SETE ATOS DA MÚSICA POP

Bruno Maroni
LADO B
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3 min readOct 17, 2019

Para que os discípulos de Jesus se envolvam devidamente com o cenário cultural e assim exerçam sua identidade missional, não basta falar sobre o que é cultura é, mas o que ela faz – os seus atos. Isso vale para as artes e, especialmente, para a música. Quais os efeitos da música pop? Podemos dizer que a música popular envolve, por exemplo, funções psicológicas e sociais (e teológicas, que pensaremos em textos posteriores). Vamos resumir sete funções da música pop.

Em primeiro lugar, a música organiza o tempo. Sim, percebendo ou não, a música põe ordem em nossa rotina. Para muitos fãs, quando um show acontece, toda a agenda é ordenada em torno disso. Mais é mais sutil que isso. Geralmente geralmente recorremos à música no começo e no fim do, no caminho de ida e volta até o trabalho ou à escola. Além disso quantas das nossas atividades cotidianas são encharcadas de música?! Quando corremos, dirigimos, cozinhamos, limpamos a casa e estudamos. Há muita a música ao redor!

Em segundo lugar, a música reúne indivíduos. Aqui pensamos em concertos e festivais, mas ela também conecta. pessoas emocionalmente. Hoje isso é muito visível nos fã clubes e comunidades virtuais. Você já percebeu o quão movimentados são os perfis de Instagram dos artistas?!

Em terceiro lugar, a música exercita o corpo. E aqui não estamos só falando de dança ou do esforço físico para a performance vocal e instrumental. Na verdade promove o bem-estar psicológico. e estimula a a criatividade. Música é saúde!

Em quarto lugar, a música expressa valores. Muitos eventos públicos demonstram isso: ocasiões em que hinos são cantados, reuniões religiosas (onde um sistema de crenças é musicalmente incorporado, ou em que a instrumentação tem papel litúrgico proeminente), além do uso político (em protestos, por exemplo). Mas a expressão de valores é também bem íntima, até mesmo em usos informais – em grande parte, a afiliação afetiva de um ouvinte com um artista ou banda decorre da ressonância de valores (por mais discreta que seja).

Em quinto lugar, a música promove participação. Música pop é coisa contagiante: ela inclui pessoas atrai e encoraja o público. Fala a verdade: sem o efeito convidativo da música quase ninguém toparia cantar no karaokê!

Em sexto lugar, a música oferece um modo orientar as emoções. Quando nossos sentimentos não estão claros (praticamente o tempo todo), a música nos ajuda a articulá-los e exprimi-los. Sem contar que ela é um eficiente recurso de resiliência, ajudando a gente a lidar com situações complicadas. Mas também é um excelente veículo de alegria! Uma expressão resume isso: “mood managed” – literalmente “administradora de humor”. Claro, nossas emoções não totalmente à mercê da música, no entanto, não podemos negar esse poder.

Por último, em sétimo lugar: a música, para os ouvintes assíduos, molda a vida. Então, considerando todos os atos anteriores – cotidianos, sociais, religiosos, psicológicos – concluímos uma coisa: música é muito mais que só ouvir!

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Bruno Maroni
LADO B
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Marido da Lari e pai do Tim. Teólogo, jornalista cultural (improvisado) e escritor em formação. Gosto de livros, discos, pizzas e tartarugas.