Golden State Warriors — Guia NBA 2017/18

Heitor Facini
buzzerbeaterbr
Published in
7 min readOct 11, 2017

Será que esse ano vai ser mais um ano feliz para a equipe de Stephen Curry e companhia?

Está sendo muito fácil ser torcedor do Golden State Warriors nos últimos anos. Os principais problemas que você tem de enfrentar é ser chamado de modinha pelos seus colegas. Mas, me diz, isso não vale a pena para alguém que ganhou 2 títulos em 3 finais nos últimos 3 anos?

Ter dois dos últimos 3 jogadores a ganhar o título de MVP ajuda também. Manter no elenco também dois dos últimos 3 jogadores a ganhar o título de MVP das finais dá um brilho maior ainda.

Mas, um sinal amarelo (não muito mas um pouco amarelo) ficou ligado para a equipe dourada. Vendo o tamanho da qualidade da equipe, a concorrência decidiu se reforçar. A última moda da NBA é ter diversos supertimes espalhados pela liga. Pode ver, ao todo tempos pelo menos 16 duplas de jogadores que podem ser chamados para um All Star Game. Dessas, pelo menos 6 podem se dar ao luxo de se chamar big trio.

Será que o time (agora de São Francisco) tem capacidade para continuar construindo sua dinastia?

Como foi temporada passada?

O início da offseason era de um pouco de tristeza e frustração. Junte o fato que a equipe havia perdido o título após bater o recorde de vitórias da temporada regular com o desperdício de um 3–1 em uma final — algo inédito. Mas a tristeza acabou sendo esquecida rapidinho.

Afinal, você levava o terceiro melhor jogador da NBA, Kevin Durant, para jogar com o segundo (ou primeiro) naquela altura, Stephen Curry (vale lembrar que ele acabava de ter sido eleito MVP invicto e pela segunda vez). Era impossível não se animar com esse time.

Infelizmente isso significou fim da linha para alguns jogadores. Os mais notáveis eram Andrew Bogut, pivô titular, Harrison Barnes, ala-titular da equipe, e Leandrinho, oitavo homen na rotação da equipe. Mas, você iria reclamar? Afinal você tinha Curry, Durant, Klay Thompson e Draymond Green no mesmo time.

Para tentar colocar alguém no garrafão, o Warriors escolheu Zaza Pachulia como titular e JaVale McGee na reserva. Podem ser piadas para alguns mas era o que o cap habilitava. Além disso, no que o time precisava, Pachulia servia muito bem com um bom passe e posicionamento (uma versão de menor qualidade de Bogut).

Chegou o início da temporada e… derrota? Pera, isso tá certo? Sim, o time começou perdendo de forma vexatória para o San Antonio Spurs por 129 a 100. Aparentava um sinal de alerta para o time.

Será que o banco dos Warriors seriam realmente a diferenaça daquela equipe? Será que um time não conseguiria equilibrar tantas estrelas juntas? Seria mais um supertime a fracassar?

Não. Era só até o elenco entrosar e se acostumar. Em novembro a equipe só perdeu 1 jogo. Em dezembro só 3, em janeiro só 2, em fevereiro só 3, em março só 4 e em abril só 1. Não foi o recorde absurdo da temporada passada (73–9), mas continuou sendo o melhor da conferência e da NBA com 67 vitórias.

Kevin Durant se encaixou como uma luva no esquma de Steve Kerr. E conseguiu uma evolução latente na defesa. Além de ser uma ameaça no ataque ele não deixa passar agulha quando está marcando. Conseguiu 8.3 rebotes, 1.1 roubos de bola e 1.6 tocos por jogo. Uma lesão no fim da temporada regular fez com que o brilho do seu jogo ficasse um pouquinho apagado nessa reta.

Mas isso serviu para mostrar que Curry conseguiria dominar essa equipe da mesma forma. No geral, ele não conseguiu os absurdos 30.8 pontos por jogo da temporada anterior, mas, por exemplo, foi melhor que o seu primeiro ano de MVP com 25.3. Mas, nesse período em que Durant se lesionou que Curry mostrou a que veio. Em março conseguiu 25.5 e em abril conseguiu 30.2.

