Basquete Cearense —Guia NBB 2017/18

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
5 min readOct 30, 2017

Depois de um NBB 8 surpreendente, o NBB 9 não foi tão bom assim. O que esperar para essa temporada?

O Basquete Cearense carrega com o time algo muito importante: é um dos poucos representantes fora do eixo Rio-São Paulo do NBB. E se manter em alto nível há tanto tempo é coisa para poucos.

Depois de um NBB 8 surpreendente com diversos jogadores jovens, o esperado era uma evolução ainda maior para o NBB 9. Mas isso não aconteceu na realidade. O time acabou terminando com uma campanha pior.

Por isso, o time foi no mercado atrás de reforços para voltar forte na briga. Será que dará resultado?

Como foi temporada passada?

O time do Basquete Cearense começava a temporada com muita expectativa. Afinal, haviam tido uma excelente temporada em 2014/2015 terminando a fase regular na 4ª colocação e caindo nas quartas de final nos playoffs.

A esperança ficava muito em cima de Davi Rossetto, armador da equipe. Ele correspondeu em quadra, subindo suas estatísticas individuais. A pontuação subiu de 12.7 para 13.8, as assistencias de 4.8 para 5.1 e os rebotes de 4 para 4.6.

“Meus números melhoraram mas não acredito que meu desempenho tenha melhorado, como capitão e armador do time tenho que extrair o melhor de cada um dos meus companheiros de time e acabei falhando nisso”, afirmou Davi. “Foi um aprendizado grande que trouxe amadurecimento, e espero usar isso em prol da equipe nessa temporada”.

Mas, mesmo assim, a equipe acabou tendo uma queda de rendimento e foi pior que na temporada anterior. Terminou a fase regular na 11ª colocação e caiu logo na primeira fase dos playoffs para o Paulistano.

“Houve um erro de planejamento pela minha parte ao renovar com todo o time para o NBB 9”, comentou Alberto Bial, técnico da equipe. “Acabou havendo uma certa acomodação pela equipe e o resultado não foi aquilo que a gente esperava”.

A equipe que terminou o campeonato foi: Davi, Rashaun, Duda Gruber e Leonardo.

O que mudou?

“A gente decidiu fazer algumas ações corretivas e mudanças de conceitos”, comentou Alberto Bial. “Mudamos o elenco e esperamos fazer uma campanha melhor ainda do que a gente fez no NBB 8”.

Saíram da equipe Duda Machado (Bauru Basket), Marcus Toledo (Pinheiros), Audrei (Minas Tenis Clube), Gustavinho e Gruber (Franca). Vieram Nathan Benjamin, Paulinho Boracini, Betinho e Bruno Fiorotto.

Betinho teve campanha de destaque jogando pelo Campo Mourão no ano passado. “O Emerson (treinador do Campo Mourão) me deu total liberdade para eu jogar solto e meus companheiros me ajudaram demais para que tudo fluísse tão bem. O clima e a química do time era ótimo e isso foi fundamental para que tudo desse certo”, comentou o ala-armador.

O bom desempenho rendeu uma convocação para o jogo das estrelas do NBB. “Jogo das Estrelas foi um sonho realizado e espero conseguir fazer uma ótima temporada aqui no Solar Cearense e ir mais uma vez”.

O ala-pivô Nathan Benjamin disputou a divisão 2 da NCAA pela universidade de Sonoma State. Lá teve 5.3 pontos por jogo e 4.9 rebotes. “Eu venho de uma das equipes da segunda divisão da NCAA no ano passado”, comentou Nathan. “Pelo que pesquisei, o basquete brasileiro é mais individualizado e atlético, mas, basquete é basquete não importa aonde você vá”.

O time que provavelmente vai começar jogando vai ser Davi, Betinho, Rashaun, Nathan Benjamin e Bruno.

Jogador destaque

Davi, a cada ano que passa, se mostra um dos principais armadores do Brasil. O senso de realidade e a busca sempre pelo menos são impressionantes também. Dentro de quadra ele sempre demonstra melhora em todos os ambitos do seu jogo.

“Eu amo treinar, amo estar na quadra trabalhando e fora dela fazendo o que um atleta deve fazer para melhorar sua performance”, declarou Davi. “Não sou de ficar traçando muitas metas, me dedico ao máximo no presente para colher os melhores frutos possíveis no futuro. Esses dois anos de seleção brasileira foram frutos maiores do que eu teria imaginado, são indicadores de que estou no caminho certo, mas sei que ainda há muito o que evoluir”.

Potencial revelação

Sempre que um gringo chega ao Brasil, as expectativas em torno dele são grandes. Nathan Benjamin é envolto de muita expectativa pela pouca idade e pelo desempenho bom que teve na NCAA.

“Eu sou um jogador que se destaca bastante pelo potencial defensivo”, comentou Nathan. “Lá em Sonoma, tinhamos essa mentalidade. Tanto que fomos a melhor equipe na segunda divisão do país em limitar os pontos dos adversários”.

E a defesa também está nas inspirações de Nathan. “Minhas principais referências são Dennis Rodman, David Robinson e Tim Duncan. Também gosto de ver Giannis Antotokounmpo, Chris Andersen e Ben Simmons jogando”.

Palavra do técnico

“As mudanças ocorrem, mas a base da filosofia do Carcará é mantida: tentar sempre desenvolver nosso atletas e fazer que o Ceará seja representado de uma forma exemplar. O nosso objetivo é fazer o melhor resultado de toda a nossa história.

Dentro de jogo, nós temos que ser uma equipe coletiva e cada vez mais termos menos erros para dar um volume de jogo. Principalmente na transição e com um equilibrio entre ataque e defesa”. — Alberto Bial.

Expectativa na temporada

Apesar da queda de desempenho na última temporada, o time do Basquete Cearense se manteve ainda num rol dos melhores times nacionais. Alguns erros na montagem e a não evolução de algumas peças foram cruciais para o desempenho final.

Por isso, é esperado que nessa temporada o time melhor e suba de patamar. Os reforços vem para somar bastante nisso com um ala-pivô defensivo e um ala-armador pontuador. A equipe fica bem mais equilibrada. A equipe consegue ir para os playoffs, mas a dúvida é se briga por mando ou não.

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