrida para o Super Bowl vai além da temporada regular.
No que devemos ficar de olho?
O jogo pode ser resumido em duas questões: é um ataque incrível contra uma defesa que deverá ser muito boa e um ataque pedestre contra uma defesa de altíssimo nível. Em resumo, os dois jogos devem ser sofridos. Mas existem dois matchups que eu gostaria de destacar.
O primeiro deles é de alto nível, com o ataque aéreo dos Chargers enfrentando a nossa defesa. Em termos de batalha na secundária, ver o time de recebedores deles contra os nossos corners e safeties deve ser um duelo muito interessante para o amante do futebol americano. Já o embate dos running backs e tight ends no jogo aéreo contra os nossos linebackers deve prover um pouco de sofrimento em nossos corações machucados.
O segundo matchup que eu quero observar é dos pass rushes dos dois times, que são poderosos, contra as linhas ofensivas dos dois times, que são horrorosas. É um jogo para Miller, Chubb, Bosa e Ingram brilharem (no caso do Bosa, se conseguir não se machucar até la). A partida promete uma chuva de QB no chão.
Por último, gostaria de observar outra questão importante: o caminho para a vitória. O duelo da nossa defesa com o ataque deles é algo em alto nível, com duas unidades que deverão encontrar grandes atuações. A chave vai estar no nosso ataque e isso passa por, na minha opinião, conseguir ganhar jardas no jogo terrestre. Isso ocorre porque, apesar de ser uma grande defesa, os Chargers têm alguma dificuldade de defender o jogo corrido. Se conseguirmos estabelecer um ganho constante de jardas pelo chão, é bem possível que cheguemos ao final da partida com adversários cansados e estejamos em posição de ganhar a partida. Mas não esqueçamos de que isso não é tarefa fácil.
Resultado provável
A lógica indica que os Chargers devem passar o carro nos Broncos, tanto na ida, quanto na volta. O nosso elenco, que ainda tem diversos jogadores tapa-buraco, é bastante inferior ao elenco dos Chargers. No entanto, há razões para acreditar. Como o histórico recente nos informa, mesmo que o nosso time tenha sido muito ruim nos últimos três anos, conseguimos algumas vitórias sobre os times comandados por Phillip Rivers. Até a dupla Vance Joseph e Case Keenum conseguiu arrancar uma vitória deles. Eu não sei dizer o porquê, mas que a gente sabe que ele treme.
De toda forma, como essa é uma análise séria, não podemos simplesmente contar com uma amarelada do QB adversário ou com uma nova chuva de lesões. Assim, o nosso veredito é de que, pela lógica, os Chargers devem ganhar os 2 jogos.
Gostou da série? Então acompanhe conosco as análises dos outros adversários!