Quem é Jerry Jeudy, o novo WR do Broncos

Luisa Lara
Broncos Brasil feat. Broncast
4 min readApr 25, 2020

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A expectativa era que o Broncos fosse investir sua escolha de 1ª rodada em um Wide Receiver, mas poucos imaginavam que, com a 15ª pick da rodada, o time levasse aquele considerado por muitos o melhor WR da classe. Com uma combinação acertadíssima de trocas e escolhas inesperadas (e um pouco de sorte também), nem John Elway não conseguiu segurar o sorriso enquanto Roger Goodell anunciava a escolha de Jerry Jeudy, aluno da Universidade do Alabama.

Nós já contamos por aqui como foi a primeira rodada do evento, e agora vamos contar um pouquinho mais da nossa primeira seleção no draft de 2020.

Durante todo o período “pré draft”, Jerry Jeudy dividiu com CeeDee Lamb e Henry Ruggs III o título de WR mais cobiçado da temporada. Surpreendentemente, Lamb e Jeudy estavam disponíveis para escolha quando chegamos à 15ª pick, e nosso GM optou por Jeudy, deixando CeeDee Lamb para o Dallas Cowboys, na 17ª pick.

Jeudy completou 21 anos um dia após ser draftado. Ele chega à NFL com números estelares em sua vitoriosa carreira em Alabama. No total, foram 228 recepções para 3,463 jardas, 31 touchdowns e média de 15,2 jardas por recepção nos três anos em que ficou por lá. Em seu segunda ano por lá, indiscutivelmente seu melhor ano da carreira, ele levou o prêmio Fred Biletnikoff de melhor WR do país. O histórico positivo da carreira dele fica ainda mais em evidência se levarmos em conta que ele atuou na fortíssima SEC, uma das conferências esportivas mais competitivas dos Estados Unidos, e que foi responsável por 15 dos 32 draftados na primeira rodada deste ano.

Jeudy é também o 5º WR da Universidade de Alabama draftado na primeira rodada desde a chegada de Nick Saban (técnico de Alabama), mais do que qualquer outra Universidade. Junto com Henry Ruggs III (draftado na 12ª posição pelo Raiders), ele segue a trilha de Julio Jones (2011), Amari Cooper (2015) e Calvin Ridley (2018). Com referências de sucesso como essas, já podemos dizer que a expectativa em cima do jogador não deve ser baixa…

No Broncos, Jeudy chega como uma excelente opção para solidificar nosso ataque, em franca expansão depois de alguns anos de performances abaixo da média. Sua técnica e agilidade na execução das rotas são o ponto que mais chama atenção em seu jogo, e essa característica encaixa bem com o perfil de jogo de Courtland Sutton. Para Drew Lock, a versatilidade e velocidade de Jeudy serão muito bem-vindas, principalmente considerando que o QB está em desenvolvimento e ainda precisa de consolidar seu estilo de jogo.

Jeudy também chama a atenção pela facilidade na leitura de jogo, e especialmente das coberturas. Para um jogador que integrará um dos ataques mais jovens (e inexperientes) da Liga, essa característica pode ser bastante útil no amadurecimento da formação.

Resumindo: Jeudy é uma peça que encaixa perfeitamente bem no quebra cabeça do nosso elenco para a próxima temporada. E se levarmos em conta que conseguimos drafta-lo sem gastar uma “trade up” no draft, foi uma baita barganha que conseguimos.

Como nem tudo são flores, Jeudy deixa a desejar em um ponto: o físico. O jogador recebeu críticas pela magreza, e terá um desafio nessa offseason obtendo mais massa magra até o início da temporada. Outro ponto importante em seu desenvolvimento é o trabalho contra a press coverage, principalmente para evitar drops. A evolução física também deve contribuir para a melhora no trabalho contra esse tipo de cobertura.

Se dentro do campo Jeudy tem trilhado um belo caminho de conquistas, fora do campo ele acumula muita história. Filho de uma imigrante haitiana, Jeudy e seus irmãos foram criados com bastante dificuldade, especialmente depois que os pais se separaram. Jeudy sempre foi muito próximo da mãe e a ajudava bastante em casa. Não bastassem os problemas financeiros, a irmã caçula de Jerry, Aaliyah, nasceu prematura e com uma síndrome rara, que lhe dava uma expectativa de vida de menos de 12 meses. O jogador mencionou em entrevista que muitas vezes chegava dos jogos e ajudava a mãe na limpeza do tubo respiratório da irmã enquanto ainda usava uniforme.

Aaliyah contrariou as expectativas e sobreviveu por 7 anos, falecendo em 2016. Jeudy recebeu a notícia enquanto saía de campo de uma vitória com seu time de High School. Até hoje, ele dedica todas as conquistas à mãe e à irmã. Sua primeira filha, que nasceu em março, carrega no nome a homenagem: Journee Aaliyah Jeudy.

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