Detroit Pistons — Guia NBA 2017/18

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
5 min readSep 22, 2017

Qual o impcto que Avery Bradley pode ter num time perdido como Detroit Pistons?

Depois de uma temporada de mais altos que baixos, o Detroit Pistons desceu até quase o fundo do poço. Ok, posso estar exagerando. Mas tudo que tinha dado certo pareceu não dar mais.

O entrosamento entre Andre Drummond e Reggie Jackson não era o mesmo, Reggie Jackson principalmente estava irreconhecível, Andre Drummond passou a ser lembrado mais pelo seu jogo truncado do que pela sua — excelente — eficiência defensiva.

Foi ladeira abaixo a esperança de que o Pistons pudesse voltar a ser competitivo em pouco tempo. Mas, nessa temporada, o Boston Celtics, tentando voltar a ser um competidor pelo topo da NBA, deu de mão beijada Avery Bradley para a equipe de Detroit.

Bradley é um excelente defensor com alguns lampejos ofensivos bem interessantes na última temporada. Será que ele vai poder virar essa chave do time? Ou o Pistons continuará na mesmice?

Como foi temporada passada?

Depois de terem conseguido chegar aos playoffs, o Detroit Pistons almejava chegar longe mais uma vez e, quem sabe, beliscar um mando de quadra. Afinal, Reggie Jackson e Andre Drummond se encaixaram muito bem. O entrosamento tinha tudo para evoluir rapidamente e ficar cada vez melhor.

Drummond era um dos poucos pivôs-pivôs ainda em alta na NBA sendo um colosso dentro do garrafão. E jovem. Tinha tudo para continuar na sua toada de evolução e conseguir chegar ainda mais longe.

Kentavious Caldwell Pope também estava evoluindo cada vez mais. Era um defensor sólido no mínimo e estava virando uma excelente alternativa de ataque. Suas porcentagens de arremessos melhoravam sempre. O futuro se mostrava brilhante para ele também.

Para melhorar, Boban Marjanovic tinha vindo para a equipe e era um reserva de respeito de Andre Drummond. A expectativa também era do desabrochar de Stanley Johnson, que ainda ficava devendo em comparação das últimas temporadas.

Mas, a expectativa foi por água abaixo. Desde o início da temporada, Andre Drummond e Reggie Jackson, antes estrelas da equipe, foram criticados abertamente por Stan Van Gundy, técnico da equipe. O primeiro era chamado de sem motivação. O segundo foi substituído por Ish Smith — que acabou provando mais seu valor que o jogador titular.

No geral, quem acabou mostrando alguma coisa de útil foi Caldwell Pope. Principalmente no arremesso de 3 pontos, que subiu de 31% de acerto para 35%. Mas ele chamou mais a atenção pelos outros terem ido bem mal do que pelos méritos próprios.

Andre Drummond caiu em números na temporada. De 16.2 pontos, para 13.3; de 14.8 rebotes para 13.8; de 1.4 blocks para 1.1. Reggie Jackson seguiu pelo mesmo caminho, de 18.8 pontos para 14.4; de 6.2 assistências para 5.2.

E, por fim, Stanley Johnson, que se mostrava um prospecto interessante, acabou dando mais um passo em direção ao carimbo de bust. Seus números caíram de 8.8 pontos para 4.2; de 4.2 rebotes para 2.5.

Ou seja, o time foi bem abaixo das expectativas. Por fim, terminou com Ish Smith, Kentavious Caldwell Pope, Marcus Morris e Tobias Harris.

O que mudou?

Um pouco, menos que o técnico Stan Van Gundy queria, mas mudou algo. A começar pelo draft. O time precisava de um cestinha inteligente. Tudo bem que Pope poderia chegar a esse ponto, mas aparentava estar longe.

A expectativa vem com Luke Kennard, diretamente do Draft. Na sua segunda — e última — temporada no college por Duke, teve números de 19.8 pontos e 5.1 rebotes. O mais interessante é analisar seus números de arremessos, com 49% de FG% e 43% de 3PT%. Obviamente, esses números podem diminuir jogando contra os grandões da NBA, mas servem de alento.

Duas coisas eram objetivos do técnico: se livrar de Reggie Jackson e se manter com Caldwell Pope. Bom, a primeira acabou não rolando porque ninguém se interessou após a péssima temporada do italiano.

A segunda deixou de ser um objetivo. Isso porque caiu no colo dele Avery Bradley do Boston Celtics. O jogador se provou ao longo das últimas temporadas um excelente defensor de perímetro. Talvez, atrás apenas de Kawhi Leonard e Draymond Green. O bom é que conseguiu mostrar aos poucos qualidade no ataque também. A cada ano sua pontuação média melhora, ano passado chegando na casa dos 16.3 pontos. Sua porcentagem de acerto de arremessos também melhorou, chegando a 39% da linha de 3PT e 46.3% de FG.

Marcus Morris acabou saindo da equipe. Provavelmente, o time titular vai ser de Reggie Jackson, Avery Bradley, Tobias Harris, Jon Leuer e Andre Drummond. Se optar por um small ball, Luke Kennard pode ganhar a chance na ala-armação, Bradley vira ala e Tobias vira ala-pivô.

Jogador destaque

Em condições normais de tempo, temperatura e pressão, Andre Drummond seria escolhido. Ainda é o FP da equipe. Mas o voto de confiança vai para Avery Bradley. Chega com a confiança lá no topo e tem tudo para emular um Kawhi Leonard em menores proporções.

Tudo que demonstrou no Celtics pode ser potencializado aqui tendo maior protagonismo na equipe e podendo atuar mais ofensivamente. Caiu no colo do Pistons uma das melhores contratações da OffSeason.

Potencial revelação

A ideia seria manter Stanley Johnson, mas ele já caminha para ser um bust de verdade. Então a chance é de Luke Kennard.

Que ele é um bom chutador, seus anos de college provaram. Mas, jogar na NBA muda as coisas de patamar. Se ele mostrar o que mostrou, pode ter um bom futuro no time dos bad boys.

Expectativa na temporada

Bom, existe o potencial — dessa equipe é bem alto — e o real. O potencial é conseguir chegar nos playoffs. Há essa possibilidade, já que a conferência está bem enfraquecida. Mas, para e repara. Veja como a equipe se portou na última temporada. Dá para ter essa esperança?

O mais realista é imaginar, apesar de tudo, essa equipe fora dos playoffs novamente. Não parece que Van Gundy está com vontade de resolver os problemas externos e nem da diretoria querer tirar ele de lá. Se for assim, o time continua ladeira abaixo.

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