Os Adversários — Chiefs (Semanas 7 e 15)

Pedro Luís
Broncos Brasil feat. Broncast
8 min readJul 16, 2019
Alguém segura esse homem, pelo amor de deus.

Depois de uma semana de folga, por conta de compromissos do Matheus Coda, a série Adversários está de volta. E desta vez, temos o mais temido adversário de 2019: o Kansas City Chiefs. Vamos passar por várias etapas, mas para não torrar a paciência do leitor, vamos pular a parte de 2018 por dois motivos. O primeiro é porque todo mundo sabe que eles foram o time sensação de 2018. O segundo é porque passaram 74 jogos (mais ou menos nessa média) dos Chiefs na TV em 2018. Todo mundo viu o estrago que eles fizeram na NFL. E como estabelecemos lá no início, chamamos o Chiefs Brasil pra nos dar uma luz a respeito do que o time da terra do Drew Lock preparou para este ano.

No fim deste texto colocamos links para os adversários das outras semanas, não deixe de conferir!

Como foi a temporada de 2018?

Ok, vamos falar um pouquinho. Os caras passaram o carro em todo mundo e, inclusive, na gente. Os jogos foram mais apertados do que se esperava, mas a freguesia permanece. Desde 2015 os Broncos não ganham dos Chiefs. Já virou bagunça. Mas, pra surpresa de ninguém, os Chiefs seguem patinando para ganhar a AFC. Desde que o troféu passou a ser nomeado em homenagem ao antigo dono dos Chiefs, eles nunca mais ganharam a Conferência.

O ataque foi show, mas a defesa foi terrível. Por consequência disto, o coordenador defensivo foi convidado a se retirar e o time resolveu tentar outra coisa neste lado da bola.

O Bob Sutton com esse headset e essa planilha gigante até parecia que sabia o que tava fazendo. Felizmente os Chiefs demoraram pra descobrir que ele não tinha nem ideia do que tava se passando.

O que esperar para 2019?

Aqui vamos concentrar a principal parte do texto. Após a frustração da final da AFC, com a derrota para os Patriots, os Chiefs resolveram reformular a parte defensiva do time. Bob Sutton (Coordenador Defensivo) saiu e deu lugar a Steve Spagnuolo. O novo treinador já chegou implementando uma mudança radical e trocou o esquema de 3–4 para 4–3. Para quem está familiarizado com estas siglas, isso significa que muda completamente o jeito de jogar para o front-seven — que compreende os 7 jogadores da linha defensiva e os linebackers.

Mas a mudança não se limitou a isto. Na free agency alguns jogadores importantes foram embora. A principal perda da free agency, com o fim do contrato, foi a do Center Mitch Morse. O sólido jogador de linha ofensiva vai jogar nos Bills, que tá precisando de ajuda no setor. Além disso, o time se desfez de alguns jogadores importantes. O mais conhecido deles foi o excelente Running Back Kareem Hunt, que foi dispensado (com absoluta justiça) após ser flagrado agredindo uma mulher no hall de um hotel.

Vocês tão aí tudo achando os Browns um time legal e eles estão catando agressor de mulher pra colocar no roster!

Mas se a perda mais conhecida foi no ataque, as mais importantes foram na defesa. O já histórico Linebacker rival, o temido Justin Houston, foi dispensado. Com um alto salário e um histórico recente de lesões, um dos melhores da história recente vai jogar nos Colts. Outra perda de peso é a do Safety Eric Berry, outro nome de peso e tradicional na história do rival.

Para compensar estas perdas da offseason e para dar ao novo coordenador as peças que faltaram, os Chiefs se movimentaram para trazer novos jogadores — especialmente na defesa. O principal é o Safety Tyrann Mathieu, vindo dos Texans. O Honey Badger é um jogador absolutamente versátil e perigoso, que vai nos causar preocupações constantes no fundo do campo. E para suprir a perda do Houston, o rival foi atrás de Alex Okafor. Longe de ser um cara de alto nível, como Houston, ele deverá cumprir bem o seu papel e, muito importante, deverá ter uma disponibilidade muito maior do que o veterano — frequentemente machucado.

Ele não sabe brincar. O Tyrann Mathieu é pior que o Joselito.

Porém, as movimentações não terminaram aí. Com uma offseason agitada, os Chiefs acertaram algumas trocas importantes para o futuro. A primeira delas foi enviar o Linebacker Dee Ford para os 49ers. Sem se encaixar no novo esquema, o promissor edge rusher foi enviado para a NFC. E para repor a força na linha, o time buscou o Defensive End Frank Clark junto ao Seahawks. O prolífico e problemático jogador foi uma aposta alta dos Chiefs — que tem alto risco e alto potencial de ganhos. Vamos ver no que vai dar.

Se todas essas movimentações ficaram confusas para você entender, resumo. O time conseguiu manter praticamente todas as peças ofensivas de um dos melhores ataques da NFL em 2018 e, para a defesa, fez uma mudança radical. Trocou de coordenador, trocou de esquema e trocou as estrelas do pass rush. Na linha saíram Dee Ford e Justin Houston pra dar lugar ao Frank Clark — que se junta ao excelente Chris Jones. Na minha opinião, mexeram onde não precisava mexer. A única coisa que se salvou na defesa do rival em 2018 foi o pass rush. De toda forma, o time rejuvenesceu e formou um núcleo que deverá durar mais tempo em torno do Patrick Mahomes.

