Oi, você vai correr 100km?
Sim, para começar.
Minha história com a corrida começou de um jeito pouco convencional, quando em meio a uma crise de ansiedade absurda me deu um clique e me lembrei que um grande CEO que admiro não sai de casa para trabalhar antes de correr, e que grandes líderes estão ligados ao esporte de alguma forma. Não pensei duas vezes, coloquei um tênis velho na mesma hora e chamei o marido para me acompanhar de bike afim de entender o que tinha nessa tal de corrida. Eu realmente precisa me livrar daquela sensação perturbadora de ansiedade, e desde então descobri uma paixão incrível por correr.
A sensação pós corrida é impagável. Não parei mais, e como empreendedora tem aquele bichinho inexplicável de sempre querer mais desafios, então vieram os 5km, 10km, 16km, 21km e os tão temidos 42km -uma maratona - nos últimos 3 anos.
E agora, enquanto me preparo para minha primeira ultramaratona, ao invés de floodar o Instagram com um tema que não interessa a todos os meus amigos, resolvi compartilhar o caminho da preparação, meus desafios e aprendizados aqui no Medium.
Meu próximo desafio nessa jornada se chama El Cruce Columbia, ou El Cruce de Los Andes. A ultramaratona de montanha de mais prestígio da America Latina, que classifica para a prova de montanha mais cobiçada do mundo, a Ultra Du Mont Blanc (quem sabe chego lá?).
O El Cruce é um desafio de 100km de subidas e descidas percorridos em 3 dias, que por fim é mais do que uma prova de corrida de montanha, é uma experiência de vida. Isso que me encantou no primeiro dia que me apresentaram. Quero viver isso, falei.
O El Cruce tem sempre sua base nos Andes Argentinos ou Chilenos (a cada ano inverte-se o percurso), onde os competidores ficam acampados e recebem toda infra necessária (entende-se por infra de corrida de montanha: barraca de camping + comida de acampamento, incluindo o belo churrasco argentino feito no chão). O mote principal da prova está na sua estrutura completa para os corredores (você só precisa levar seu equipamento pessoal), e em cruzar a fronteira entre os países durante a corrida. Leva-se o passaporte na mochila para ser carimbado, junto com todos os suplementos e água que o corredor precisa para se abastecer durante o percurso.
Acabo de fazer minha inscrição minutos antes de escrever aqui, e acho mesmo é que a ficha de que vou correr uma prova de tal magnitude ainda não caiu. Enquanto isso, sigo treinando e fazendo as corridas matinais que aprendi lá em 2013 com grandes líderes.
