Os Adversários — Chiefs (Semanas 7 e 15)
Depois de uma semana de folga, por conta de compromissos do Matheus Coda, a série Adversários está de volta. E desta vez, temos o mais temido adversário de 2019: o Kansas City Chiefs. Vamos passar por várias etapas, mas para não torrar a paciência do leitor, vamos pular a parte de 2018 por dois motivos. O primeiro é porque todo mundo sabe que eles foram o time sensação de 2018. O segundo é porque passaram 74 jogos (mais ou menos nessa média) dos Chiefs na TV em 2018. Todo mundo viu o estrago que eles fizeram na NFL. E como estabelecemos lá no início, chamamos o Chiefs Brasil pra nos dar uma luz a respeito do que o time da terra do Drew Lock preparou para este ano.
No fim deste texto colocamos links para os adversários das outras semanas, não deixe de conferir!
Como foi a temporada de 2018?
Ok, vamos falar um pouquinho. Os caras passaram o carro em todo mundo e, inclusive, na gente. Os jogos foram mais apertados do que se esperava, mas a freguesia permanece. Desde 2015 os Broncos não ganham dos Chiefs. Já virou bagunça. Mas, pra surpresa de ninguém, os Chiefs seguem patinando para ganhar a AFC. Desde que o troféu passou a ser nomeado em homenagem ao antigo dono dos Chiefs, eles nunca mais ganharam a Conferência.
O ataque foi show, mas a defesa foi terrível. Por consequência disto, o coordenador defensivo foi convidado a se retirar e o time resolveu tentar outra coisa neste lado da bola.
O que esperar para 2019?
Aqui vamos concentrar a principal parte do texto. Após a frustração da final da AFC, com a derrota para os Patriots, os Chiefs resolveram reformular a parte defensiva do time. Bob Sutton (Coordenador Defensivo) saiu e deu lugar a Steve Spagnuolo. O novo treinador já chegou implementando uma mudança radical e trocou o esquema de 3–4 para 4–3. Para quem está familiarizado com estas siglas, isso significa que muda completamente o jeito de jogar para o front-seven — que compreende os 7 jogadores da linha defensiva e os linebackers.
Mas a mudança não se limitou a isto. Na free agency alguns jogadores importantes foram embora. A principal perda da free agency, com o fim do contrato, foi a do Center Mitch Morse. O sólido jogador de linha ofensiva vai jogar nos Bills, que tá precisando de ajuda no setor. Além disso, o time se desfez de alguns jogadores importantes. O mais conhecido deles foi o excelente Running Back Kareem Hunt, que foi dispensado (com absoluta justiça) após ser flagrado agredindo uma mulher no hall de um hotel.
Mas se a perda mais conhecida foi no ataque, as mais importantes foram na defesa. O já histórico Linebacker rival, o temido Justin Houston, foi dispensado. Com um alto salário e um histórico recente de lesões, um dos melhores da história recente vai jogar nos Colts. Outra perda de peso é a do Safety Eric Berry, outro nome de peso e tradicional na história do rival.
Para compensar estas perdas da offseason e para dar ao novo coordenador as peças que faltaram, os Chiefs se movimentaram para trazer novos jogadores — especialmente na defesa. O principal é o Safety Tyrann Mathieu, vindo dos Texans. O Honey Badger é um jogador absolutamente versátil e perigoso, que vai nos causar preocupações constantes no fundo do campo. E para suprir a perda do Houston, o rival foi atrás de Alex Okafor. Longe de ser um cara de alto nível, como Houston, ele deverá cumprir bem o seu papel e, muito importante, deverá ter uma disponibilidade muito maior do que o veterano — frequentemente machucado.
Porém, as movimentações não terminaram aí. Com uma offseason agitada, os Chiefs acertaram algumas trocas importantes para o futuro. A primeira delas foi enviar o Linebacker Dee Ford para os 49ers. Sem se encaixar no novo esquema, o promissor edge rusher foi enviado para a NFC. E para repor a força na linha, o time buscou o Defensive End Frank Clark junto ao Seahawks. O prolífico e problemático jogador foi uma aposta alta dos Chiefs — que tem alto risco e alto potencial de ganhos. Vamos ver no que vai dar.
Se todas essas movimentações ficaram confusas para você entender, resumo. O time conseguiu manter praticamente todas as peças ofensivas de um dos melhores ataques da NFL em 2018 e, para a defesa, fez uma mudança radical. Trocou de coordenador, trocou de esquema e trocou as estrelas do pass rush. Na linha saíram Dee Ford e Justin Houston pra dar lugar ao Frank Clark — que se junta ao excelente Chris Jones. Na minha opinião, mexeram onde não precisava mexer. A única coisa que se salvou na defesa do rival em 2018 foi o pass rush. De toda forma, o time rejuvenesceu e formou um núcleo que deverá durar mais tempo em torno do Patrick Mahomes.