Inside job

Como já é tradição, trazemos um perfil que cubra o adversário com a mesma paixão que nós cobrimos o nosso time laranja e azul. E o perfil que atendeu ao nosso chamado é o Chiefs Brasil (@Chiefs_Brazil — no Twitter). Em um bate-papo rápido, nosso espião destacou a troca de coordenador como um alívio — em 2018 pudemos acompanhar bem a agonia do perfil com o Bob Sutton. E ele espera dias melhores para a defesa dos Chiefs. Com a troca de esquema, nosso amigo espera uma evolução enorme (palavras dele) desta unidade. Estou um tanto cético. O coordenador é novo, os esquema é radicalmente diferente do anterior e ainda há alguns buracos. Mas é difícil ser pior do que a defesa do ano passado.

No ataque, o nosso amigo dá um insight interessante. Muito pouco se fala desta unidade, já que a grande maioria das peças permaneceram e espera-se que o time jogue do mesmo jeito que em 2018. Porém, com a perda de Kareem Hunt — e em menor grau, com a perda de Mitch Morse (center) — o time perde força na corrida pelo meio da linha. Os Running Backs remanescentes são mais ágeis e contam com uma característica voltada para o recebimento de passes. Deste modo, nosso camarada imagina que o time vá ter um jogo mais aéreo e mais vertical.

No que ficar de olho?

Há algumas questões críticas que serão levadas para os jogos com o rival em 2019. Passando pelo embate de Mahomes contra a nossa defesa, imagino que Chris Harris Jr. e Bryce Callahan conseguirão conter o explosivo Tyreek Hill — especialmente com a ajuda de Justin Simmons e Kareem Jackson jogando de safety e dando aquele apoio extra. Ao mesmo tempo, também não creio que o jogo corrido seja um grande fator. A nossa linha defensiva é bastante sólida e os inside linebackers se destacam no quesito de enfrentamento ao jogo corrido.

Dessa vez não é pra deixar ele soltar a bola, Will Parks.

O bicho vai pegar no lugar de sempre: se já é difícil parar até o desconhecido Nick Vanette, o que podemos dizer de Travis Kelce? O Tight End tem atormentando a torcida laranja e azul há alguns anos e promete vir para incomodar ainda mais em 2019. É a junção do ponto mais forte do ataque dos Chiefs, com o ponto mais fraco da defesa dos Broncos — o jogo aéreo em cima dos linebackers. Se serve de consolo, Von Miller, Derek Wolfe, Shelby Harris e Bradley Chubb deverão infernizar a vida do Mahomes. Se serve de consolo (parte 2) é que esta defesa foi desenhada para parar os Chiefs. Quem sabe ela encaixa de primeira nesta tarefa?

Já pelo lado do nosso ataque, a situação é um pouco mais crítica. Não custa repetir: a nossa linha ofensiva é uma incógnita. Por mais que o Mike Munchak faça mágica, não vai ser sempre que a nossa linha vai conseguir segurar as pontas. E esse é um jogo excelente para entregar a paçoca. A linha dos Chiefs tem nomes muito fortes e, se encaixar, vai incomodar de novo. Além disso, os safeties são excelentes também, o que vai limitar as jogadas no fundo do campo.

Tendo tudo isso em conta, vamos ter que virar o feitiço contra o feiticeiro. Se o Rich Scangarello conseguir montar um bom esquema, Noah Fant e Phillip Lindsay poderão abusar da defesa adversária com passes no meio de campo. Eles sofrem da mesma fraqueza que nós (com um agravante): os linebackers são fracos. E os deles nem são tão bons contra o jogo corrido. Assim, deveremos ver muitas corridas com Lindsay e Royce Freeman, armando alguns play actions para pegar a defesa adversária com as calças curtas. Nesta hora Courtland Sutton e Noah Fant precisam brilhar.

Dá pra ganhar? Dá. Vai ser fácil? Nem um pouco.

Freeman Maravilha, nós gostamos de TD! Freeman Maravilha, faz mais um pra gente ver!

Resultado Provável

Olha a carinha de quem vai aprontar!

Normalmente eu me alongo um pouco aqui e explico os motivos do apontamento. Mas eu acho que nem o mais fanático espera que os Broncos sejam favoritos contra um dos melhores times da NFL. O duelo entre o ataque do Mahomes contra a defesa do Von Miller deve ser bastante parelho, mas o nosso ataque vai penar muito. Pode engrenar, mas não é fácil. A verdade é que os nossos rivais são favoritos para estender a freguesia.

Quer saber mais sobre os nossos outros adversários? Acompanhe com a gente nos links abaixo:

Titans — Semana 6

Chargers — Semana 5 e 13

Jaguars — Semana 4

Packers — Semana 3

Bears — Semana 2

Raiders — Semanas 1 e 17

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Pedro Luís
Broncos Brasil feat. Broncast

Torcedor do Denver Broncos. Editor, produtor e apresentador do Broncast, o mais completo podcast sobre o time em português. Um dos coordenadores do Broncos Br.