Seja diferentão, seja um chapéu, seja um canivete suíço, seja você.

Bruna Diniz
Bruna Diniz
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2 min readMar 18, 2016

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Eu sempre fui a diferentona, assim como muitos por aí. O problema é que ser diferentão é um problema.

Quando mais nova eu ouvia Iron Maiden enquanto meus amigos estavam na onda do Mamonas Assassinas, eu desenvolvia sites em HTML enquanto meus amigos conversavam o dia todo na rua, eu escrevia roteiros e ações jogando RPG enquanto minhas amigas andavam com um mini-short se exibindo para os meus amigos que só queriam saber de andar de skate. Não vou dizer que eu era diferente de todo mundo, porque conhecia muitas pessoas como eu, mas também não posso dizer que a sociedade não me taxava como uma criança/adolescente padrão normal.

Ah, olha lá, só fica no computador!
Nossa, como essa menina lê, vai um pouco pra rua!

E nem vou entrar no mérito de que quando você está só na rua reclamam que você não lê.

A partir do momento que você precisa de um estágio ou emprego na faculdade, tudo muda. As pessoas deixam de achar você fora do padrão normal, para tentar te encaixar no padrão normal. Você já não pode mais ser autêntico porque seu jeitinho estranho pode ser o motivo de não te contratarem. Você não pode colocar suas inúmeras qualidades que adquiriu fora da faculdade no seu currículo porque isso é hobby.

Se você mudou de carreira, então! Adeus currículo! Vamos fazer um novo e começar do zero, como se você nunca tivesse passado por tudo aquilo, como se você nunca tivesse tido nenhuma experiência, como se fosse simples deixar de ser quem você é.

Eu sou desenvolvedora web, designer gráfico e web, arquiteta de informação, gestora de equipe e projetos, escritora, blogueira, empreendedora criativa, resolvedora (mah oe?) de problemas, facilitadora de tecnologia, com o pé na fotografia e motion design e também invento moda na vida. Quer me rotular? Então pode dizer que sou um canivete suíço — agradeço imensamente à Rafa Cappai pelo termo.

Seja Um Canivete Suíço | Rafaela Cappai | TEDxBlumenauSalon

Por que precisamos escolher um rótulo para o que somos, se na verdade somos tudo o que já adquirimos de experiência?

Bye bye, rótulo. Hoje eu quero ser o que me der na telha, ser o que faz o meu coração bater mais forte, ser tudo que tem dentro de mim.

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