Além deles, outro destaque vai para Draymond Green. QUE HOMEM! Ouso dizer que é o principal jogador dessa equipe do Warriors. É ele quem dá liga para equipe e conecta os principais setores. Repare no jogo. Ele é quem arma a equipe pegando o rebote da defesa e conectando com Curry, Durant ou Thompson no ataque. Além do fato de ser incansável defendendo em todos os quesitos: perímetro, aro, toco, roubo de bola.

Conseguiu incriveis 10.2 pontos, 7.9 rebotes, 7 assistências, 1.4 tocos e 2 roubos de bola por jogo. Essas estatísticas incríveis fizeram com que ele ganhasse, depois de 2 anos batendo na trave, o prêmio de defensor do ano.

A magia continuou nos playoffs. Foram 12 jogos e 0 derrotas. Isso mesmo: 3 VARRIDAS SEGUIDAS! Na final, como tinha de ser, o time venceu pela segunda vez o Cleveland Cavaliers. Dessa vez foi por 4 a 1.

Durant, enfim, tinha seu anel. Foi consagrado o melhor jogador das finais com 35.2 pontos por jogo, 8.2 rebotes, 5.4 assistências, 1 roubo de bola e 1.6 tocos.

O time que terminou a temporada foi Stephen Curry, Klay Thompson, Kevin Durant, Draymond Green e Zaza Pachulia.

O que mudou?

Em time que está ganhando não se mexe, né? Com certeza. O principal trabalho da equipe foi correr atrás das renovações. O time conseguiu cumprir o esperado e os principais jogadores ficam. Além de Curry e Durant, renovaram Shaun Livingston, Andre Iguodala, Zaza, David West e McGee.

Foram buscar na free-agency mais dois nomes na agência livre para completar o elenco. Vieram Omri Casspi e Nick Young para completar o já estrelado elenco. Duas adições com boas contribuições do perímetro.

Além deles, o time do Warriors comprou por US$ 3,5 milhões o direito de draftar a 38ª escolha. Com ela escolheram Jordan Bell, um dos potenciais steals do draft. Ele vem de uma boa temporada no college com 10.9 pontos, 2.3 tocos e 8.8 rebotes.

O time que vai começar a temporada, vai ser o mesmo que terminou a outra: Stephen Curry, Klay Thompson, Kevin Durant, Draymond Green e Zaza Pachulia.

Jogador destaque

Eu ainda acho que Stephen Curry é a cara dessa franquia. Se você pensa em Golden State Warriors, obviamente vai vir o armador na cabeça. Mas, não tem o que dizer, de longe Kevin Durant é o principar jogador do Warriors.

Na verdade, só ao lado de Lebron James que Durant não seria o principal jogador da equipe. Ele virou uma das ameaças mais completas no ataque. Infiltra, dribla, arremessa de qualquer canto. Tudo isso com incríveis 2,11m. UM ALA COM 2,11m! É coisa de louco.

Adicionou ainda no seu arsenal a capacidade defensiva. Não tem como, Durant é uma maquina!

Potencial revelação

Como pode uma equipe que é a melhor da liga ainda conseguir draftar um bom jogador numa posição de baixo do draft? É impossível! Jordan Bell é bem cotado para ser o maior steal da equipe neste ano.

Quer uma comparação? Ele entra como um Draymond Green mais atlético e menos habilidoso com a bola nas mãos. Mas, tendo um mentor como Green ao seu lado, pode chegar a um patamar muito elevado. Além disso, vale lembrar que Green também foi escolhido em segunda rodada.

Expectativa na temporada

A conferência e o campeonato como um todo ficaram mais difíceis? Com certeza! Afinal, todo mundo quer bater o Golden State Warriors. Mas, até o momento, nenhuma equipe tem patamar para tanto.

O Warriors ainda é, por certa distância, a melhor equipe da NBA. E ainda tem uma vantagem nesta temporada: não precisa entrosar e não precisa encaixar o jogo. Simplesmente é só fazer o que terminou no último ano.

--

--