H2H: O mercado por trás da influência
Palestrante: Andressa Griffante
Published in
3 min readSep 26, 2018
Andressa Griffante é jornalista, empreendedora digital e gestora da agência de comunicação e marketing de influência RSbloggers.
Hub: Tanguera / Estudio de Danza
Horário: 14h
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Highlights:
- Andressa Griffante iniciou sua fala pontuando que, até pouco tempo atrás, as pessoas interessadas em informações ou recomendações sobre roteiros de viagens ou restaurantes buscavam nas revistas especializadas esse suporte. “Se eu queria ir ao Peru, por exemplo, comprava uma revista de viagens. Mas correndo o risco de ler uma matéria talvez paga por um agente de viagem ou algo do gênero”, observou. Hoje as pessoas querem a opinião de quem viveu a experiência concreta de ter ido ao Peru ou ao restaurante x, y ou z. A objetividade do texto jornalístico, que descreve o lugar e o apresenta tem pouco apelo diante do relato do que outros passaram, de suas impressões, gostos e desgostos com lugares, produtos ou serviços.
- Para a jornalista, os influenciadores são “os bons e velhos formadores de opinião” que cada um de nós tem em vários setores da vida, no dia a dia, em casa, na faculdade, no trabalho e também na mídia. No entanto, é preciso discernir um influenciador de um blogueiro que é pago, sendo importante encontrar alguém que crie identificação com a marca e dê seu testemunhal baseado na verdade, salienta Andressa. Isto porque o conteúdo relevante e verdadeiro tem sido cada vez mais valorizado pelos clientes. É justamente isso que tem aberto espaço para os jornalistas que estão se apropriando desta tarefa: a produção de conteúdo voltado a influenciadores, no lugar das agências de publicidade. Foi pensando nisso que nasceu a RSbloggers que se especializou em produzir conteúdo para pessoas que estão no youtube. Os influenciadores, observa Andressa, muitas vezes não têm domínio sobre planejamento e produção de conteúdo ou intimidade com a câmera por exemplo.
- A empreendedora chamou atenção também para o fato de que o influenciador não necessariamente é alguém que se coloca como um influenciador. Esta pessoa muitas vezes pode ser o funcionário de uma empresa ou o cliente que admira a marca e dissemina depoimentos ou declarações sobre a empresa ou marca.
- Outro ponto da palestra, foi a tipologia de influenciadores trazida por Andressa que, segundo ela, pode ser categorizado em pessoas que têm nessa atividade um hobby, os que almejam ocupar uma vitrine e os que estão focados em branded contente. Os primeiros (hobby) trabalham por prazer, não querem ganhar dinheiro e fazem por paixão, pois possuem outras fontes de renda. Não possuem domínio de produção de conteúdo, o que não quer dizer que vão produzir conteúdo ruim. Querem experimentar e ter liberdade para dizer inclusive se não gostam de determinado produto ou marca. Já os que atuam visando um espaço de visibilidade (vitrine) usam a plataforma para isso justamente, sendo o publipost a estratégia para isso. Por fim, os que atuam focados em branded contente se cercam de equipe profissionalizada e produzem conteúdo a fim de monetizar.
- Sobre os desafios nesse campo, Andressa disse que uma das dificuldades é mapear os influenciadores certos. “Às vezes, se escolhe o influenciador errado ou o timing errado. Sem falar nos números que às vezes são mascarados para dar a impressão de que aquele influenciador é reconhecido e legitimado”, relata. Noutras situações, até se trabalhou com o influenciador certo, mas o cliente chegou na loja e o produto é considerado caro para o perfil daquele público ou tem uma qualidade aquém do esperado. De qualquer forma, os dados de levantamentos sobre comportamento de compra determinados por influenciadores são positivos: pesquisa Qualibest aponta que 78% das pessoas já compraram por culpa de um influenciador; 86% descobriram um produto ou serviço por intermédios deles; 79% segue alguma pessoa. Esses dados são de uma pesquisa com 4.200 pessoas em maio de 2018.
- Sobre algumas lições aprendidas e dicas para melhor explorar o papel dos influenciadores, Andressa terminou dizendo o que não há receita de como ser um influenciador de destaque. Mas que cuidados com frequência de postagem aliado a conteúdo relevante é um ponto de atenção; que se deve manter uma certa frequência de postagens com conteúdo autoral.
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Trendspotter: Tânia Almeida, RP e Professora na UniRitter.