Inside job
Como já é tradição, trazemos um perfil que cubra o adversário com a mesma paixão que nós cobrimos o nosso time laranja e azul. E o perfil que atendeu ao nosso chamado é o Chiefs Brasil (@Chiefs_Brazil — no Twitter). Em um bate-papo rápido, nosso espião destacou a troca de coordenador como um alívio — em 2018 pudemos acompanhar bem a agonia do perfil com o Bob Sutton. E ele espera dias melhores para a defesa dos Chiefs. Com a troca de esquema, nosso amigo espera uma evolução enorme (palavras dele) desta unidade. Estou um tanto cético. O coordenador é novo, os esquema é radicalmente diferente do anterior e ainda há alguns buracos. Mas é difícil ser pior do que a defesa do ano passado.
No ataque, o nosso amigo dá um insight interessante. Muito pouco se fala desta unidade, já que a grande maioria das peças permaneceram e espera-se que o time jogue do mesmo jeito que em 2018. Porém, com a perda de Kareem Hunt — e em menor grau, com a perda de Mitch Morse (center) — o time perde força na corrida pelo meio da linha. Os Running Backs remanescentes são mais ágeis e contam com uma característica voltada para o recebimento de passes. Deste modo, nosso camarada imagina que o time vá ter um jogo mais aéreo e mais vertical.
No que ficar de olho?
Há algumas questões críticas que serão levadas para os jogos com o rival em 2019. Passando pelo embate de Mahomes contra a nossa defesa, imagino que Chris Harris Jr. e Bryce Callahan conseguirão conter o explosivo Tyreek Hill — especialmente com a ajuda de Justin Simmons e Kareem Jackson jogando de safety e dando aquele apoio extra. Ao mesmo tempo, também não creio que o jogo corrido seja um grande fator. A nossa linha defensiva é bastante sólida e os inside linebackers se destacam no quesito de enfrentamento ao jogo corrido.
O bicho vai pegar no lugar de sempre: se já é difícil parar até o desconhecido Nick Vanette, o que podemos dizer de Travis Kelce? O Tight End tem atormentando a torcida laranja e azul há alguns anos e promete vir para incomodar ainda mais em 2019. É a junção do ponto mais forte do ataque dos Chiefs, com o ponto mais fraco da defesa dos Broncos — o jogo aéreo em cima dos linebackers. Se serve de consolo, Von Miller, Derek Wolfe, Shelby Harris e Bradley Chubb deverão infernizar a vida do Mahomes. Se serve de consolo (parte 2) é que esta defesa foi desenhada para parar os Chiefs. Quem sabe ela encaixa de primeira nesta tarefa?
Já pelo lado do nosso ataque, a situação é um pouco mais crítica. Não custa repetir: a nossa linha ofensiva é uma incógnita. Por mais que o Mike Munchak faça mágica, não vai ser sempre que a nossa linha vai conseguir segurar as pontas. E esse é um jogo excelente para entregar a paçoca. A linha dos Chiefs tem nomes muito fortes e, se encaixar, vai incomodar de novo. Além disso, os safeties são excelentes também, o que vai limitar as jogadas no fundo do campo.
Tendo tudo isso em conta, vamos ter que virar o feitiço contra o feiticeiro. Se o Rich Scangarello conseguir montar um bom esquema, Noah Fant e Phillip Lindsay poderão abusar da defesa adversária com passes no meio de campo. Eles sofrem da mesma fraqueza que nós (com um agravante): os linebackers são fracos. E os deles nem são tão bons contra o jogo corrido. Assim, deveremos ver muitas corridas com Lindsay e Royce Freeman, armando alguns play actions para pegar a defesa adversária com as calças curtas. Nesta hora Courtland Sutton e Noah Fant precisam brilhar.
Dá pra ganhar? Dá. Vai ser fácil? Nem um pouco.
Resultado Provável
Normalmente eu me alongo um pouco aqui e explico os motivos do apontamento. Mas eu acho que nem o mais fanático espera que os Broncos sejam favoritos contra um dos melhores times da NFL. O duelo entre o ataque do Mahomes contra a defesa do Von Miller deve ser bastante parelho, mas o nosso ataque vai penar muito. Pode engrenar, mas não é fácil. A verdade é que os nossos rivais são favoritos para estender a freguesia.
Quer saber mais sobre os nossos outros adversários? Acompanhe com a gente nos links abaixo: